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Jesus Cristo, hoje, é a Sagrada Eucaristia
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 08/06/2015
 
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Redação (Segunda-feira, 08-06-2015, Gaudium Press) Milagre por excelência -depois do que se realiza na transubstanciação- é a conversão de uma alma. De fato, uma mudança de vida radical, que equivale a um novo nascimento, é algo maior que curar um enfermo ou que ressuscitar a um morto. É, propriamente, uma nova criação.Jesus Cristo, hoje, é a Sagrada Eucaristia.jpg

Nos encanta uma vida impecável que desde as suas origens segue a mesma trajetória de integridade. Mas quando pensamos em penitentes como Santa Maria Madalena, o apóstolo São Paulo ou Santo Agostinho, não deixamos de impressionar-nos e de surpreender-nos; verdadeiramente a graça de Deus é onipotente. Impressão… e alívio: eu também posso transformar-me e renascer!

Há figuras de convertidos que marcaram profundamente seu tempo. Hoje queremos deter-nos na do Venerável Frei Agostinho Maria do Santíssimo Sacramento, cujo nome no século foi Hermann Cohen. Trata-se de um apóstolo da Eucaristia e fundador na França da Adoração Noturna. Seu semblante contribuirá para afirmar em nossas almas o amor ao sacramento Eucarístico que está na origem de sua conversão.

Nosso herói, ímpio empedernido em seus primeiros anos e observante frade carmelita depois, nasceu em Hamburgo em 1820 no seio de uma família judia. Menino prodígio, se apaixona pela música e começa a compôr com a idade de oito anos. Foi discípulo predileto de Franz Liszt.

Em sua adolescência e juventude, personagens destacados e anticatólicos de seu tempo foram seus mais íntimos amigos: seu mestre foi Felicité de Lamennais, sacerdote que acabou na apostasia. George Sand (pseudônimo), escritora adúltera que viveu sucessivamente com Mérimée, Musset, Chopin e com algum outro, o tinha como seu amigo inseparável. Admirador de Voltaire e de Rousseau, se relacionou com o filósofo ateu e anarquista russo Bakunin que frequentava os salões em voga da Europa de então.

Até que, em 1847, quando tinha 26 anos, sua vida muda totalmente. Dirigindo ocasionalmente um coro em uma igreja de Paris, ao ser dada a bênção com o Santíssimo Sacramento, experimenta (são suas palavras) “uma estranha emoção, como remordimentos de tomar parte na bênção, na qual carecia absolutamente de direitos para estar compreendido”. Não obstante, sente “um alívio desconhecido”.

Poucos dias depois, estando em Ems, Alemanha, assiste a uma Missa dominical. Este é seu valioso testemunho: “Ali, pouco a pouco, os cânticos, as orações, a presença -invisível, e sem embargo sentida por mim- de um poder sobre-humano, começaram a agitar-me, a perturbar-me, a fazer-me tremer. Em uma palavra, a graça divina se comprazia em derramar-se sobre mim com toda sua força. No ato da elevação, através das minhas pálpebras, senti logo brotar um dilúvio de lágrimas que não cessavam de correr ao longo da minha face… Oh! Momento para sempre memorável para a saúde da minha alma! Te tenho aí, presente na mente, com todas as sensações celestiais que me trouxeste do Alto… Invoco com ardor ao Deus todo-poderoso e misericordiosíssimo, afim de que a doce recordação de tua beleza fique eternamente gravada em meu coração, com os estigmas inesquecíveis de uma Fé a toda prova e de um agradecimento à medida do imenso favor de que se dignou cumular-me… Ao sair desta igreja, era já cristão como é possível sê-lo quando não se recebeu ainda o santo batismo”.

Hermann recebe o sacramento do batismo e no ano seguinte funda, com outros poucos cavaleiros, a Sociedade Noturna de Adoração do Santíssimo Sacramento com a aprovação de Dom de La Bouillerie, Vigário de Paris. A primeira Vigília Noturna foi realizada no dia 6 de dezembro de 1848. Suas novas relações e amizades são bem opostas às de sua primeira juventude: Pedro J. Eymard, João M. Vianney, Bernadette Soubirous, Pio IX…

Em 1849 professa como carmelita descalço na França. Mais tarde viaja a Londres onde funda o Carmelo e difunde com ardor o amor à Eucaristia e a Maria; (por então, Marx publicava nessa cidade El Capital…). Frei Agostinho Maria do Santíssimo Sacramento entregou sua alma a Deus estando exilado na Suíça em 1871.

Em seu fecundo ministério, não pregou jamais sem falar do mistério da Eucaristia; a isso se havia comprometido por um voto particular, que nunca defraudou. Certa vez escreveu: “Só conheço um dia que seja mais belo que o da primeira comunhão, é o dia da segunda comunhão, e assim sucessivamente”.

Todos os seus escritos têm um marcado timbre de piedade e de entusiasmo. Outro exemplo: “Oh, Jesus! Oh, Eucaristia, que no deserto desta vida me apareceste um dia, que me revelaste a luz, a beleza e grandeza que possuis! Mudaste inteiramente meu ser, soubeste vencer em um instante a todos meus inimigos… Depois, atraindo-me com irresistível encanto, despertastes em minha alma uma fome devoradora pelo Pão da vida e em meu coração acendestes uma sede abrasadora pelo teu Sangue divino… E agora que te possuo e que me feriste no coração, ah! Deixa que lhes diga o que para minha alma eres… Jesus Cristo, hoje, é a sagrada Eucaristia!”.

Muito mais se poderia dizer deste admirável propagador eucarístico, mas não é possível fazê-lo no exíguo espaço de um modesto artigo. Seu testemunho de vida, seus empreendimentos apostólicos, seus escritos espirituais e até seus compromissos musicais são de um requintado valor. Quatro cânticos de sua autoria merecem ser citados: Glória a Maria, Amor a Jesus, O Tabor e Flores do Carmelo.

Esplêndida e quão verdadeira é sua profissão de Fé: “Jesus Cristo, hoje, é a Sagrada Eucaristia”.

Por Padre Rafael Ibarguren EP, Assistente eclesiástico das obras eucarísticas da Igreja

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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