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“Da cruz vem toda luz, toda graça, toda salvação”, afirma o arcebispo de Londrina
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 16/04/2014
 
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Londrina – Paraná (Quarta-Feira, 16/04/2014, Gaudium Press) “Semana Santa: um mistério de excessos” é o título do mais recente artigo de Dom Orlando Brandes, arcebispo metropolitano de Londrina, no Estado do Paraná. Em sua reflexão, ele se inspira em um escrito do Cardeal Martini, onde ele fala da paixão de Cristo como “um mistério de excessos”, descrevendo os seguintes cinco exageros: excesso de sofrimento humano, excesso de maldade humana, excesso de injustiças, excesso de amor e excesso de transcendência.

De acordo com o prelado, o primeiro excesso é o de sofrimento humano, e os sofrimentos de jesus foram de diversos tipos: físico, psicológico, espiritual e moral, fazendo com que ele experimentasse a solidão, a rejeição e a tribulação. Para o arcebispo, ele é o pastor ferido que fez a experiência do medo, do abismo e do nada. “A maré imunda do pecado penetra a alma de Jesus. Sofreu sob o poder da mentira, da soberba, da astúcia e da atrocidade. Treme, tem suor de sangue, porque sente pavor e angustia. Reza entre brado e lágrimas. Na sua paixão Jesus se lembrou de cada um de nós, por nós sofreu e se entregou”, completa.

Já o segundo excesso, segundo dom Orlando, é o de maldade humana. Ele explica que Jesus passou por interrogatórios ilegítimos, falsos, foi preso, algemado, torturado, além de esbofeteado diante do Sumo Sacerdote. Para o prelado, as autoridades são arbitrárias, o Sinédrio e o Império mostram-se instituições decadentes, que rejeitam o verdadeiro Messias.

“A multidão é manobrada, Judas e as falsas testemunhas são compradas, os soldados são sádicos. Jesus sente o horror, a perfídia, a imundície do mal. Crueldade, selvageria, malvadez, atrocidade, desprezo, humilhação, animalidade constituem o excesso de maldade humana na paixão do Senhor. Jesus, porém, vence tudo isso com a oração, a entrega ao Pai, a força da Palavra, a serenidade e paz interior. Perdoa os algozes e acolhe o bom ladrão. Eis a escola, a ciência da cruz. Jesus vence o poder do mal com o poder do bem”, analisa.

Outro excesso citado pelo arcebispo é o de injustiças, pois Jesus, um homem inocente, que passou fazendo o bem, nada fez para o privilégio próprio, elevou os humildes, perdoou os pecadores, promoveu os pobres e excluídos, foi marcado para morrer porque se revelou Filho de Deus, e tocou nas chagas e feridas das injustiças humanas. Dom Orlando recorda que ele sofreu oposição, rejeição, abandono e neste contesto de corrupção religiosa e política foi processado, julgado e executado na cruz como malfeitor, perigoso e maldito. “Eis o excesso de injustiça de ontem que hoje também se repete”, sublinha.

Por sua vez, o quarto excesso descrito pelo autor e lembrado aqui pelo prelado é o de amor. Ele afirma que ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. O arcebispo salienta que Jesus justo e santo carregou nossas culpas e restituiu-nos a inocência: eis o amor louco, sem medidas, indescritível e incondicional de Deus. “Eis o que é o amor aos inimigos, o máximo do amor, o puro amor, que se expressa na doçura, mansidão, paciência, fineza, misericórdia de Jesus.”

Por fim, dom Orlando menciona o quinto excesso, o de transcendência. Segundo ele, na verdade, a paixão de Jesus é uma revelação do amor trinitário para a salvação do mundo, pois o Pai envia o Filho e o Espírito Santo ajuda Jesus a carregar a cruz. “Foi na cruz que Jesus se entregou filialmente ao Pai e derramou o Espírito Santo. Deus sofre a dor humana porque ama o mundo e cada pessoa individualmente. Da cruz vem toda luz, toda graça, toda salvação. Os santos meditando diante do crucificado exclamam: Isso é o amor. É assim que se ama. Deixem-nos amar pelo amor trinitário”, conclui. (FB)

 
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