Redação (Sexta-feira, 03-10-2014, Gaudium Press) Recentemente os meios de comunicação da América Latina noticiaram com estrondo que na província de Formosa (Argentina), duas mulheres desfiguraram completamente o rosto de uma menina de 15 anos, pois tinham inveja dela por ser “linda”. Dias antes ocorreu outro fato similar também na Argentina, desta vez na cidade de Rosário. Uma agressora de 17 anos fez um corte com um vidro a partir da pálpebra inferior até o outro lado do rosto em uma outra menina. As feridas circundam brutalmente o rosto e as costas da pobre jovem de Formosa. Na Colômbia já são famosas as repetidas desfigurações de rostos de mulheres com ácido. Casos desses vem se dando no mundo inteiro.
É claro que as agressoras devem sofrer de algum transtorno psiquiátrico, ou talvez atuaram sob os efeitos de substâncias psicoativas, ou simplesmente atuaram cegas por funestas paixões. Mas o fato não deixa de ser sintomático de sociedades realmente enfermas, que agora vem atacando aquilo que até a pouco tempo estava blindando com certa ‘idolatria’, a beleza física.
O que mais dizer diante disso?
Neste horror no qual o mundo vai se submergindo progressivamente, ainda existem coisas admiráveis, seres passíveis de suscitar o encanto. E diante deles há três atitudes possíveis: a admiração, a indiferença egoísta, ou a inveja amargada e por vezes barbaramente agressiva, como nos casos expostos.
Não podemos deixar de ver nesses fatos a ação do príncipe das trevas, pois eles encerram muita maldade. O movimento natural diante da beleza é a admiração, um encanto espontâneo de quem contempla o especialmente lindo, entre outras razões porque a beleza é o transcendental do ser mais sensível, é a manifestação de Deus mais primária e sensorial que há.
O instinto básico do homem é o que vai até a verdade, a bondade e a beleza, reflexos de Deus; mas sendo a beleza uma espécie de “epifania” do ser e de compêndio luminoso de todos os transcendentais, a beleza tem um grande poder de sedução junto ao ser humano, o qual naturalmente se compraz em viver em um mundo de seres, mas que sobretudo tende a extasiar-se diante dos seres particularmente belos.
No entanto, ao lado e em sentido contrário a essa força que nos move até Deus, está o pecado original, a verdadeira mãe de todos os vícios e horrores e portanto também a maldita inveja que torna a vida amarga, cinza, escura e que pode levar a horrores tais como os descritos.
Quem vencerá definitivamente? A beleza que reporta ao Criador, ou o pecado que leva a odiar tudo o que se assemelhe a Deus, incluída a beleza? Sabemos que vencerá a Beleza, pois como disse a Virgem -a Mãe da Beleza- em Fátima, por fim o seu Imaculado Coração triunfará.
Mas para que em cada homem se dê esse triunfo, temos que abrir os braços a Deus, aceitar a sua graça, recorrer a Ele na oração, ser um contemplativo e um caçador de tudo o que nos aproxima de Deus. Tudo isto para não sermos tragado pela tempestade de horror que se abate sobre o mundo.
Por Saúl Castiblanco
Traduzido por Emílio Portugal Coutinho.
