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Tesouros da Igreja


“Acriter et fideliter”
 
AUTOR: ARAUTOS DO EVANGELHO
 
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Essa expressão latina de alta sonoridade, que significa "com coragem e fidelidade", é um dos mais belos títulos que os Papas dedicaram à Guarda Suíça Pontifícia

Foi no longínquo 22 de janeiro de 1506 que chegaram a Roma os primeiros 150 guardas, provenientes de Bellinzona, na Suíça. Eles passaram pela Porta del Popolo e se dirigiram à Praça de São Pedro, onde Júlio II os abençoou. Essa entrada solene na Cidade Eterna constituiu a fundação oficial da Cohors Helvetica, ou seja, a Guarda Suíça.

Ao longo da Via Francigena

Dentro do ciclo de celebrações de seu 5º centenário, foi organizada por antigos membros do Corpo uma “Marcha Comemorativa”, percorrendo durante quase 30 dias os 720 km que separam da Cidade Eterna o Castelo de Bellinzona.

O percurso correspondia a um trecho da antiga Via Francigena, o itinerário usado outrora pelos peregrinos que iam da França a Roma. Em cada cidade – Milão, Lucca, Siena, Acquapendente – os Suíços foram saudados pela população, e o pendão da Guarda recebeu honras civis.

Em 4 de maio, a “Marcha” cruzou a Porta del Popolo, em Roma, como há cinco séculos, e se dirigiu à Praça de São Pedro, onde foi saudada pelo Papa Bento XVI, exatamente como fizera Júlio II, em 1506.

“Jovens motivados pelo amor a Cristo e à Igreja”

Durante esses cinco séculos a Cohors Helvetica acompanhou a Santa Sé em todos os acontecimentos históricos, na glória e na dor, na paz e no exílio.

A primeira prova de heroísmo e fidelidade ao Papa ocorreu logo após sua fundação, durante o famigerado saque de Roma perpetrado pelos Lanzichenecchi de Carlos V. Naquele trágico 6 de maio de 1527 morreram 147 guardas, dando tempo ao Papa Clemente VII de se refugiar no Castelo de Sant’Angelo com os 42 suíços sobreviventes. Como recordação dessa gloriosa data, os novos guardas fazem o Solene Juramento de fidelidade no dia 6 de maio de cada ano. É uma das mais belas cerimônias que se realizam na Cidade Eterna.

Neste ano, seu palco foi pela primeira vez a Praça de São Pedro, com a presença de altas autoridades religiosas, civis e militares, bem como pelotões em uniforme de gala representando forças armadas de diversos países, e produzindo um quadro de uma grandeza inesquecível.

Na homilia da solene Missa do dia 6, o Santo Padre afirmou: “Entre as múltiplas expressões da presença dos leigos na Igreja Católica, existe esta completamente singular, da Guarda Suíça Pontifícia. Jovens que, motivados pelo amor a Cristo e à Igreja, se colocam a serviço do Sucessor de Pedro.(…) Para todos, ser Guarda Suíço significa aderir sem reservas a Cristo e à Igreja, prontos a dar por isso a vida”.

Acriter et fideliter

A Guarda Suíça é o exército mais antigo do mundo. Algumas vezes ela foi dissolvida por curto período, durante as prisões e os exílios dos Papas, para logo ser integralmente reconstituída. Batalhas gloriosas contaram com sua presença, como a de Lepanto, na qual a Cohors Helvetica participou por ordem de São Pio V, conquistando duas bandeiras inimigas.

Bem merecem, pois, os Guardas, estas palavras que lhes dirigiu o Papa Bento XVI: “Fazendo-me intérprete ideal dos Pontífices que o vosso Corpo serviu fielmente ao longo dos séculos, exprimo o merecido e profundo agradecimento, enquanto, olhando para o futuro, convido-vos a seguir avante ‘acriter et fideliter’, com coragem e fidelidade. A Virgem Maria e os vossos padroeiros – São Martinho, São Sebastião e São Nicolau de Flüe – vos ajudem a executar o vosso trabalho quotidiano com generosa dedicação, sempre animados do espírito de fé e amor à Igreja”. (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2006, n. 54, p. 44-45)

 
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