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As cerimônias da Semana Santa
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 30/03/2012
 
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A última semana da Quaresma é denominada como Semana Santa. Ela é a última a semana que encerra os quarenta dias que antecedem a páscoa da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nessa semana a Igreja celebra os principais episódios do mistério da Paixão.

As cerimônias que se fazem durante este período, são solenes e cheias de significado. Vamos enunciar cada uma delas em seus respectivos dias:

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos (Dominica in palmis), é que propriamente da início à Semana Santa. Nesse domingo comemora-se a entrada triunfante de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de sua Paixão.

Chama-se “de Ramos” por causa da procissão que se faz neste dia, na qual os fiéis levam na mão um ramo de oliveira, ou de palma. A Sagrada Escritura nos narra que o povo veio ao encontro de Nosso Senhor: atiravam-se vestimentas na sua passagem; cortavam-se galhos de árvore, que se carregavam em sinal de alegria ao canto de: “Hosana ao filho de David! Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”(Mt 21, 1-11).

Para tornar mais real a lembrança desse fato, antes da missa, o celebrante revestido de paramentos de cor vermelha ou de capa, abençoa os ramos que, logo em seguida são distribuídos aos fiéis presentes.

Depois da bênção e distribuição dos ramos, um Diácono proclama o trecho do Evangelho no qual se narra o fato, tal como aconteceu em Jerusalém (Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12,12-16; Lc 19, 28-40). E então, após a leitura, o Celebrante ou o Diácono diz:

—Irmãos e irmãs, imitando o povo que aclamou Jesus, comecemos com alegria a nossa procissão.

Os fiéis empunhando seus ramos seguem em procissão para a igreja onde será celebrada a Missa. Levam os ramos em sinal do triunfo real que, sucumbindo na cruz, Cristo alcançou. Baseando-se nas palavras de São Paulo: Se com ele padecemos, com ele também seremos glorificados.(Rm 8, 17).

Ramos da Paixão, ramos do triunfo

Nosso Senhor quis entrar, antes da sua Paixão, triunfante em Jerusalém, como fora predito:

1º – Para animar os seus discípulos, dando-lhes por esta forma uma prova clara de que Ele ia sofrer espontaneamente;

2º – Para nos ensinar que por sua morte Ele triunfaria do demônio, do mundo e da carne, e que nos abriria as portas do Céu.

Os ramos bentos, são um sacramental para o uso dos fiéis. Na liturgia grega e na latina, os ramos de oliveira tinham um caráter simbólico como sinais de esperança, vitória, vida.

Os fiéis levam para casa esses ramos que foram solenemente portados na procissão e que, antes receberam a benção da Igreja. Confiados na proteção de Deus, a esses ramos atribui-se eficácia curativa e protetora em ocasiões de perigos, tempestades, raios, incêndios e outras desgraças.

A procissão volta à Igreja

Chegando de volta a igreja, o clero e o povo encontram a porta, previamente, fechada.

Uma parte dos cantores estando dentro da igreja, representando os coros angélicos, entoa o “Gloria laus” (Glória, louvor e honra, a Cristo, Rei redentor).

A outra parte, ainda fora do santuário, pede em seus cantos a entrada livre para Cristo que triunfou pela cruz.

Acabado o hino, um ministro bate três vezes na porta, que não se abre. Então, o cruciferário –aquele que porta a cruz processional— bate na porta com o pé da haste cruz. Ai, a porta se abre e deixa entrar a procissão. E o simbolismo desta cerimônia é de fácil interpretação: A Igreja fechada a princípio, representa o céu, que por causa do pecado de Adão e Eva, está fechado e no qual não entra ninguém. Mas agora abrem-se novamente as portas, por virtude da morte de Nosso Senhor na cruz. E as almas remidas por Nosso Senhor Jesus Cristo, o vencedor, podem entrar na Igreja, no Céu.

Cerimônia já antiga

A procissão, é mencionada por alguns autores já no século IV, ao passo que a benção dos ramos remonta ao século VII ou VIII.

O costume da procissão de Ramos provém já desde o século V. Os cristãos se reuniam no Monte das Oliveiras e, após a solene liturgia da Palavra, dirigiam-se em procissão à cidade de Jerusalém, levando ramos de oliveira, recordando a entrada solene de Jesus na cidade santa. A partir do século VII encontramos esse mesmo costume nas Igrejas do do Oriente e do Ocidente.

Na Idade Média, essa procissão era realizada de modo piedoso e solene: Cristo era simbolicamente representado por uma cruz ou por um livro do evangelho que ia carregado num andor ornamentado.

Usava-se também a figura de um asno de madeira que se deslocava sobre rodas e sobre o qual vinha uma imagem esculpida de Nosso Senhor. E foi também estabelecido o costume de benzer os ramos numa igreja ou capela situada fora dos muros da cidade.

Final da cerimônia

Após a procissão, o celebrante tira a capa, se estiver revestido dela, e veste a casula roxa, porque apesar destas cenas de entusiasmo e de glória na procissão pouco tempo depois destas aclamações dos judeus de Jerusalém, vão ser iniciados os opróbrios, escárnios e as dores pungentíssimas da Paixão.

A Missa solene é iniciada. Nela é cantado o Evangelho da Paixão segundo São Mateus, Marcos ou Lucas conforme o ciclo das leituras, por três diáconos ou três sacerdotes. Um deles faz o papel do evangelista, historiando o drama; outro canta as palavras de Nosso Senhor e o terceiro diz a parte da sinagoga (palavras dos judeus, de Pilatos e dos apóstolos).

Chegando a parte em que se diz: “emisit spiritum” (entregou o espírito) todos ajoelham-se e prostram-se. Em certos países, osculam a terra.

No final da leitura, diz-se: Palavra da Salvação, mas não se oscula o livro.

Após a homilia, a missa prossegue normalmente, até seu final.

Por Emílio Portugal Coutinho.

 
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