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As palavras da essência de Deus através do Livro da Criação
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 18/06/2014
 
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Redação (Quarta-feira, 18-06-2014, Gaudium Press) Os seres, a alegria de estar rodeado de seres, de viver em um mundo de seres: Isso é o que constitui a alegria do menino inocente.

Pois resulta que essa alegria da criança na contemplação dos seres, especialmente os mais belos, acaba sendo a manifestação de um ato religioso. Vejamos.

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Nos explica o Padre Cornelio Fabro (Participación y Causalidad según Tomás de Aquino, Eunsa, 2009, p. 183) -redescobrindo a São Tomás- que “as ‘Ideias divinas’ são pois o ‘fundamento’ da criação”. A Ideia divina é “o princípio ativo das coisas existentes em Deus. Quer dizer, ela é a essência una e simples de Deus, considerada em seu momento de causalidade ‘ad extra’, na ‘prolongação’ até o real, que faz a Deus presente no mundo e ao mundo sujeito a Deus. Poderíamos nos expressar também dizendo que, desde o ponto de vista estritamente teológico, a Ideia das coisas em Deus expressa a ‘Diremtion’ [ndr. ‘queda’ do divino no finito] originária da essência divina com respeito à fundamentação do real”.

Isto, em uma linguagem mais chão, indica simplesmente que o real sensível, a criação, os seres que nos rodeiam, nós mesmos, bem vistos, são uma ‘revelação’ a essência divina.

Quer dizer, um passarinho -no fundo- não é outra coisa que Deus falando-nos através desse passarinho, mas não dizendo-nos algo qualquer mas ‘comentando-nos’ -em linguagem acessível aos sentidos- como é Ele, como é sua divina essência, qual é esse aspecto de sua “intimidade” essencial que quer que conheçamos através desse passarinho. A criação, pois, é um mero instrumento para fazer religião, para ir até Deus.

A seguinte afirmação poderá parecer um pouco forte, mas a dizemos com toda certeza, entre outras coisas porque não é nossa mas de um grande pensador: O caráter religioso da Criação ajuda a ‘desencriptar’, a entender o significado da vida neste mundo.

Este mundo é um vale de lágrimas, não nos resta a menor dúvida. Mas também é um caminho onde Deus a cada momento nos fala, pela boca de suas criaturas. E não há nada que produza mais felicidade que falar com Deus, no que chamaríamos a comunicação mística com Deus através da Criação.

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É então, este mundo, um vale de lágrimas que pode ser às vezes uma cordilheira de mística.

Esta conversa natural com Deus pelo ‘telefone’ de suas obras não dispensa o recurso ao sobrenatural, a graça, aos sacramentos, não. Não foi em vão que o Verbo se encarnou e sofreu o que sofreu, deixando-nos sua Igreja.

Mas se Deus veio a este mundo há 2 mil anos, e como diz o texto de São João, os homens não o receberam, não repitamos essa teimosia desatendendo as palavras da essência de Deus que vem a nós através do Livro da Criação.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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