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Quando a imagem peregrina da Virgem de Czestochowa saiu de sua prisão na Polônia
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 12/08/2014
 
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Jasna Gora – Polônia (Terça-feira, 12-08-2014, Gaudium Press) No dia 20 de junho de 1966 o regime soviético impôs na Polônia uma estranha medida: deter uma imagem da Santíssima Virgem. Não era uma imagem qualquer, view (5).jpgcertamente: tratava-se da réplica da imagem de Nossa Senhora de Czestochowa, a mais venerada pelos fiéis poloneses e a quem se atribuem numerosos milagres. Os devotos se reuniram em frente a janela da sacristia da Catedral de Varsóvia e renderam culto a sua Rainha, que estava do outro lado das grades que protegiam o recinto. A Virgem, simbolicamente presa, recebia na rua as oferendas de flores e velas de seus filhos.

A Santíssima Virgem, presa?

A representação artística objeto da detenção oficial era a imagem peregrina criada em 1956 pelo pintor Leonard Torwirt, a pedido do Cardeal Cardenal Stefan Wyszynski, que obteve para o ícone a bênção do Papa Pio XII. Em 1957, esta réplica iniciou sua peregrinação pelo país. “Visto que nem todos podem visitar a sua rainha em Jasna Gora, que seja Ela quem venha visitar aos seus filhos aí onde vivem, ou seja em suas paróquias”, explicou em seu momento o Arcebispo Metropolitano de Gniezno e Varsóvia, e Primaz da Polônia.

A manifestação pública de Fé dos poloneses em torno da Santíssima Virgem incomodou de maneira progressiva as autoridades comunistas que finalmente deram a ordem de impedir a peregrinação da imagem e deixá-la na Catedral. O operativo foi realizado em numerosos veículos militares, patrulhas, motocicletas, como se tratara de uma criminosa perigosa. A partir do momento de sua “reclusão”, os católicos poloneses esperaram que se pudesse continuar a peregrinação da imagem, de alguma forma “liberada” da opressãoview (6).jpggovernamental. A tentativa de levá-la a uma peregrinação no mês de setembro foi frustrada pela ação de cinquenta agentes. A procissão foi levada a cabo com o quadro vazio, símbolo claro da ausência de liberdade religiosa no país.

Uma fuga inesperada

Como se tratasse de uma presidiária, dois sacerdotes poloneses e duas religiosas criaram um “plano de fuga” para o venerado ícone. Tratava-se dos padres Jósef Wojcik e Roman Siudek e das Irmãs Helena Trotowska e María Kordos. Os audazes clérigos aproveitaram as reduções no pessoal da segurança e na manhã do dia 13 de junho de 1972, retiraram em segredo a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa e a introduziram em uma furgoneta que as religiosas levaram para a cidade polonesa de Radom. A ação havia sido planejada para o dia anterior, mas um dos sacerdotes havia quebrado acidentalmente o molde de sabão da chave necessária para resgatar o ícone.

A notícia do desaparecimento da imagem chegou inclusive aos ouvidos do Ministro do Interior, Kania Ociepka. As investigações não tiveram resultado e as autoridades perderam a pista da localização da imagem, enquanto a Igreja calava qualquer indício sobre seu paradeiro. Cinco dias depois da “fuga”, a Virgem Peregrina de Czestochowa reapareceu à luz pública, em meio de uma multitudinária procissão em Radom, presidida pelo então Cardeal Karol Wojtila e que seria mais tarde Papa: São João Paulo II. Já eram Nossa Senhora de Jasna Gora.jpgoutros tempos na Polônia e as autoridades preferiram evitar um confronto direto com a Igreja e o descrédito de atacar a devoção popular dos poloneses, por quanto permitiram que a imagem prosseguisse sua peregrinação.

Este triunfo da Santíssima Virgem, de grande significado para os poloneses, está ligado ao extraordinário fervor que a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa em Jasna Gora suscita nos fiéis. A história do ícone começa segundo a tradição no tempo dos apóstolos, já que o autor da pintura seria o próprio evangelista São Lucas e o retábulo sobre o qual foi elaborada seria uma tábua da casa da Sagrada Família. A imagem foi venerada amplamente e conservada como uma valiosa relíquia. Na Idade Média a pintura necessitou de uma restauração, mas a técnica na realidade afetou a imagem original até o ponto de ter que ser reelaborada por completo, sempre cuidando da peça de madeira original.

O ícone de estilo oriental representa a Santíssima Virgem sob sua característica principal de Mãe de Deus (Theotokos) e é considerada um dos mais representativos sinais da Fé Católica na Polônia, tendo numerosos testemunhos de milagres. A imagem original é venerada no templo do Mosteiro dos Padres Paulinos em Czestochowa, na colina Jasna Gora. (GPE/EPC)

 

 
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