Freiras Missionárias da Caridade rezam pelo centenário de nascimento de Madre Teresa

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 26-08-2010, Gaudium Press) “Madre Teresa exemplificou para o mundo as palavras de São João: ‘Amados, se Deus nos ama tanto, nós também devemos amar uns aos outros'”, destaca o Papa Bento XVI em sua mensagem sobre o centenário de nascimento da beata fundadora da Congregação das Missionárias da Caridade.

A Santa Sé publicou hoje a íntegra da carta do Santo Padre à Irmã Prema, atual superiora geral das Missionárias da Caridade. Na mensagem, o pontífice se refere à Madre Teresa como um “presente inestimável” para o mundo e encoraja as Irmãs Missionárias a “buscar constantemente a espiritualidade e o exemplo de Madre Teresa e, em seus passos”, a “ver e servir aos pobres, aos doentes, aos solitários e abandonados”.

“Estou confiante de que este ano será para a Igreja e o mundo uma ocasião de alegre gratidão a Deus pelo inestimável presente que Madre Teresa foi em vida, e continua a ser através do afetuoso e incansável trabalho de vocês, suas filhas espirituais”, escreveu o Papa.

A celebração do centenário de Madre Teresa é marcado por diferentes homenagens, como exposições, mostras, filmes, vigílias, em vários lugares do mundo: em diversos países europeus, como a sua nativa Albânia, além de Itália, Alemanha, França e Polônia, e também nos Estados Unidos, Índia, México e Filipinas.

Túmulo de Madre Teresa decorado por ocasião de seu centenário de nascimento

Vida e Obra

Madre Teresa nasceu Agnes Gonxha Bojaxhiu, no dia 26 de agosto de 1910, em Skpje, então Albânia. Ainda criança, ficou impressionada com o trabalho realizado pelos jesuítas em Bengala e decidira que partiria para a Índia para fazer o mesmo.

Aos 18 anos, saiu de casa e entrou para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, que atuava em Calcutá. Passou um tempo na Irlanda aprendendo inglês e foi para Calcutá em 1929. Emitiu seus votos em 1931, mudando seu nome de batismo (que em sua língua materna signficava “botão de rosa”) para Teresa, em homenagem à Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões.

Em uma viagem de trem pela Índia em 1946, país que naquela época, além da miséria, vivia uma intensa onda de confrontos entre hindus e muçulmanos, teve a certeza de sua vocação e de que vivia como religiosa. Decidiu então substituir seu hábito por um tradicional sári indiano, de algodão, branco, com detalhes azuis. Adotou a cidadania indiana e foi atuar na periferia de Calcutá. E, em 1950, fundou a Congregação das Missionárias da Caridade.

Congregação das Missionárias da Caridade

Após 60 anos de sua criação, a Congregação possui, apenas em Calcutá, 19 obras, além de 5 mil religiosas espalhadas por 130 países.

Freiras Missionárias da Caridade se reúnem ao redor de estátua de Madre Teresa

A primeira entidade criada por Madre Teresa foi o “Nirmal Hriday” – Casa para os moribundos. Desde sua fundação já passaram pelo local 50 mil pessoas recolhidas das ruas indianas. Ali, ainda que metade dos que chegavam faleciam, todos eram atendidos com amor e afeto. Os que foram salvos foram ajudados a encontrar trabalho ou enviados a outras obras.

Madre Teresa criou também a “Shishu Bavan”, casa para crianças. Esse orfanato levou muitos de seus abrigados a se tornarem cidadãos atuantes. Abriu suas obras ainda aos alcoólatras, aos viciados em drogas, aos soropositivos, aos sem teto e aos indigentes.

Madre Teresa passou a ficar conhecida por seu trabalho em meados da década de 50, quando meios de comunicação indianos começaram a dar destaque às suas obras na região degradada de Mothijhil, próxima ao convento em que viveu quando irmã da Congregação de Loreto.

Em 1979, quando recebeu o Nobel da Paz, criou com o prêmio um leprosário. Além disso, pediu que o dinheiro que seria gasto no jantar de premiação fosse usado para comprar comida para os mais pobres, alimentando, assim, 15 mil pessoas.

Madre Teresa faleceu no dia 5 de setembro de 1997 e foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 2003,. Foi o mais rápido processo de beatificação da história moderna. Agora, está sendo esperado o segundo milagre que a conduzirá à canonização.