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Virgem Maria


Mãe de Cristo e da Igreja
 
AUTOR: DIÁC. THIAGO DE OLIVEIRA GERALDO, EP
 
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Como a melhor de todas as mães, Maria cuida de cada um de nós, vê as dificuldades pelas quais atravessamos e intercede diante do trono de Deus até por quem não é bom filho...

Comovente é ver a alegria de uma mãe segurando seu filhinho pela mão enquanto começa a dar os primeiros passos. Esse andar ainda inseguro marca o início de uma nova etapa na vida da frágil criança que até então vivera no colo protetor da genitora.

Cenas assim se passaram desde o início dos tempos e sempre continuarão a acontecer. Mas entre Nossa Senhora e o Menino Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, resultam especialmente comoventes e cheias de significado. Quão bela não seria a fisionomia de Maria Santíssima segurando a mãozinha de seu adorável Filho e vendo-O caminhar tranquilo, tendo como apoio a escolhida para ser a Mãe de Deus!

Sagrada Família - Paróquia dos Jesuitas - Bilbao - Vizcaya..jpg
Cenas assim se passaram desde o início dos
tempos, mas entre Nossa Senhora e o Menino
Jesus resultam cheias de significado

Nessa primeira fase da vida terrena do Redentor não deixava, entretanto, de estar de algum modo presente o futuro trágico e glorioso que culminaria no cruento sacrifício do Calvário, seguido da triunfal Ressurreição, conforme o anúncio do profeta Isaías: “Apresentei as costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos que me queriam arrancar a barba e nem desviei o rosto dos insultos e dos escarros. O Senhor Deus é o meu aliado por isso jamais ficarei derrotado, fico de rosto impassível, duro como pedra, porque sei que não vou me sentir um fracassado” (Is 50, 6-7).

Nossa Senhora acompanhou toda essa trajetória, consentindo sempre da maneira mais perfeita possível na realização da vontade divina a respeito de Jesus.

Entregues ao amparo maternal d’Ela

Mesmo quando o filho se torna adulto, não arrefece na boa genitora o espírito protetor que a leva a ­zelar continuamente por sua felicidade. Não poderia agir de outra forma a melhor de todas as mães, sempre em estreita união com seu Divino Filho, tanto nas alegrias quanto nas perplexidades e tristezas pelas quais Ele passou, até no momento do supremo holocausto:

“Junto à Cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19, 25).

Nesse episódio sublime da Paixão, Nosso Senhor nos deixou o legado de valor incomensurável: “Quando Jesus viu sua Mãe e perto d’Ela o discípulo que amava, disse à sua Mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua Mãe’. E dessa hora em diante o discípulo A recebeu como sua” (Jo 19, 26-27).

Na pessoa de São João, fomos todos entregues ao amparo maternal de Maria Santíssima. Nossa atitude diante desse dom de Deus, portanto, deve ser como a do Discípulo Amado: recebê-La como nossa verdadeira Mãe e sermos de fato filhos em relação a Ela.

Exorta-nos a este respeito um conceituado autor de vida espiritual: “Amemos Maria, veneremo-La, como São João A amou e venerou. Depositemos n’Ela toda a nossa confiança como na melhor e mais terna das mães; que Ela encontre em nós filhos dignos de toda sua ternura, respeitosos e obedientes. Porque São João foi entre os discípulos o predileto, é que Jesus lhe deu Maria por Mãe”.1

Tal é o amor do Homem-Deus a cada um de nós que, além de nos redimir, ainda nos quis dar Maria Santíssima por Mãe!

A Igreja precisava dos cuidados de Maria

Ao ressuscitar, Jesus Cristo trouxe grande consolação para o coração materno de Maria. Nenhuma mãe sofreu tanto quanto Nossa Senhora ao presenciar a Paixão e Morte de seu Filho. Mas Ela teve o prêmio de ser a primeira a ver Jesus ressuscitado dos mortos.

Pouco antes de subir aos Céus, o Divino Redentor deu aos Apóstolos ordem de permanecer em Jerusalém até a descida do Espírito Santo, que se daria “dentro de poucos dias” (At 1, 5). Qual a razão de Jesus não ter levado consigo ao Céu sua amorosa Mãe? E Ela não desejaria acima de tudo acompanhar seu Divino Filho? Por que não o fez?

Porque a Igreja recém-fundada, débil e desprovida de recursos humanos, necessitava de seu maternal apoio, opina um teólogo de nossos dias: “Assim como Maria gerou em silêncio o Corpo físico de Jesus, convinha também que fosse Mãe do seu Corpo Místico. O Cristianismo nascente precisava, como Jesus Menino, dos cuidados silenciosos de Maria”.2

“Durante sua vida, Nosso Senhor fundou a Igreja. Mas, quando Ele morreu, ela era ainda como um edifício inacabado”3 – comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Nessa situação os Apóstolos esperaram a vinda do Divino Espírito Santo: “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, Mãe de Jesus, e os irmãos d’Ele” (At 1, 14). Nossa Senhora amparou a Igreja desde os seus primeiros passos e Se enternecia ao ver desabrocharem os dons derramados por Deus nesta instituição divina tornada imortal pela promessa de Cristo.

