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Bispo de Cornélio Procópio: “Conversão é antes de tudo uma experiência existencial”
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 22/01/2015
 
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Cornélio Procópio – Paraná (Quinta-Feira, 22/01/2015, Gaudium Press) O Bispo da Diocese paranaense de Cornélio Procópio, Dom Manoel João Francisco, fez uma reflexão sobre o tema da conversão. Ele inicia seu artigo afirmando que a liturgia deste domingo coloca-nos no início da vida pública de Jesus e sua pregação vem marcada por um forte apelo à conversão.Bispo de Cornélio Procópio.jpg

“Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho.”

Segundo o Prelado, às vezes pensamos que não precisamos mais de conversão, pois já somos cristãos e buscamos cumprir nossos deveres. No entanto, diante desta opinião, ele esclarece que existem vários graus de conversão, desde a mais radical em que a pessoa muda 360º em sua vida, até a mais simples, mas nem por isso, menos necessária.

Dom Francisco ainda enfatiza que conversão é antes de tudo um processo, e por isso ninguém poderá dizer: “estou convertido”. Ele recorda que, conforme os biblistas, com exceção de Isaías 30,15, em toda a Bíblia não se encontra o substantivo “conversão”. Para o Bispo, este conceito é sempre expresso através de verbos para expressar movimento, mudança, transformação: procurar a face de Deus, voltar-se para Deus, mudar de rumo, mudar de mentalidade.

Ainda de acordo com o Prelado, São Paulo é o exemplo mais claro desta realidade, pois embora tenha caído do cavalo, ou seja, tenha tido um impacto profundo em sua vida, com muita singeleza confessa que com freqüência se surpreendia fazendo o mal que não queria e deixando de fazer o bem que queria (cf. Rm 7,19).

“Ao se falar em conversão, é preciso lembrar também que, sem a graça, o ser humano não consegue voltar-se para Deus. Quando Adão e Eva pecaram, não foram eles que procuraram a Deus. Pelo contrário, foi Deus que foi ao encontro de Adão e o chamou: ‘Adão, Adão onde estás?'”, lembra o Bispo.

Ele também cita o profeta Ezequiel que, falando em nome de Deus, exclama: “Derramarei sobre vós água pura e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. Eu vos darei um coração novo e porei em vós um espírito novo. Removerei de vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei em vós o meu espírito e farei com que andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos” (Ez 36,25-27).

Já o profeta Oséias, com outra imagem, expressa o mesmo ensinamento. “Pois, agora, eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração. (…). Ela então responderá como na juventude, quando escapou da terra do Egito. Naquele dia – oráculo do Senhor – ela passará a chamar-me de ‘meu marido’ e não mais de ‘meu Baal'” (Os 2,16-18).

Por fim, o Prelado salienta que a conversão é dom que Deus faz brotar no fundo do coração das pessoas, em que a lei de Deus e os valores cristãos são como que gravados na consciência da pessoa (cf. Jr 31,33). Ele acredita que para que aconteça uma conversão autêntica não basta o conhecimento intelectual.

“Conversão é antes de tudo uma experiência existencial, envolve a pessoa inteira. Por isso mesmo, toda pessoa que passa por um processo de conversão sente a necessidade de manifestar sua mudança, adotando uma vida social justa e convidando os amigos para louvar e agradecer a Deus o dom recebido”, conclui. (FB)

 
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