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Espiritualidade


Desceu fogo do céu
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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Tendo transcorrido três anos e meio de seca em Israel, Deus ordenou a Elias que saísse da casa da viúva de Sarepta e se apresentasse a Acab, na Samaria.

Até quando claudicareis entre o bem e o mal?

O ímpio Acab, avisado de que o Profeta se aproximava, foi ao seu encontro e ao vê-lo indagou: “Porventura és tu que arruínas Israel? Elias respondeu: ‘Não sou eu que arruinei Israel, mas tu e a casa de teu pai, por terdes abandonado os mandamentos do Senhor e seguido os ídolos de Baal” (I Rs18, 17-18).

Em seguida, Elias mandou que Acab convocasse o povo de Israel para ir ao Monte Carmelo, juntamente com 850 falsos Santo Elias - Igreja de Arucas - Gran Canaria - Espanha.jpgprofetas, dos quais 450 eram de Baal e os restantes de outro ídolo, mantidos por Jezabel.

Causa admiração o fato de Elias enfrentar, sem armas e sem defensores, o tirano de Israel, os falsos profetas e o povo idólatra!

Estando reunidos no Monte Carmelo – situado às margens do Mar Mediterrâneo -, Acab, os 450 falsos profetas de Baal e o povo, Elias invectivou este último: “Até quando andareis mancando de um lado e de outro? Se o Senhor é o verdadeiro Deus, segui-O; mas, se é Baal, segui a ele” (I Rs 18, 21). O povo ficou calado.

Vemos como Elias era um varão íntegro, que não admitia a atitude daqueles que claudicam entre o bem e o mal.

E acrescentou: “Eu sou o único profeta do Senhor que resta, ao passo que os profetas de Baal são 450. Que nos deem dois novilhos. Eles escolham um novilho e, depois de cortá-lo em pedaços, o coloquem sobre a lenha, sem pôr fogo por baixo. Eu prepararei depois o outro novilho e o colocarei sobre a lenha, e tampouco lhe porei fogo. Em seguida, invocareis o nome de vosso deus e eu invocarei o nome do Senhor. O deus que ouvir, enviando fogo, este é o Deus verdadeiro” (I Rs 18, 22-24).

Deus Se ri do homem ímpio

O povo gostou da proposta e Elias ordenou que os profetas de Baal começassem pela manhã. Eles tomaram um novilho, prepararam-no, iniciaram suas invocações e dançavam ao redor do altar que tinham levantado; danças “provavelmente impudicas, pois Baal era o deus da imoralidade e da imundície”.

“Ao meio-dia, Elias zombou deles, dizendo: ‘Gritai mais alto, pois sendo deus, pode estar ocupado. Porventura ausentou-se ou está de viagem; ou talvez esteja dormindo e seja preciso acordá-lo.’ Então eles gritavam ainda mais forte e retalhavam-se, segundo o seu costume, com espadas e lanças, até o sangue escorrer.” (I Rs 18, 27).

A atitude de Elias, zombando dos falsos profetas, se coaduna com a do próprio Deus, que “Se ri do ímpio, pois sabe que está chegando o seu dia” (Sl 37, 13). O Profeta acreditava firmemente que se aproximava o fim dos falsos profetas de Baal…

Entardecendo, Elias tomou doze pedras, simbolizando as tribos de Israel, e com elas reedificou o altar de Deus que tinha sido demolido, e em torno do mesmo fez um valo. Em cima do altar colocou lenha e sobre esta um novilho que ele esquartejara. Ordenou que derramassem água sobre as carnes do novilho e a lenha; mandou que isso fosse repetido por mais duas vezes,Sto Elias - lugar onde profeta Elias matou os sacerdotes de Baal - El Muhraqa, Israel.jpg de modo que “a água correu em volta do altar e o rego ficou completamente cheio” (I Rs 18, 35).

Depois, o Profeta rezou pedindo a Deus que lançasse o fogo e convertesse o povo. “Consideremos a majestade da hora da invocação de Elias! Homem venerável, já com a barba branca, provavelmente com uma túnica alva que lhe ia até os pés, ele reza ao Senhor, pedindo que afinal viesse o fogo do céu para provar ser Ele o verdadeiro Deus.”

“Então caiu o fogo do Senhor, que devorou o holocausto, a lenha, as pedras e a poeira, e secou a água que estava no rego” (I Rs 18, 38). “Podemos imaginar um fogo lindíssimo com labaredas entre azul e vermelho, que desciam do céu e penetravam na carne daquele boi […]; à medida que o fogo descia, Elias se tornava mais majestoso e grandioso…”

Vendo tão grande maravilha, o povo se prosternou com o rosto em terra, exclamando que Elias estava com o verdadeiro Deus.

Mas o Profeta logo ordenou: “Prendei os profetas de Baal e que nenhum deles escape! Eles os prenderam, e Elias levou-os à torrente do Quison, onde os matou” (I Rs 18, 40). A ação do Profeta de Deus era expressamente exigida pela Lei (cf. Dt 13, 13-16).

A nuvenzinha prefigura Nossa Senhora

A fim de pedir a Deus que cessasse a seca, Elias, acompanhado de seu servo, subiu até o cume do Monte Carmelo, sentou-se sobre uma pedra, colocou o rosto entre os joelhos, rezou e disse ao criado que subisse um pouco mais e observasse na direção do mar. O servidor observou e declarou que não havia nada. O Profeta mandou que ele voltasse a olhar por mais seis vezes. Na sétima vez, o criado afirmou: “Eis que sobe do mar uma nuvem, pequena como a mão de um homem” (I Rs 18, 44).

Então Elias mandou seu servo dizer a Acab que voltasse depressa para sua casa para que a chuva não o detivesse. O rei subiu em seu carro e zarpou para Jezrael. Mas Elias “correu adiante de Acab até a entrada de Jezrael” (I Rs 18, 46), cidade na qual o rei possuía seu palácio (cf. I Rs 21, 1). E choveu torrencialmente…

“Segundo uma longa tradição na Igreja, aquela ‘nuvenzinha’, prenunciadora da chuva, prefigurava a Santíssima Virgem. No Novo Testamento, Ela faria ‘chover sobre a humanidade’ o Redentor, e, depois, as graças obtidas por sua intercessão. O profeta Elias é considerado seu primeiro devoto.”

Por Paulo Francisco Martos
(Noções de História Sagrada (65))

……………………..

1 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Santo Elias, Profeta. In Revista Dr. Plinio, São Paulo, n. 148, julho 2010, p. 13.

2 – Idem, ibidem, p. 13-14.

3 – Idem, ibidem, p. 14.

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