Realmente Jó, uma figura ímpar na História Sagrada, soube dar mostras de uma esplêndida paciência. Quando, de possuidor de numerosos bens, se acha reduzido à miséria, chega a dizer: “O sopro de minha vida vai-se consumindo, os meus dias se apagam, só me resta o sepulcro” (Jó 17,1).
A paciência é uma virtude humana, pois o paciente dá prova de bom senso (cf. Pr. 14,29), e também uma virtude cristã, no dizer de São Paulo: Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração (Rm 12, 12).
A paciência de Deus faz parte da sua pedagogia, sobretudo quando perdoa os pecados dos homens, com uma solicitude sem igual. A pessoa que é paciente suporta tudo, não com rancor, mas com um estado de espírito todo voltado para Deus. Ela é calma, bondosa, afável, não se irritando com absolutamente nada.
Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com paciência e discernimento, em vez de reagir com irritação e sem pensar. Quem não se importa com quem está a razão, evita as discussões desgastantes e improdutivas. Quem age assim sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções que podem provocar sérios problemas de saúde ou talvez acabar em desgraça.
Sobretudo nas dificuldades, devemos manter a paciência, como diz São Paulo: Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança (cf. Rm 5,3s).
A paciência tem sempre uma doçura que atrai enormemente. A alma paciente atrai, a alma impaciente repele, afasta.
Uma alma paciente a gente vê que deixa passar sobre si mesma, dá de si mesma, sem se preocupar, como quê a dizer: “Tire de mim o que quiser, abuse de mim como bem entender. Eu estou aqui para isso, quer apesar disso, quer até por causa disso, quer até na medida em que você tenha abusado de mim”.
Peçamos a Maria Santíssima, modelo de toda a paciência, que obtenha de seu Divino Filho, todas as graças de que necessitamos, para levarmos uma vida de intensa mortificação e paciência para com o próximo, para sermos objetos da misericórdia e bondade divinas.