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Um homem tomado pelo espírito do Senhor
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 31/08/2015
 
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Redação – (Segunda-feira, 31/08/2015, Gaudium Press) – Para dizimar os filisteus, que oprimiam o povo de Israel durante décadas, Deus suscitou um varão agraciado com uma prodigiosa força:

Sansao e o leao, mural da Catacumba de Via Latina, Roma 350-400 aC.jpg
Sansão e o Leão – Mural da Catacumba da Via Latina, Roma 350-400

Todas as vezes em que os israelitas caíam numa vida de pecado, eles se tornavam submissos a outros povos pagãos. Foi isso que sucedeu quando os hebreus ficaram dependentes dos filisteus, durante 40 anos. Mas Deus, na sua misericórdia, veio em socorro de seu povo.

Com as próprias mãos, esquarteja um leão

Havia um homem chamado Manué, da tribo de Dã, cuja mulher era estéril. Um Anjo apareceu a ela e declarou-lhe que teria um filho, o qual seria consagrado ao Senhor desde o claustro materno; ele nunca deveria cortar seus cabelos e começaria a libertar Israel das mãos dos filisteus.

Ela contou o fato ao marido, o qual lhe deu total crédito. Estando juntos, o Anjo veio novamente, e Manué “ofereceu sobre a rocha um sacrifício ao Senhor que faz maravilhas” (Jz 13, 19). E o Anjo subiu aos céus.

Transcorrido o tempo normal, ela deu à luz um menino, que recebeu o nome de Sansão. Ele cresceu e “o espírito do Senhor começou a agir nele” (Jz 13, 25).

Certo dia, Sansão caminhava para visitar uma jovem filisteia com a qual desejava se casar; de repente um leão avançou sobre ele, rugindo. “O espírito do Senhor apoderou-se de Sansão que, sem nada na mão, esquartejou o leão como se fosse um cabrito” (Jz 14, 6).

Dias depois, voltando por aquela estrada, viu a carcaça do animal e nela encontrou um enxame de abelhas com mel; ele colheu uma porção de mel e o comeu.

Propõe um enigma aos filisteus

Sansão casou-se com a moça e promoveu uma festa. Tendo comparecido também 30 filisteus às bodas, ele propôs-lhes este enigma: “Do que come saiu comida e do forte saiu doçura” (Jz 14, 14). E declarou: “Se durante os sete dias da festa conseguirdes decifrá-lo, dar-vos-ei 30 túnicas de linho e 30 mudas de roupa; mas se não o decifrardes, vós me entregareis essa mesma quantidade de vestes”.

Não conseguindo encontrar a solução do enigma, os 30 filisteus conversaram com a esposa de Sansão, dizendo-lhe que ela deveria seduzir o marido para obter a resposta, e acrescentaram: “Do contrário te queimaremos com a casa de teu pai” (Jz 14, 15).

Então, a mulher começou a chorar sobre os ombros de Sansão, suplicando-lhe que lhe dissesse qual a resposta do enigma. Mas ele afirmou: “Nem mesmo a meus pais revelei o sentido, e deveria revelá-lo a ti?” (Jd 14, 16).

Enquanto durou a festa, ela fazia o mesmo. No sétimo dia, Sansão acabou lhe informando a solução do enigma; e ela logo contou aos filisteus, os quais se dirigiram a Sansão e lhe disseram: “O que é mais doce que o mel? O que é mais forte que o leão?” (Jz 14, 18).

Sansão percebeu que a mulher lhes comunicara a resposta certa, ou seja, que ela o havia traído.

Tomado pelo espírito do Senhor, ele desceu a um local chamado Ascalon e “matou ali trinta homens, despojou-os e deu as mudas de roupa aos que adivinharam o enigma. Depois, fervendo de ira, subiu para a casa do pai” (Jz 14, 19). E sua mulher foi dada a um dos filisteus…

300 raposas espalham o fogo

Algum tempo depois, Sansão foi visitar aquela mesma mulher, levando-lhe um cabrito. Mas o pai dela não lhe permitiu entrar na casa onde residiam, dizendo que ela fora dada a outro. Por isso, Sansão resolveu vingar-se contra os filisteus.

Era tempo da colheita do trigo. Ele, então, capturou 300 raposas, amarrou-lhes as caudas duas a duas e em cada dupla pôs uma tocha no meio. Depois, acendeu as tochas e soltou as raposas nos trigais dos filisteus, incendiando não só o trigo, mas também as vinhas e olivais.

Os filisteus ficaram furiosos e, sabendo que o autor do incêndio era Sansão, foram até a casa daquela que tinha sido sua esposa e a queimaram, bem como o pai dela.

E Sansão, tomando conhecimento desse crime, “atracou-se com eles [filisteus] numa luta corpo a corpo, provocando grande matança” (Jz 15, 8). Depois disso, foi morar numa gruta.

Uma queixada de burro como arma

Temendo a vingança dos filisteus, 3.000 homens da tribo de Judá cometeram um ato infame. Foram até àquela gruta, e disseram a Sansão que o iriam entregar aos filisteus. O herói deixou-se amarrar, mas pediu-lhes apenas que não o matassem.

Os traidores o amarraram com duas cordas novas, e o levaram aos filisteus. Estes, quando o viram, foram ao seu encontro com gritos de guerra.

Então o espírito do Senhor apoderou-se de Sansão e imediatamente as cordas se desfizeram. Vendo uma queixada de burro recém-morto, ele pegou-a e com ela matou mil filisteus. Os outros fugiram cheios de pânico.

Sentindo muita sede, Sansão rezou a Deus: “Tu concedeste pelas mãos de teu servo esta grande vitória. Agora, porém, vou morrer de sede ou cair nas mãos [dos filisteus]” (Jz 15, 18).

O Altíssimo atendeu seu pedido e fez brotar ali, milagrosamente, uma fonte, na qual Sansão se dessedentou. Tal manancial de água recebeu o nome de “Fonte do Suplicante”.

Peçamos a Nossa Senhora a graça de termos grande força de alma a fim de dominar nossas paixões desordenadas, para assim vencermos nós mesmos e os inimigos de Deus.

Por Paulo Francisco Martos
(In Noções de História Sagrada (43))

 
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