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Hierarquia sacerdotal
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 21/05/2015
 
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Redação – (Quinta-feira, 21-05-2015, Gaudium Press) – Deus escolheu a tribo de Levi para exercer as funções do culto. Na classe sacerdotal havia uma hierarquia composta de três graus: o sumo sacerdote, o sacerdote e o levita.

No Monte Sinai, além dos Dez Mandamentos, Deus transmitiu a Moisés decretos e leis, relativos a diversos assuntos: cerimônias religiosas, normas de comportamento moral, direito de propriedade, escravidão, etc.

“Não tomarás o partido da maioria para fazer o mal” A respeito da moral, recordamos uma norma de muita atualidade. Inúmeras pessoas hoje em dia, querendo justificar certas atitudes indecorosas que praticam, dizem: “Todo mundo faz isso…”. Entretanto, o Altíssimo afirmou: “Não tomarás o partido da maioria para fazer o mal” (Ex 23, 2).

Enquanto em todos os povos pagãos a escravidão era cruel e anti-humana, entre os israelitas ela foi amenizada; os escravos “têm seus direitos, que são salvaguardados com toda delicadeza”.

Até então, os israelitas cultuavam a Deus em altares improvisados, feitos de pedra ou lenha. Mas o Altíssimo ordenou a Moisés que fabricasse um Tabernáculo, que era uma tenda portátil de forma retangular. Todas as normas para sua construção, até nos mínimos detalhes, foram ditadas por Deus.

Tabernáculo

O Tabernáculo foi elaborado com materiais de alta qualidade, tais como: ouro, prata, cobre, tecidos de ótima categoria. Estava ele dividido em duas partes, separadas por uma cortina: a anterior, pela qual se entrava, chamava-se Santo, e a posterior, o Santo dos Santos.

No “Santo dos Santos” se encontravam:

– a Arca da Aliança, revestida “de ouro puro, por dentro e por fora” (Ex 25, 11). Nela foram depositadas as duas tábuas da Lei, nas quais estavam gravados os Dez Mandamentos, uma urna de ouro contendo o maná e o bastão de Aarão, com a qual ele fez prodígios no Egito e se tornara florido (cf. Hb 9, 4).

– dois Querubins esculpidos com ouro polido, com as asas estendidas e colocados sobre o Propiciatório, uma placa de ouro puro, que recobria a Arca.

Na parte denominada “Santo” havia:

– uma Mesa de ouro, na qual ficavam sempre 12 pães, renováveis semanalmente, chamados pães de proposição.

– o Altar dos perfumes, feito de ouro, onde se queimava noite e dia, em louvor a Deus, incenso aromático.

Vemos, assim, como em nossas igrejas, prefiguradas pelo Tabernáculo, devemos colocar tudo que temos de melhor e com pulcritude, visando a maior glória do Altíssimo.

A classe sacerdotal

Para exercer as funções do culto, Deus escolheu a tribo de Levi, representada por Aarão e seus descendentes. Na classe sacerdotal havia três graus hierárquicos: o sumo sacerdote, o sacerdote e o levita.

O próprio Moisés consagrou com óleo santo seu irmão Aarão, como sumo sacerdote. Somente ele podia entrar no “Santo dos Santos” uma vez por ano. Nas cerimônias, entre outros paramentos, o sumo sacerdote colocava sobre o peito uma peça de tecido recoberta de doze pedras preciosas, nas quais estavam gravados os nomes das doze tribos de Israel (cf. Ex 39, 8-14).

Os dois filhos mais velhos de Aarão foram ungidos sacerdotes; posteriormente, o mesmo se deu com outros da tribo de Levi. Os sacerdotes ofereciam sacrifícios e, em caso de guerra, davam o toque de alarme com duas trombetas de prata, feitas por ordem de Deus (cf. Nm 10, 8-9).

E os levitas exerciam trabalhos religiosos menos importantes. No deserto, transportavam o Tabernáculo quando o povo se deslocava para outro lugar.

Tudo isso tem significado simbólico. Afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “O sacerdócio da Antiga Lei [era] prefigurativo do sacerdócio da Nova Lei. O sacrifício no sentido pleno da palavra é o de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

E o Fundador dos salesianos escreve: “Igualmente na Igreja Católica existe uma hierarquia, cujo chefe é o Sumo Pontífice, Vigário de Jesus Cristo na Terra; depois dele e sujeitos a ele, vêm os bispos, os sacerdotes, os diáconos e os outros ministros inferiores”.

Principais festas

Os judeus celebravam quatro festas principais:

– A Páscoa, a mais importante, lembrava a saída do Egito e a “passagem” do Anjo exterminador. Essa festa durava sete dias, no primeiro dos quais cada família imolava um cordeiro pascal.

– Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa, em recordação da Lei transmitida por Deus no Monte Sinai.

– A festa dos Tabernáculos, ou das Tendas, em memória da época em que viveram em tendas no deserto.

– Expiação. Nesse dia fazia-se jejum, ofereciam-se diversos sacrifícios e holocaustos. Era o único dia em que o Sumo Sacerdote penetrava no “Santo dos Santos”. São Paulo mostra que o Sumo Sacerdote é prefigura de Jesus Cristo, que entrou no Céu com seu próprio Sangue para realizar nossa redenção (cf. Hb 9, 11-12).

A Sagrada Família e a lei mosaica

A Sagrada Família cumpria os preceitos da lei mosaica. Por exemplo, a apresentação do Divino Infante no Templo, e a Purificação de Nossa Senhora, 40 dias depois de ter dado à luz, conforme estabelece o Levítico (cf. Lv 12, 1-8).

O episódio da perda e do encontro do Menino-Deus no Templo ocorreu por ocasião da comemoração da Páscoa. Ao narrar esse fato afirma São Lucas: “Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa” (Lc 2, 41).

Que Maria Santíssima nos obtenha a graça de cumprirmos com alegria os preceitos da Santa Igreja, e de termos para com ela um amor muito maior do que os israelitas possuíam pelo Tabernáculo.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 29)

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1 – FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923, v. 1, p. 254.

2 – Matriz do pensamento de Dr. Plinio. In Revista Dr. Plinio, março 2015, p. 13.

3 – SÃO JOÃO BOSCO. História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p. 79.

 
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