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“O caminho da fé transfigurou muitos”, diz o Arcebispo de Curitiba
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 05/08/2015
 
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Curitiba – Paraná (Quarta-Feira, 05/08/2015, Gaudium Press) Por que procuramos por Deus?” é o título do mais recente artigo de Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, no Paraná. Ele afirma que esta interrogação já foi motivo de muitas páginas desde os tempos do Iluminismo, e sobre tal temática já se repetiram quase todas as opiniões, e também confusões. Conforme o Prelado, Deus foi já reconhecido como o absoluto, o onipotente, o eterno, o infinito, o ser totalizante.

No entanto, o Arcebispo salienta que Deus foi também desqualificado como invenção fantasmática dos fracos, como projeção dos nossos anseios secretos ou inconscientes, como fonte opiácea de ilusões. Ele destaca ainda que, para uns, Deus é essencial, para outros, é desnecessário. Além disso, há os que precisam dele somente nos momentos difíceis, uns que acreditam que Ele é um enigma a decifrar (ciência), e, outros, que é um mistério a experimentar (fé).

Dom Peruzzo pondera então: Qual é a razão de escolher este tema para a coluna de hoje? Ele mesmo responde que muitos leiores foram às suas igrejas no último domingo e ouviram um texto do evangelho de João (Jo 6,24-35), em que a multidão foi à procura de Jesus. Em embarcações atravessaram o lago para encontrá-Lo. E perguntaram-Lhe: “Quando chegaste aqui?” E a resposta: “…Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos saciastes” (Jo 6,26).

“É fácil perceber que uma foi a pergunta; outra foi a resposta. Do que trata essa descontinuidade? Como outrora, também hoje há multidões que se expressam religiosas. E Deus é lembrado com frequência. Os que anunciavam o fim do fenômeno religioso se surpreendem. E as conquistas da ciência parecem não bastar. Até mesmo os letrados e os bem alentados nos esquemas científicos se mostram carentes de transcendência”, explica o Prelado.

Segundo ele, o que aconteceu nos tempos de Jesus ocorre também hoje. Para o Arcebispo, não era a pessoa de Jesus e seus ensinamentos que eles procuravam, mas buscavam as vantagens que aquele “milagreiro” poderia lhes ensejar, e por isso a resposta crítica do Senhor. Dom Peruzzo afirma que não se tratava de adesão de convertidos, não havia desejo e esforço em direção a um novo modo de ser e de viver, mas buscavam a própria saciedade material, pois era uma religiosidade de egoístas.

O Prelado enfatiza que o problema de ontem continua hoje, com outras expressões, mas com as mesmas limitações. Por vezes se expressam em queixas: “Precisei de Deus, rezei, mas não me atendeu”; “Até os desonestos têm sucesso; eu, que creio e me esforço, pareço esquecido por Ele”. De acordo com Dom Peruzzo, nas horas de dor e sofrimento nossos apelos são ainda mais dramáticos.

“Não quero aqui apontar erros. Não pretendo fazer correções. Mas gostaria, sim, de propor a mim e ao leitor o que disse o próprio Senhor àqueles que o procuravam com intenções ambíguas: “Trabalhai não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna”. Esta resposta toca no sentido da vida”, avalia.

Ele continua afirmando que para quem busca a si mesmo, ou se limita àqueles do próprio convívio, tudo se esvazia com o término da própria história e existência. “Se fez algo de bom, será lembrado por algum tempo. Mas se esgota. Por outro lado, trabalhar para o que permanece até a vida eterna não é mera referência, de impossível demonstração, daquela vida depois da morte. O sentido é outro. É trazer para o presente da vida e da existência aquele mistério experimentado de encontro com Deus”, completa.

Por fim, o Arcebispo reforça que se isso se restringir a palavras, claro que tudo permanece no âmbito de uma abstração metafísica, mas se alguém quer integrar nos passos de sua vida o encontro com Deus, o caminho da fé se torna uma possibilidade real, que transfigurou os caminhos de muitos. “Quando quiseram falar de sua nova vida, as equações não serviram. Mas a paz testemunhada ilustrou”, conclui. (FB)

 
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