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Leitura do Evangelho é caminho privilegiado, diz Dom Spengler
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 15/08/2014
 
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Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 15/08/2014, Gaudium Press) “Caminho de vida” é o título do mais recente artigo de Dom Jaime Spengler, o Arcebispo de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. No início do seu texto, o Prelado conta a história de uma lenda da tradição judaica: um certo rabino foi caluniado junto às autoridades. A acusação dizia que sua doutrina era herética e sua conduta, condenável. Por isso, foi lançado no cárcere.

Continuando o relato, o Arcebispo afirma que um dia, quando aguardava o momento de comparecer junto ao juiz, o carcereiro entrou na cela e diante da face firme e imóvel do rabino, concentrado, o carcereiro intuiu a humanidade do prisioneiro. Começou a conversar com ele e não teve medo de lançar-lhe questões difíceis das Escrituras. Por fim, perguntou: “Como se deve interpretar que Deus, onisciente, pergunte a Adão: ‘onde estás?'”.

“Crês”, perguntou o rabino, “que a escritura é eterna, abraça todos os tempos, todas as gerações e todos indivíduos?” “Sim, creio!”, respondeu o carcereiro. “Pois bem”, disse o rabino, “em todos os tempos, Deus interpela cada homem: ‘Onde estás no teu mundo?’ Dos dias e anos a ti concedidos, já se passaram muitos. Nesse tempo, tu, até onde chegas no teu mundo?’.” Deus disse, por exemplo: “Eis que já se passaram 46 anos de tua vida. Onde te encontras?’ Ao ouvir o número exato de sua idade, o carcereiro mal e mal pode se controlar. Pousou a mão sobre o ombro do rabino e disse “bravo”, mas seu coração tremia.

Para Dom Spengler, o rabino não oferece resposta à questão apresentada pelo carcereiro, mas a devolve. Conforme ele, na resposta está latente uma admoestação: Como Adão, cada ser humano tenta se esconder diante dos desafios e das responsabilidades da vida e tal atitude não é boa. O Prelado ainda explica que como a questão é apresentada, provoca reflexão e atitude.

“A questão pressupõe uma resposta pessoal. Ninguém pode respondê-la pelo outro, pois cada um, diante de Deus, é único, irrepetível. Pode servir de exemplo e auxílio. No entanto, cada um precisa responder em primeira pessoa e de forma peculiar à questão: onde estás? Não se pode fugir às responsabilidades. É necessário assumir os desafios que vêm ao nosso encontro”, avalia.

Além disso, o Arcebispo salienta que a história visa provocar a saída do próprio mundo, por vezes estreito e fechado, e despertar novos horizontes, novas possibilidades. Segundo ele, a saída indica a necessidade de atenção, pois a pergunta, como é apresentada, chega a nós de forma simples, discreta, sutil, e, por isso, sempre pode ser abafada e desconsiderada. Porém, Dom Spengler afirma que é interessante notar que a partir da percepção da mesma é que tem início o novo caminho.

“Essa questão não tem por objetivo levar a um fechamento em si mesmo, a uma espécie de ensinamentos; ao contrário, ela visa, sim, acordar, despertar o ser humano para a possibilidade do novo. No nosso empenho para compreender a possibilidade do novo, precisamos de mestres. Mestres que nos orientem, conduzam, corrijam, incentivem”, completa.

Por fim, o Prelado enfatiza que nós, batizados, temos a Jesus Cristo como nosso Senhor e Mestre, e enquanto seus discípulos somos exortados a cultivar em nós os mesmos sentimentos que foram Dele (Cf. Fl 2,5). Para tanto, ele acredita que precisamos conhecer bem quais foram esses ensinamentos e o caminho privilegiado é a leitura assídua dos Evangelhos.

“A partir da leitura diária, percebemos o modo de viver, agir, pensar e relacionar-nos com as pessoas e com Deus. Podemos certamente muito aprender com quem nos precedeu. Não repetir o que os outros realizaram! Mas podemos com eles aprender, buscando, sim, bons mestres no caminho da vida”, conclui. (FB)

 
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