Fale conosco
 
 
Receba nossos boletins
 
 
 
Notícias


Notícias


“O processo de conversão é lento e exige perseverança”, diz o Bispo de Uruguaiana
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 20/04/2015
 
Decrease Increase
Texto
Solo lectura
0
0
 

Uruguaiana – Rio Grande do Sul (Segunda-Feira, 20/04/2015, Gaudium Press) “Processo do amadurecimento na fé” é o tema do mais recente artigo de Dom Aloísio A. Dilli, Bispo da Diocese de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em que afirma que nós cristãos já nos damos conta como é lento o processo de amadurecimento na fé. Para ele, a rica distribuição de leituras da Palavra de Deus no tempo pascal nos ajuda a entender esse fenômeno, pois com os primeiros seguidores de Jesus não foi muito diferente.

De acordo com o Prelado, os apóstolos e outros discípulos e discípulas, desiludidos com a paixão e morte do Senhor, estavam frustrados em sua esperança messiânica triunfalista: “Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel… Então ele lhes disse: ‘como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?'” (Lc 24, 21.25-26).

O Bispo destaca que nem tudo se resolveu imediatamente com um romper mágico do túmulo ou com o anúncio das mulheres, dizendo que o Senhor não estava onde fora sepultado: “Contaram estas coisas aos apóstolos, mas estes acharam tudo isso um delírio e não acreditaram. Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido” (Lc 24, 11-12).

Ele recorda que os discípulos tiveram que passar por um longo processo de amadurecimento na fé da ressurreição. Para tal, Dom Aloísio afirma que é importante analisar a figura de Tomé, um dos doze: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25). Só mais adiante surge o ato de fé: ‘Meu Senhor e meu Deus'” (Jo 20, 28).

Outro exemplo citado pelo Prelado é do evangelista São João, que relata, com três verbos (entrar, ver, crer), esse processo evolutivo de crescimento na fé, quando conta sua ida, junto com Pedro, à sepultura do Senhor: “O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, também entrou, viu e acreditou” (Jo 20, 8). O Bispo ressalta que o apóstolo que Jesus amava também entrou no verdadeiro mistério da morte e ressurreição (Páscoa), contemplou-o em sua profundidade e chegou à graça da atitude gratuita da fé.

Além disso, “eles ainda não tinham compreendido a Escritura segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20, 9). A aparição a Maria Madalena, no mesmo capítulo 20 do evangelista João, revela também uma situação idêntica. No texto grego o autor usa três termos diferentes para o verbo ver: olhar – contemplar – crer. Inicialmente, significa o simples ato de olhar; depois, tem o sentido de olhar atentamente (contemplar) e, finalmente, recebe o significado de crer: “Eu vi o Senhor” (Jo 20, 18).

“Percebemos que, enquanto os discípulos não chegaram ao ato de fé, Jesus continuou confundido com simples jardineiro (cf. Jo 20, 15) ou como único peregrino de Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu (cf. Lc 24, 18) ou ainda como visão de um espírito (cf. Lc 24, 37). Os olhos da fé dos discípulos estavam ofuscados, tinham dificuldades em ver além do Jesus nazareno, que fora crucificado. Somente aos poucos conseguem reconhecer nele o Senhor, o Messias, o Mestre”, avalia o Bispo.

Segundo ele, repetia-se o fenômeno da incredulidade dos conterrâneos de Jesus que, por isso, não conseguiam ver nele senão o carpinteiro de Nazaré, o filho de Maria (cf. Mt 13, 55.58). Para o Prelado, todos queriam sinais extraordinários para crer (cf. Mt 12, 38-40).

Por fim, Dom Aloísio salienta que esse amadurecimento na fé repete-se na história com os apóstolos de todos os tempos. Ele enfatiza que o processo de conversão é lento e exige perseverança, como nos ensina a vida dos santos e das santas.

“Agora chegou nossa vez de fazermos a experiência pascal em nossa vida, em nosso tempo. Se encontrarmos e reconhecermos o Senhor ressuscitado e nele crermos, nós seremos também suas testemunhas (Lc 24, 48; Jo 20, 18), discípulos missionários”, conclui. (FB)

 
Comentários