Madri – Espanha (Quarta-feira, 17-06-2015, Gaudium Press) “Da Virgem só se pode falar com o coração e com as entranhas”, disse Dom Raúl Berzosa, Bispo de Ciudad Rodrigo na Espanha, durante a entrega dos Prêmios Cari Filii 2015 em Madri. À Virgem “temos que olhá-la com os olhos profundos de Deus, porque não é uma invenção humana”, ressaltou.

Dom Berzosa matizou que, no entanto, não devemos referir-nos a ela “só com base em emotividades, intuições, ou coisas bonitas”, mas “fundamentando” esse amor.

Ao falar da Virgem, assinalou Dom Berzosa “São Mateus escreve o que os familiares de São José lhe dizem, e apresenta a Maria como o milagre de Deus”, enquanto, por sua vez, “São Lucas é o depositário dos segredos da Virgem e a introduz como alguém em quem se completam as duas primeiras bem-aventuranças: deixar a Deus ser Deus e deixar que Deus entre em nossa vida”.

Depois explicou a peculiaridade de que a Senhora do Apocalipse seja representada com a meia lua sob seus pés, algumas vezes acima e outras abaixo. Contou seu pequeno itinerário de busca de uma explicação, que lhe ofereceram alguns frades franciscanos: “A lua, Maria, brilha com a luz do sol, que é Deus. Acima, representando a cheia da graça, Maria é um espelho. Abaixo, representando como a mediadora, recebe de Deus as graças e as devolve abaixo, para nós”.

Dom Berzosa recordou também que Bento XVI resume a mariologia em cinco verbos: “Fiat (faça-se), Magnificat (alegrar-se), conservabat (meditava), stabat (fidelidade) e gaudebat (testemunho)”, verbos referidos à Anunciação, a visita a Santa Isabel, a alusão do evangelista São Lucas de que a Virgem meditava em seu coração os fatos da vida do Senhor, a firmeza da Mãe aos pés da Cruz e a alegria final da Ressurreição.

O Bispo da Ciudad Rodrigo fez uma análise da devoção mariana dos últimos Papas, e recordou algumas de suas expressões em honra da Virgem, e para animar-se a seguir seu caminho de piedade. (GPE/EPC)