São Paulo (Sexta-feira, 27-03-2015, Gaudium Press) A Campanha da Fraternidade deste ano pretende abordar com os fiéis de todas as partes do Brasil o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, refletindo ainda os aspectos fundamentais referentes ao Concílio Vaticano II, que neste ano celebra seus 50 anos.

Em seu mais recente artigo, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, ressaltou a questão da fraternidade.

“A Igreja reconhece que no mundo da natureza há uma lógica interna, que possui um sentido positivo, conferido por Deus Criador; e o próprio homem, organizando a sua convivência, é também capaz de realizar a boa obra, mesmo sem que isso dependa de um direcionamento religioso. A vida social precisa ser ordenada retamente, não por causa da religião, bem sim, por causa dos valores do bem e da justiça, para os quais devem estar ordenadas toda a vida e ação humanas”, escreveu.

Dom Odilo afirmou que a Igreja “é testemunha do Evangelho do Reino de Deus e tem uma contribuição importante a dar ao convívio social e a toda atividade humana”, uma vez que “ajuda a sociedade a encontrar mais facilmente os caminhos da retidão, da justiça e da realização da obra boa”.

“Em uma palavra, a Igreja indica a verdadeira fraternidade, como forma de convivência na grande família humana.”

A Igreja, prosseguiu, apontada para Nosso Senhor Jesus Cristo, “caminho, verdade e vida”, convida a seguir seus passos, indicando o Reino de Deus como “o grande bem para o homem, a partir do qual se julgam toda decisão e ação humanas e todos os valores terrenos”, pois por meio de sua antropologia, “ela ajuda a compreender o valor e a dignidade de cada pessoa, que deve estar no centro de toda organização social, política e econômica”.

“Com a Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil indica um valor fundamental para o convívio social: a fraternidade, expressão concreta do amor ao próximo. A Igreja ajuda a sociedade a orientar-se pela fraternidade, buscando a justiça, o respeito à pessoa e a solidariedade”, ressaltou.

Através de seus membros, o Cardeal de São Paulo lembra que a Igreja, que possui como membros cidadãos do mundo, se faz presente e atuante em toda parte, agindo na sociedade e nos demais níveis das relações sociais. “É grande o campo de atuação e testemunho cristão dos leigos”, completou.

“A Campanha da Fraternidade se encerra no Domingo de Ramos; mas os temas por ela postos e suas reflexões, bem como iniciativas suscitadas por ela, continuam ao longo do ano inteiro. Não é demais lembrar que o grande documento do Concílio, que trata das relações Igreja-sociedade, é a Constituição Pastoral ‘Gaudium et Spes’, cuja leitura e estudo são muito úteis e recomendados”, reforçou.

No final de seu artigo, Dom Odilo disse que no “Domingo de Ramos, todos somos chamados a fazer nosso ‘gesto concreto de solidariedade’, como fruto da nossa penitência quaresmal”, pois “as ofertas recolhidas servirão para apoiar projetos pastorais de caridade social, nas dioceses e, em âmbito nacional, promovidos e apoiados pela CNBB”. (LMI)