Ao lado de sua imensa devoção a Nosso Senhor e ao Coração Imaculado de Maria, Jacinta passou a ter também grande amor ao Papa. Apesar de quase não ter ouvido falar dele, bastava para consagrar-lhe sua afeição o fato de haver a Santíssima Virgem anunciado que ele também seria perseguido e teria muito que sofrer.
Durante um dos muitos interrogatórios que lhes fizeram, Jacinta perguntou a dois sacerdotes quem era o Santo Padre, e aqueles bons ministros do Senhor lhe explicaram, acrescentando que o Papa precisava muito de orações. A partir de então, sempre que oferecia seus sacrifícios a Jesus, acrescentava:
– E pelo Santo Padre.
Além disso, no fim de cada Terço, rezava sempre três Ave-Marias pelo Vigário de Cristo e algumas vezes dizia:
– Quem me dera ver o Santo Padre!
E ela o viu. “Um dia”, conta a Irmã Lúcia, “fomos passar as horas da sesta para junto do poço dos meus pais. Jacinta sentou-se nas lajes, Francisco foi comigo procurar mel silvestre, numa ribanceira que aí havia. Passado pouco tempo, Jacinta chama por mim.
– Não viu o Santo Padre?
– Não.
– Não sei como foi. Eu vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma me¬sa, com as mãos no rosto, chorando. Fora da casa estava muita gente, e uns lhe atiravam pedras, outros lhe rogavam pragas, e lhe diziam muitas pa¬lavras feias. Coitadinho do Santo Padre! Temos que pedir muito por ele!”
(Livro Jacinta e Francisco Prediletos de Maria – Monsenhor João Clá)