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Voz dos Papas


O Juízo final
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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Jesus, nosso Redentor, será também nosso Juiz. Ele nos dá todas as graças para nos salvarmos. Somos nós que, com nossos atos, podemos nos condenar.

Hoje, gostaria de começar a última série de catequeses sobre a nossa profissão de fé, discorrendo sobre a afirmação: “Creio na vida eterna”. Medito em particular sobre o Juízo Final. Mas não devemos ter medo: ouçamos o que diz a Palavra de Deus. A este propósito, lemos no Evangelho de Mateus: então, Cristo “voltará na sua glória e todos os Anjos com Ele… Todas as nações se reunirão diante d’Ele e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda… E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna” (Mt 25, 31- 33.46). […]

A Igreja é uma mãe que procura o bem de seus filhos

No Evangelho de Mateus, o próprio Jesus prenuncia que no fim dos tempos aqueles que O tiverem seguido ocuparão um lugar na sua glória, para julgar juntamente com Ele (cf. Mt 19, 28). Depois, escrevendo à comunidade de Corinto, o Apóstolo Paulo afirma: “Não sabeis que os santos julgarão o mundo? […] Quanto mais as pequenas questões desta vida!” (I Cor 6, 2-3).

Como é bom saber que naquele momento poderemos contar não só com Cristo, nosso Paráclito, nosso Advogado junto do Pai (cf. I Jo 2, 1), mas também com a intercessão e a benevolência de muitos dos nossos irmãos e irmãs mais velhos, que nos precederam no caminho da fé, que ofereceram a própria vida por nós e que continuam a amar-nos de modo indizível!

Os Santos já vivem diante de Deus, no esplendor da sua glória, intercedendo por nós que ainda vivemos na Terra. Quanta consolação suscita esta certeza no nosso coração! A Igreja é verdadeiramente uma mãe e, como tal, procura o bem dos seus filhos, sobretudo dos mais distantes e aflitos, até encontrar a sua plenitude no corpo glorioso de Cristo com todos os seus membros.

Em certo sentido, podemos tornar-nos juízes de nós mesmos

Uma sugestão ulterior é-nos oferecida pelo Evangelho de João, onde se afirma explicitamente que “Deus não enviou o Filho ao mundo para o condenar, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem n’Ele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do único Filho de Deus” (3, 17-18).

Então, isto significa que aquele Juízo Final já está em curso, que ele começa agora, durante a nossa existência. Este Juízo é pronunciado em cada instante da vida, como referência do nosso acolhimento, com fé, da salvação presente e concreta em Cristo, ou então da nossa incredulidade, com o consequente fechamento em nós mesmos. Mas se nos fecharmos no amor de Jesus, condenamo-nos a nós mesmos.

A salvação é abrir-se a Jesus, e Ele salva-nos; se somos pecadores – e todos somos – peçamos-Lhe perdão; e se O procurarmos com o desejo de ser bons, o Senhor perdoa-nos. Mas por isso devemos abrir-nos ao amor de Jesus, que é mais forte que todas as outras coisas.

O amor de Jesus é grande, o amor de Jesus é misericordioso, o amor de Jesus perdoa; mas tu deves abrir-te, e abrir-se significa arrepender-se, acusar- se das coisas que não são boas e que fizemos. O Senhor Jesus entregou-Se e continua a doar-Se a nós, para nos cumular com toda a sua misericórdia e com a graça do Pai.

Portanto, somos nós que podemos tornar-nos, num certo sentido, juízes de nós mesmos, autocondenando-nos à exclusão da comunhão com Deus e com os irmãos. Por isso, não nos cansemos de velar sobre os nossos pensamentos e atitudes, para prelibar desde já o calor e o esplendor da Face de Deus – e será maravilhoso! – que na vida eterna contemplaremos em toda a sua plenitude.

Em frente, pensando neste Juízo que começa agora, que já começou. Em frente, fazendo com que o nosso coração se abra a Jesus e à sua salvação; em frente sem receio, porque o amor de Jesus é maior, e se pedirmos perdão dos nossos pecados, Ele perdoa-nos. Jesus é assim. Então, em frente com esta certeza, que nos levará à glória do Céu! Excertos da Audiência Geral,11/12/2013

 
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