Notícias


Notícias


Maná, símbolo da Sagrada Eucaristia
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 28/04/2015
 
Decrease Increase
Texto
Solo lectura
0
0
 

Redação – (Terça-feira, 28-04-2015, Gaudium Press) – Pela intercessão de Moisés, o povo israelita em marcha pelo deserto obteve de Deus uma grande misericórdia: o maná, com o qual foi alimentado durante 40 anos.

manna.jpg

Após a travessia miraculosa do Mar Vermelho, os hebreus caminharam durante três dias pelo deserto, sem encontrar água.

Ter como deus o ventre

Chegaram, então, a um local onde havia água, mas não puderam bebê-la porque eram amargas. E o povo começou a murmurar contra Moisés, dizendo: “Que iremos beber?”

O profeta orou a Deus, que lhe recomendou lançar um ramo de uma determinada planta na água; Moisés assim o fez e a água tornou-se doce. Depois de se dessedentarem, continuaram a caminhada, chegaram a um oásis, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras, e ali acamparam.

Logo depois, partiram em direção ao Monte Sinai, mas os alimentos começaram a faltar. Havia 45 dias que o povo saíra do Egito.

Então, todo o povo começou a murmurar contra Moisés e Aarão, dizendo: “Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto? Para matar de fome toda esta gente?” (Ex 16, 3).

Eles somente se lembravam das comidas, mas não da escravidão e dos perigos morais a que estavam submetidos no Egito. Pode-se aplicar-lhes as duras palavras de São Paulo: “O deus deles é o ventre” (Fl 3, 19).

Codornizes e maná

Moisés e Aarão disseram ao povo que suas reclamações não eram contra eles, mas sim contra o próprio Deus.

O Altíssimo, então, afirmou a Moisés que, para alimentar o povo, mandaria carne e também faria chover pão do céu durante seis dias da semana; no sexto dia, enviaria o dobro da quantidade diária, para que no sábado as pessoas pudessem descansar e aplicarem-se de modo especial em louvar a Deus.

De fato, à tarde desse dia veio sobre o acampamento um bando de codornizes, que lhes serviu de alimento. E na manhã seguinte formou-se em toda sua extensão uma camada de orvalho que, ao evaporar-se, fez surgir “pequenos flocos como cristais de gelo” (Ex 16, 14). Ao verem os flocos, os israelitas perguntaram: “Man hu?” – o que é isto? – e daí proveio a palavra maná.

Moisés disse ao povo que era o pão que o Senhor lhes dava para comer, e lhes transmitiu as regras para colhê-lo. Ordenou que cada um apanhasse a quantidade necessária para uma pessoa, e nada guardasse para o dia seguinte, com exceção da véspera do sábado.

Algumas pessoas guardaram o maná para o dia seguinte, e ele apodreceu; outras o procuraram no sábado e nada encontraram. Moisés censurou-as por sua desobediência às ordens de Deus.

Massa e Meriba

O maná era branco e tinha gosto de bolo de mel; os israelitas foram alimentados pelo maná durante 40 anos, até o dia em que atravessaram milagrosamente o Rio Jordão, para tomar posse da terra de Canaã (cf. Ex 16, 31 e Js 5, 12).

“Moisés fez encher um vaso com este pão maravilhoso, que foi guardado na Arca da Aliança, mais tarde no templo, entre as coisas santas de Israel.”

Apesar desse estupendo milagre, os hebreus novamente se revoltaram contra Moisés quando chegaram a um local onde não havia água. Diziam eles: “Por que nos fizeste sair do Egito? Foi para matar-nos de sede junto com nossos filhos e nossos rebanhos?” Moisés clamou ao Senhor: “Que vou fazer com este povo? Por pouco não me apedrejam” (Ex 17, 3-4).

Deus ordenou ao profeta que batesse com sua vara num rochedo; ele assim o fez e jorrou água em abundância. E o varão de Deus deu o nome àquele lugar de Massa e Meriba.

Milagre dos milagres

Explica São João Bosco: “O maná é figura da Eucaristia, que conforta o homem a caminhar no deserto deste mundo, em direção à verdadeira terra prometida, que é o Céu.”

Nosso Senhor, discutindo com os judeus que contra Ele murmuravam, afirmou: “Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (Jo 6, 48-51).

O maná era tão somente um alimento, embora milagroso. Mas a Eucaristia “encerra o benefício da Criação, da Redenção, da justificação, da glorificação e de todos os bens… A Eucaristia é o milagre dos milagres, a obra-prima das obras de Deus”.

Peçamos a Nossa Senhora que nos obtenha a graça de comungarmos com frequência; e, quando não pudermos receber a Eucaristia, fazermos a comunhão espiritual.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada (25))

———————————————-

1 – CAULY, Eugène Ernest. Cours d’instruction religieuse – Histoire de la Religion e de l’Église.4. ed. Paris: Poussielgue. 1894, p. 49.

2 – História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p.73.
3 – CORNÉLIO A LÁPIDE. Apud BARBIER, SJ, Jean-André. Tesoros de Cornelio a Lapide. Madri: Librerias de Miguel Olamendi e outros. 1866, v. 2, p. 199.

 
Comentários