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Como construir uma igreja para os pobres?
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 16/09/2014
 
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Washington – Estados Unidos (Terça-feira, 16-09-2014, Gaudium Press) Uma interessante reflexão sobre as características que deveria reunir um templo católico destinado aos mais pobres foi feita pelo Professor de Arquitetura da Universidade de Notre Dame (Estados Unidos), Duncan Stroik, para a plataforma católica Aleteia. O arquiteto apresenta uma reinvidicação de algumas das necessidades dos pobres que também deveriam ser tidas em conta, como o são as relacionadas às dimensões cultural e espiritual. “Pode um edifício da Igreja servir aos pobres espiritualmente através do material?”, questionou o artigo. “É uma proposição custosa, mas eu sugeriria que sim”.

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Vitrais da Sainte Chapelle de Paris, França.
Foto: Gustavo Kralj / Gaudium Press

Stroik começou sua argumentação assinalando o que não é um templo para os pobres. “Não é um templo para monges ascéticos que fizeram um voto de pobreza”, recordou. “Ao contrário, uma igreja para os pobres deveria ser um lugar para leigos que necessitam ser atraídos ao edifício através de formas materiais e táteis. É um respiro do mundo, que oferece um flash da Jerusalém celestial aos que vivem em Nínive”.

Uma “arquitetura de sanação”

Outra das características do que seria um templo desenhado para os pobres faz referência aos seus símbolos, que não seria “figuras abstratas ou feias”, mas “imagens belas de homens e mulheres santos que superaram o pecado para aproximar-se de Deus”. Estes símbolos tem importância, já que apontam para as graças divinas que se obtêm no templo através dos sacramentos. “Não pode ser um lugar onde o Sacramento de salvação está escondido, porque deveria ser levantado como Crusto na Cruz oferecendo a morte de seu Corpo para nossa saúde”.

“Um lar para os pobres não deveria ser uma estrutura modernista inspirada pela máquina”, acrescenta Stroik, “porque os pobres estão rodeados e inclusive escravizados pelas máquinas e a técnica”. Em seu lugar, propôs uma arquitetura mais dignificante do ser humano, inspirada na beleza da Criação de Deus. Para o autor, os que já padecem um ambiente de vida sem harmonia nem beleza necessitam “uma arquitetura de sanação, que através das proporções, os materiais e a luz espiritual traga alegria ao coração”.

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Altar Mor da Catedral de Chartres,
na França. Foto: Fr. Lawrence, OP.

Intimidade e elevação

Stroik também recorda a importância das capelas laterais e outros espaços da arquitetura sacra que permitem que os fiéis elejam com liberdade seu lugar no templo e não se sintam condicionados a ocupar um site pré-determinado de maneira forçada. “A iluminação não pode ser tão brilhante que as deficiências pessoais sejam reveladas aos outros”, acrescentou em uma consideração particular. Em seu lugar, a iluminação tênue ofereceria um ambiente de intimidade e oração.

“Uma igreja para os pobres não deveria ver-se empobrecida. É um dos poucos edifícios públicos onde aqueles que não tem status ou dinheiro são bem-vindos”, expressou o também diretor do Sacred Architecture Journal. “Os pobres podem não assistir frequentemente a um museu de arte ou um auditório sinfônico ou um hotel monumental. No entanto, um templo valioso pode dar-lhe aos pobres a mesma experiência da arte, a boa música e a nobreza pela qual as classes altas e médias estão felizes de pagar”, concluiu. “Desta maneira a Igreja reconhece que a alta cultura deveria ser também para aqueles que não tem nada”. (GPE/EPC)

 
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