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O falso profeta Balaão
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 23/06/2015
 
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Redação – (Terça-feira, 23/06/2015, Gaudium Press) – Chamado para amaldiçoar os israelitas, Balaão os abençoou, devido à intervenção de um Anjo. Entretanto, ele não foi fiel a Deus e até mesmo empregou diabólica astúcia para perder o povo eleito, sendo por isso castigado.

Continuando sua caminhada, os israelitas chegaram às fronteiras da Terra Prometida, junto ao Rio Jordão, na altura de Jericó. Vendo se aproximar aquele povo, os moabitas ficaram apavorados.

Um Anjo com espada desembainhada

Balac, rei dos moabitas, enviou mensageiros ao profeta Balaão os quais lhe ofereçam pagamento, para que fosse à terra de Moab a fim de amaldiçoar os hebreus.

Deus apareceu a Balaão e disse-lhe que não amaldiçoasse um povo que era abençoado. Mas, tendo recebido novas ofertas, esse profeta acabou rejeitando à ordem divina e, encilhando sua mula, partiu para a terra de Moab, acompanhado de dois criados.

“Deus inflamou-Se de ira pelo fato de ele ter partido” (Nm 22, 22), e enviou um Anjo para barrar-lhe a passagem. Ao ver o Anjo “com a espada desembainhada na mão, a mula desviou-se do caminho e começou a andar pelo campo” (Nm 22, 23).

Balaão se pôs a espancar a mula, que mudava de direção, mas o Anjo sempre impedia o seu percurso. Sendo cada vez mais açoitada, o Senhor fez com que a mula falasse; ela queixou-se dos golpes que recebia e, cego diante de tal prodígio, Balaão disse à mula que a mataria se tivesse uma faca…

Então, ele viu o Anjo segurando a espada desembainhada; ajoelhou-se e prostrou-se por terra. E o enviado de Deus declarou-lhe que, se a mula não tivesse desviado seu caminho, ele o teria matado (cf. Nm 22, 33).

Quatro oráculos

Balaão reconheceu seu pecado e queria voltar para sua casa, mas o Anjo ordenou-lhe que fosse ao encontro de Balac, porém somente lhe dissesse as palavras que ele, Anjo, lhe transmitisse.

Chegando junto ao rei dos moabitas, este levou Balaão ao alto de um monte, e pediu-lhe que lançasse a maldição sobre os israelitas. Entretanto, em vez de amaldiçoar, ele abençoou.

Balac conduziu-o a outro monte, e Balaão também proferiu bênçãos aos hebreus; e o mesmo sucedeu no cume de um terceiro monte.

Indignado, o rei moabita mandou Balaão regressar para sua casa, mas este afirmou que transmitira apenas o que Deus lhe comunicara. E, antes de ir embora, fez seu quarto oráculo, o mais belo de todos.

O Messias realizou de uma maneira completa esse magnífico oráculo, embora diversos trechos se apliquem também ao Rei David.

Fineias aplaca o furor de Deus

Balaão, movido pelo espírito maligno, recomendou a Balac que enviasse aos hebreus as mulheres de Madiã, a fim de corrompê-los moralmente e depois adorassem Baal; pois, assim enfraquecidos de corpo e alma, seriam derrotados.

Muitos cederam e Deus ordenou a Moisés que fossem mortos; e o morticínio começou. A lascívia chegou a tal ponto que um dos chefes hebreus, “à vista de Moisés e de toda a comunidade dos israelitas” (Nm 25, 6), pecou com uma filha de um “chefe tribal de uma das casas patriarcais de Madiã” (Nm 25, 15).

“Vendo isto, Fineias – filho do sacerdote Eleazar, portanto neto de Aarão – levantou-se do meio da comunidade dos israelitas, pegou uma lança […] e traspassou os dois juntos. Assim foi sustada a mortandade que grassava entre os israelitas. Foram 24.000 as vítimas desta mortandade” (Nm 25, 7-9).

Então, Deus falou a Moisés: “Fineias […] afastou dos israelitas o meu furor, tomado de zelo por Mim. […] Por isso decidi fazer com ele a minha aliança de paz” (Nm 25, 11-12). Após a morte de Eleazar, Fineias sucedeu-lhe na função de sumo sacerdote.

Balaão é morto, juntamente com os madianitas

Deus mandou também a Moisés e ao sumo sacerdote Eleazar que efetuassem um novo recenseamento. Isso feito, verificou-se que, entre os homens aptos para a guerra computados, “não constava nenhum dos israelitas recenseados no censo realizado por Moisés e pelo sacerdote Aarão no deserto do Sinai” (Nm 26, 64).

Conforme o Onipotente havia afirmado, todos morreram exceto Josué e Caleb, que tinham sido fiéis quando, 40 anos antes, participaram da exploração da Terra Prometida.

E o Altíssimo ordenou a Moisés que os madianitas fossem dizimados (cf. Nm 25, 16). O profeta de Deus enviou para a batalha 12.000 homens escolhidos, bem como Fineias, que levou objetos sagrados e as trombetas de alarme, pois se tratava de “uma guerra santa que se ia empreender”. Foi um grande privilégio para o sacerdote Fineias, “que tinha manifestado tanto zelo contra os madianitas corruptores de Israel”.

O ataque foi realizado e os israelitas ceifaram a vida de todos os homens madianitas; “passaram à espada inclusive Balaão” (Nm 31, 8). E foram mortas também as mulheres de Madiã, as quais, “instigadas por Balaão, levaram os israelitas a serem infiéis ao Senhor” (Nm 31, 16).

Peçamos a Nossa Senhora que nos obtenha a graça da total fidelidade a Deus, e clarividência para não sermos iludidos pelas tramas dos maus.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada (34))

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1 – Cf. FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923, v. 1, p. 516.
2 – Cf. SÃO JOÃO BOSCO. História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p.84.
3 – FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923, v. 1, p. 535.

 

 
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