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“Quando vamos ao encontro do outro encontramos a Deus e a nós mesmos”, afirma o arcebispo de Londrina
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 27/02/2014
 
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Londrina – Paraná (Quinta-Feira, 27/02/2014, Gaudium Press) Dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano da arquidiocese de Londrina, no Estado do Paraná, escreveu um artigo com o título “Perguntas de Deus”. No texto, ele faz uma reflexão sobre três perguntas feitas por Deus: Onde estás?, Porquê fizeste isso? (cf Gn 3,13) e Onde está o teu irmão? (Gn 4,9).

De acordo com o prelado, a primeira pergunta, Onde estás?, foi feita por Deus a Adão depois do pecado (Gn 3,9). Para ele, hoje esta pergunta é ainda muito atual: Onde estou? Que acontece comigo? Por que encontro-me nesta situação? O prelado ainda explica que não se trata de uma pergunta sobre o lugar onde moramos, pois ela não se refere a lugares físicos, e tão pouco é uma pergunta moralizante, mas é sim uma pergunta existencial.

“Onde estou nestas alturas da minha vida? Onde estou afetivamente, espiritualmente, socialmente? Onde me encontro? Estou certo? Estou errado? Estou perdido? Se me afastei, onde agora estou? Se desanimei, desisti, fracassei, onde estou? Se enriqueci, fiquei famoso, fui bem sucedido, onde estou? Onde estou em relação à minha família, ao casamento, à vivencia da fé e da religião, à minha vida de cidadão?”, avalia.

Dom Orlando afirma que Deus faz a pergunta a Adão, não para condená-lo, mas, para ajudá-lo a refletir, decidir, melhorar. Ele ressalta que Deus quer o diálogo amigo, a conversa pessoal, o encontro existencial com Adão e conosco. “Deus fala conosco como amigo, como mestre, como pai. Ele está à espera de nossa resposta”, completa.

Já a pergunta Porquê fizeste isso? (Gn 3,13) é feita a Eva e a Caim (Gn 4,10). Segundo o arcebispo, nós não escapamos desta pergunta, pois ela se refere ao nosso agir, no trabalho, nossas obras. Para ele, é uma pergunta iluminada e questionadora, porque nossa consciência faz perguntas para que possamos confirmar o bem e abandonar mal. Além disso, o prelado alerta que é arriscado a gente viver sem responder a esta pergunta, preferindo ser surdos e mudos.

“As perguntas nos estimulam a melhorar, a crescer, a acertar. A vida e a história humana seriam bem diferentes se não fugíssemos das perguntas de Deus, da de nossos filhos, amigos, médicos, professores, etc. Talvez aqui está uma das razões que explica o medo que temos do silêncio, da oração e até da morte. É preciso parar, escutar e redimensionar a vida. As perguntas de Deus são salvíficas, interessadas em nosso bem, desejosas de ,respostas livres e verdadeiras. Deus tem a pedagogia do diálogo, usa a mediação da palavra e a metodologia das perguntas. Ele espera nossa resposta”, diz.

Onde está o teu irmão? (Gn 4,9) é a terceira pergunta de Deus, um questionamento sábio, salutar, necessário e questionador. Conforme dom Orlando, ela nos tira das amarras do egoísmo, do isolamento, do desinteresse pelos outros. O prelado enfatiza que é uma pergunta em favor da fraternidade, da alteridade, da benevolência, pois toca nossa sensibilidade pela dignidade e centralidade do outro.

“…Tereza de Calcutá e tantos outros responderam a esta pergunta. Eles foram até à ferida dos irmãos e se tornaram benfeitores, construtores, profetas, estadistas, santos. A pergunta pelo outro é a mais importante de todas, porque, move à solidariedade, à compaixão e à transformação social. Sem o outro não somos nada, com o outro, podemos tudo”, destaca.

Por fim, dom Orlando reforça que nossa missão é estar com os outros, ao seu lado, ao seu dispor. Para ele, o nome mais bonito dos livros sagrados e dos dicionários é: o outro. O arcebispo acredita que com o outro construímos a história, somos família, resolvemos problemas, fazemos projetos, encontramos soluções.

“Somos seres sociais, somos irmãos, somos presente de Deus uns para os outros. A pergunta pelo irmão é a pergunta pela sociedade justa, solidária, fraterna, para que o mundo seja uma família. Quando vamos ao encontro do outro encontramos a Deus e a nós mesmos”, conclui. (FB)

 
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