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“Somos convidados a celebrar o domingo”, afirma o Bispo de Cornélio Procópio
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 30/01/2015
 
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Cornélio Procópio – Paraná (Sexta-Feira, 30/01/2015, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, em seu artigo afirma que o Evangelho que será proclamado nas celebrações do próximo domingo começa dizendo que Jesus, num dia de sábado, na cidade de Cafarnaum, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Ele enfatiza que este era um hábito de Jesus, que todos os sábados ia à sinagoga, e durante o culto levantava-se, lia uma passagem da Escritura e pregava às pessoas que ali estavam.

O Prelado ainda explica que, inspirados nesta prática, depois da morte e ressurreição do Mestre, os discípulos, continuaram a frequentar a sinagoga no dia de sábado, e, aos poucos, o primeiro dia da semana foi se tornando mais importante que o sábado. Dom Manoel recorda que foi no primeiro dia da semana que São Paulo se reuniu com a comunidade de Trôade para “a fração do pão” (At 20,7), expressão usada para dizer o que hoje é para nós a celebração da Eucaristia.

Além desse exemplo, o Bispo também lembra que em Corinto a comunidade dos discípulos tinha hábito de se reunir e celebrar no primeiro dia da semana, e no final do século I a prática estava totalmente consolidada. Para ele, a fórmula “primeiro dia da semana” foi, inclusive, substituída por outra: “dia do Senhor”, em latim “dies dominica” ou simplesmente “dominica”, que se tornou em nossa língua portuguesa “domingo”.

Outra questão levantada por Dom Manoel é que a consciência do valor e da sacralidade do domingo era tão forte que nem mesmo a distância ou o fato de ser um dia normal de trabalho impedia os cristãos de se reunirem para celebrar a memória da morte e ressurreição do Senhor, ou seja, a Eucaristia, conforme nos atesta o testemunho de São Justino em sua Primeira Apologia, escrita por volta do ano 150, e dirigida ao Imperador Antonino e ao Senado Romano.

“No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convida para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: ‘amém’. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos” (Apologia I, 67, 3-5).

Por fim, o Bispo paranaense salienta que mais forte ainda é o testemunho dos mártires de Abitínia, no Norte da África. Conforme ele, trata-se de um grupo de cristãos que, no início do século IV, lá pelo ano 304, foi flagrado quando se encontrava na casa de um deles celebrando a Eucaristia, em total desobediência às ordens do imperador Diocleciano. O Prelado esclarece que ao serem interrogados pelo Procônsul, um deles respondeu: “Sim, é na minha casa que celebramos o dia do Senhor. Não podemos viver sem celebrar o dia do Senhor”.

Para Dom Manoel, com o passar do tempo e o aumento do número dos cristãos, o dia do Senhor foi perdendo a sua força na consciência dos cristãos e a Igreja precisou legislar e exigir que fosse celebrado.

“Em nossos dias, somos convidados a resgatar a prática dos primeiros cristãos que celebravam o domingo e, eram até capazes de morrer por causa desta celebração, por pura convicção, sem nenhuma lei nem obrigação”, conclui. (FB)

 
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