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Virgem Maria


Rumo ao Reino de Maria!
 
AUTOR: ROBERTO KASUO
 
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Lendo o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, o Papa João Paulo II descobriu o quanto "Maria aproxima-nos de Cristo, conduz-nos a Ele". Em que consiste essa preciosa devoção?

Das diversas formas de devoção mariana, uma há que se pode chamar perfeita. Assim é conhecida a ensinada por São Luís Maria Grignion de Montfort, falecido em 1716, na França. Em seu famoso Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, ele nos ensina esta prática que é o “caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Nosso Senhor” (§152).

O Reino de Cristo, por meio do Reino de Maria

No que consiste esta perfeita devoção à Mãe de Deus? Sem pretender esgotar assunto tão vasto, procuraremos apresentar os delineamentos gerais desta devoção, de maneira a convidar o leitor a se aprofundar neste verdadeiro céu que é o mencionado “Tratado”, obra-prima da piedade marial.

REINO DE MARIA RAE 23.jpg“Foi por intermédio da Santíssima Virgem que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio d’Ela que Ele deve reinar no mundo” (§ 1). Tal é o desígnio da Divina Providência: o conhecimento e a vinda do reino de Jesus Cristo será conseqüência necessária do conhecimento e da vinda do reino de Maria. O reino de Deus na Terra, pedido no Pai-Nosso – “venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu” -, só se realizará quando esta devoção ensinada por São Luís Grignion for amplamente praticada por toda parte.

Maria Santíssima, a obra-prima por excelência do Altíssimo, o paraíso terrestre do novo Adão, o divino mundo de Deus, deve desempenhar papel especial nos últimos tempos (1).

Nesse período, Ela brilhará como jamais brilhou, em misericórdia, força e graça. E terá mais filhos, servidores e escravos do que em todas as épocas anteriores.

Por este meio, Jesus Cristo reinará totalmente em todos os corações.

Nada há que nos faça pertencer mais a Jesus Cristo do que a escravidão de amor a Maria (2), conforme o exemplo do próprio Jesus, que, por nosso amor, tomou a forma de escravo.

Primeiramente, sujeitando-se a permanecer durante nove meses no seio virginal de Maria e, em seguida, dedicando a maior parte de sua vida ao convívio com sua Mãe. Diz São Luís Grignion que Jesus deu mais glória a Deus vivendo 30 anos ocultamente, submisso a Maria, do que se tivesse convertido toda a Terra pela realização dos mais estupendos milagres.

Uma perfeita consagração de si a Maria

O essencial da verdadeira devoção, adverte o santo, “consiste no interior que ela deve formar, e, por este motivo, não será compreendida igualmente por todo o mundo. Alguns hão de deter-se no que ela tem de exterior, e não passarão avante, e REINO DE MARIA RAE 23_2.jpgestes serão o maior número; outros, em número reduzido, entrarão em seu interior, mas subirão apenas um degrau. (…) Quem, finalmente, se identificará nesta devoção? Aquele somente a quem o Espírito de Jesus Cristo revelar este segredo.

Ele mesmo conduzirá a esse estado a alma fiel, fazendo-a progredir de virtude em virtude, de graça em graça e de luz em luz, para que ela chegue a transformar- se em Jesus Cristo” (§ 119).

Maria se dá a quem é seu escravo por amor

A Santíssima Virgem, Mãe de doçura e misericórdia, vendo que alguém se Lhe entrega por completo, entrega-Se também inteiramente e dum modo inefável, a quem tudo Lhe dá. Ela o faz imergir no abismo de suas graças, reveste-o de seus merecimentos, dá-lhe o apoio de seu poder, ilumina-o com sua luz, abrasa-o de seu amor, comunica-lhe suas virtudes, sua humildade, sua fé e sua pureza. Como, enfim, essa pessoa consagrada é toda de Maria, Maria também é toda dela.

REINO DE MARIA RAE 23_3.jpgPode haver recompensa maior? “Todos os dons, virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem Ela quer quando quer, como quer e quanto quer”, afirma São Bernardino de Sena.

Por isso, diz São Luís Grignion, nos últimos tempos, o Altíssimo e sua Santa Mãe devem suscitar grandes santos, de uma santidade tal que sobrepujarão a maior parte dos santos, como os cedros do Líbano se avantajam às pequenas árvores em redor. Por suas palavras e por seu exemplo, arrastarão todo o mundo à verdadeira devoção e isto lhes há de atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e glória para o único Deus.

São Luís Grignion designa esses santos pelo nome de “apóstolos dos últimos tempos”, e os descreve com palavras de fogo, pouco usuais em nossos dias. Serão eles como flechas agudas nas mãos de Maria, purificados no fogo das grandes tribulações. Para os pobres e pequenos, terão o bom odor de Jesus Cristo. E para os orgulhosos do mundo, um odor repugnante de morte. Serão nuvens trovejantes, sem apegar-se a coisa alguma. O Senhor das virtudes lhes dará a palavra e a força para fazer maravilhas e alcançar vitórias gloriosas sobre seus inimigos. Dormirão sem ouro nem prata e, o que é melhor, sem preocupações. Terão na boca a espada de dois gumes da palavra de Deus; em seus ombros ostentarão o estandarte ensangüentado da Cruz; na direita, o crucifixo, na esquerda, o rosário, no coração, os nomes sagrados de Jesus e de Maria! Nessa época, as almas respirarão Maria, como os corpos respiram o ar. E Maria reinará efetivamente nos corações e no mundo.

Pergunta São Luís: quando e como isso acontecerá? Só Deus o sabe! Quanto a nós, cabe rezar e divulgar pelo mundo a verdadeira devoção a Maria Santíssima.

1) São Luís Grignion chama de últimos tempos a fase histórica iniciada já em sua época, século XVIII. Não se refere estritamente aos últimos dias da humanidade.

2) “Escravo de amor” e “escravidão de amor” são expressões pelas quais São Luís Grignion designa a entrega total, voluntária e filial à Santíssima Virgem, que faz de si mesmo aquele que pratica a devoção proposta no Tratado.

(Revista Arautos do Evangelho, Nov/2003, n. 23, p. 36 a 39)

 
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