Tudo nos vem por meio d’Ela

Com a descida do Paráclito prometido pelo Pai, a Igreja começou a crescer com força e beleza, e a produzir preciosos frutos de apostolado. No entanto, o mesmo Espírito Santo que por intermédio da Virgem de Nazaré nos deu o dom da presença de Deus entre os homens, quis valer-Se de sua mediação também para dar aos Apóstolos a graça de Pentecostes: “Essa graça lhes veio por meio de Nossa Senhora. O fogo pousou sobre a cabeça d’Ela para depois se dispersar sobre todos os outros, a fim de dar a entender que a Virgem Maria é a Medianeira de todas as graças, tudo nos vem por meio d’Ela”.4

Jesus nos deu a Maria por Mãe no alto da Cruz. Somos filhos muito queridos dela. Crescemos e nos nutrimos sob o bondoso olhar desta Mãe Santíssima que nos alimenta com o melhor leite espiritual, a graça do Espírito Santo, e nos ensina a tomar o alimento sólido da Sagrada Eucaristia.

Mãe do Corpo Místico de Cristo

Era conveniente aos olhos de Deus que a Santíssima Virgem assumisse como filhos os membros da Igreja, o Corpo Místico de Jesus Cristo, como afirma Santo Agostinho: Ela “é verdadeiramente Mãe dos membros [de Cristo] […], porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça”.5

Imaginar Nossa Senhora exercendo algum cargo diretivo na Igreja nascente, equivaleria, de algum modo, a diminuí-La. Isso correspondia a São Pedro e aos outros Apóstolos. Contudo, bem podemos conjecturar que antes de tomar alguma decisão ou dar início a um novo empreendimento todos consultassem Maria, por ser Ela quem melhor conhecia a vontade de Jesus Cristo.

Um conselho, um olhar, uma atitude afetuosa para com alguém necessitado, quantas formas diferentes de maternal amparo e proteção deve ter Nossa Senhora externado aos que tiveram a incomensurável graça de com Ela conviver!

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A Igreja recém-fundada, débil e desprovida de
recursos humanos, necessitava do
maternal apoio da Santíssima Virgem

Por mais que seus filhos sejam muito diferentes entre si, a boa mãe conhece as aspirações de uns, os gostos de outros, as necessidades destes e as alegrias daqueles, e abrange todos com sua solicitude. Tendo nos assumido como filhos, Nossa Senhora sabe melhor que ninguém como ajudar a cada um: “Toda a ternura e toda a solicitude reunidas de todas as mães por seus filhos, nunca igualarão a ternura e a solicitude de Maria por nós. N’Ela o justo encontra a recompensa de sua fidelidade; o pecador, a indulgência e a misericórdia; as almas aflitas, a consolação e o alívio”.6

Ninguém, pois, pode duvidar de ser entendido e atendido quando recorrer a Nossa Senhora. Esta Mãe de misericórdia está sempre pronta a nos socorrer da melhor forma possível nos momentos de dificuldade e angústia.

Proclamada Mãe da Igreja

Passaram-se os séculos e a Igreja se expandiu por todos os continentes. Tornou-se realidade a profecia feita pela Virgem Maria no encontro com Santa Isabel: “desde agora, Me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lc 1, 48).

Sua maternidade sobre a Igreja foi solenemente declarada por Paulo VI no discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II: “Portanto, para glória da Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima ‘Mãe da Igreja’, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que Lhe chamam Mãe amorosíssima; e queremos que com este título suavíssimo seja a Virgem doravante honrada e invocada por todo o povo cristão”.7

Uma mãe sempre se preocupa com seus filhos, mesmo quando estes alcançam a idade madura. Assim, Maria Santíssima goza no Céu do convívio com Jesus Cristo, mas não deixa desamparados aqueles que ainda se encontram em estado de prova na Terra.

Como a melhor de todas as mães, Ela cuida de cada um de nós, vê as dificuldades pelas quais atravessamos e intercede diante do trono de Deus até por quem não é bom filho… “Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve ­inabalável junto à Cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao Céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na Terra, até chegarem à pátria bem-aventurada”.8

Tendo Nossa Senhora por Mãe, ninguém tem o direito de se julgar desamparado. Bem cabem aqui as palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a esse respeito: “Eis a missão de Maria Santíssima como ­nossa Mãe e nossa Advogada. Mãe do Homem-Deus, Ela foi Mãe de todos aqueles que nasceram para a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mãe do Redentor, Ela Se tornou Mãe dos pecadores. E Ela desempenhou, assim, um papel que, de certo modo, o próprio Deus não poderia exercer. Ele é o Eterno Juiz que deve punir os que O injuriam. Nossa Senhora, porém, é Mãe, e às mães não cabe a tarefa de julgar, mas a de interceder. Elas são as naturais advogadas dos filhos, e estão solidárias com estes, até quando o pai os increpa a justo título”.9

Só resta agradecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, pois apenas Deus poderia dar tão grande presente à humanidade: o amor e os cuidados de tal Mãe!

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2015, n. 164, pp. 31 a 33)

 
Comentários
karl Marx vieira dos santos - 10 de Junho de 2019
NOSSO SENHOR E NOSSA SENHORA QUE DÊ TUDO CERTO NA QUARTA-FEIRA.