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Arcebispo de Porto Alegre faz reflexões sobre o Ano da Paz
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 15/01/2015
 
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Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Quarta-Feira, 14/01/2015, Gaudium Press) O Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Dom Jaime Spengler, refletiu em artigo sobre o Ano da Paz. Ele inicia a sua análise afirmando que a presença de Deus na terra dos homens é anunciada com uma exclamação e desejo de paz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14).dom jaime spengler (1).jpg

Conforme o Prelado, paz é o que desejam e pedem todas as pessoas de boa vontade, pois é um bem precioso, porém frágil e delicado. Ele explica que há sinais preocupantes em nossa realidade nacional que exigem reflexão, oração, diálogo e decisão.

Para Dom Spengler, há de fato de se perguntar por que tanta violência, presente em todos os estratos da sociedade?

O Arcebispo ressalta que uma possível razão dessa situação nos oferece o Papa Francisco: “Os ídolos do domínio e do poder deterioram as relações, arruínam a harmonia a ser construída com humildade serviçal e disposição maternal. Os conflitos, a violência, a indiferença diante da morte, nascem do fascínio do domínio e do poder”.

O Pontífice ainda afirma que “o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo pro­duzir maior equidade e inclusão social no mun­do. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos sacralizados do sistema eco­nômico reinante. Entretanto, os excluídos con­tinuam a esperar”.

Segundo Dom Spengler, o poder político necessita de pessoas capazes de promover o sempre necessário e autêntico diálogo entre os participantes da vida social, a fim de buscar indicações viáveis que favoreçam o saneamento das raízes profundas, e não a aparência dos males da sociedade. “A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”, diz o Papa.

Uma outra questão abordada pelo Prelado diz respeito ao fato de que se manifestam sinais preocupantes de descrédito das instituições. Ele acredita que a falta de ética na política e na economia, as expressões contundentes de corrupção em alguns setores públicos, o desrespeito pelos genuínos anseios do povo, a falta de um projeto de nação objetivo e claro são indicações que merecem atenção, reflexão, debate, oração e opções.

“Outra razão de tanta violência é certamente a drogadição, que atinge uma parcela preocupante da sociedade. O tráfico de drogas ilícitas está se tornando um poder paralelo dentro do Estado. Essa realidade não é mais uma ameaça; é realidade verificável cotidianamente”, acrescenta.

Então o Arcebispo recorda que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove em 2015 o Ano da Paz, e, há, certamente, quem se pergunte: “É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz”?

De acordo com ele, a resposta à pergunta não é fácil, no entanto, através do engajamento de pessoas de boa vontade será possível favorecer o surgimento e a consolidação de iniciativas verdadeiramente marcadas pelo desejo de salvaguardar e promover a vida humana: uma vida digna, justa, em paz com Deus, com a natureza e com os irmãos e irmãs. “Assim, a tão desejada e querida paz será possível para todos”, avalia.

Para concluir, Dom Spengler salienta que é urgente fomentar a cultura da paz, que se tornará realidade quando houver vigorosa decisão em favor de uma educação para crianças, adolescentes e jovens orientada por valores, virtudes, ética. Ele ainda ressalta que a educação dessa parcela preciosa da sociedade não pode estar sujeita a opções e decisões de alguns poucos.

“É imprescindível participar de perto da vida das unidades de ensino, ou ver a situação e a condição de tantos que ainda acreditam na força e dignidade da educação. A educação não pode estar orientada somente para o mercado de trabalho! Faz-se urgente atenção para com o humano. Faz-se necessário, ainda uma vez, recordar que a família estável é lugar privilegiado de fomento do humano e promoção da cultura da paz”, afirma. (FB)

 
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