Fale conosco
 
 
Receba nossos boletins
 
 
 
Notícias


Notícias


“O Espírito Santo anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho”, diz o Arcebispo de Pelotas
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 03/09/2015
 
Decrease Increase
Texto
Solo lectura
0
0
 

Pelotas – Rio Grande do Sul (Quinta-Feira, 03/09/2015, Gaudium Press) O Arcebispo da Arquidiocese gaúcha de Pelotas, Dom Jacinto Bergmann, escreveu um artigo com o título “Os santos e a Palavra de Deus”. No início do texto, ele lembra que estamos no mês dedicado a Bíblia e questiona: Quem são os intérpretes mais verdadeiros e mais autênticos da Palavra de Deus? Ele afirma que o Papa Bento XVI, na sua Carta Apostólica Verbum Domini, se fez esta pergunta e que a reflexão que segue está inspirada na sua resposta.

Segundo o Prelado, a interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se não se ouvisse também quem viveu verdadeiramente a Palavra de Deus, ou seja, os santos. Ele explica que realmente a interpretação mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assíduas.

O Arcebispo ainda ressalta que não é por acaso que as grandes espiritualidades, que marcaram a história da Igreja, nasceram de uma explícita referência à Sagrada Escritura. Ele cita, por exemplo, Santo Antão Abade, que se decide ao ouvir esta palavra de Cristo: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que possuíres, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me”. Igualmente sugestivo, continua Dom Bergmann, é São Basílio Magno, quando se interroga: “O que é próprio da fé? É conformar-se com o significado das palavras da Escritura, sem ousar tirar nem acrescentar seja o que for”.

Além destes, o Prelado recorda de São Bento que, na sua Regra, remete para a Escritura como “norma retíssima para a vida do homem”. Também São Francisco de Assis ao ouvir que os discípulos de Cristo não deviam possuir ouro, nem prata, nem dinheiro, não deviam trazer alforge, nem pão, nem cajado para o caminho, não deviam ter vários pares de calçado, nem duas túnicas, logo exclamou, transbordando do Espírito Santo: “Com todo o coração isto quero, isto peço, isto anseio realizar”. Já Santa Clara de Assis reproduz plenamente a experiência de São Francisco: “A forma de vida da Ordem das Irmãs pobres é esta: observar o Santo Evangelho do Senhor nosso Jesus Cristo”.

Por sua vez, o Arcebispo continua afirmando que São Domingos de Gusmão em toda a parte se manifestava como um homem evangélico, tanto nas palavras como nas obras e Santa Teresa de Ávila, nos seus escritos, recorre continuamente a imagens bíblicas para explicar a sua experiência mística, e lembra que o próprio Jesus lhe manifesta que “todo o mal do mundo deriva de não se conhecer claramente a verdade da Sagrada Escritura”. Ele ainda cita Santa Teresa do Menino Jesus que encontra o Amor como sua vocação pessoal, quando perscruta as Escrituras; e a mesma Santa assim nos descreve o fascínio das Escrituras: “Apenas lanço o olhar sobre o Evangelho, imediatamente respiro os perfumes da vida de Jesus e sei para onde correr”.

Dom Bergmann ressalta que cada Santo constitui uma espécie de raio de luz que brota da Palavra de Deus: assim o vemos em Santo Inácio de Loyola na sua busca da verdade e no discernimento espiritual; em São João Bosco, na sua paixão pela educação dos jovens; em São João Maria Vianney, na sua consciência da grandeza do sacerdócio como dom e dever; em São Pio de Pietrelcina, no seu ser instrumento da misericórdia divina; na Beata Teresa de Calcutá, a missionária da caridade de Deus pelos últimos; e nos mártires do nazismo e do comunismo representados, os primeiros, por Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), monja carmelita, e os segundos pelo Beato Aloísio Stepinac, Cardeal Arcebispo de Zagrábia.

Por fim, o Prelado salienta que a santidade relacionada com a Palavra de Deus inscreve-se de certo modo na tradição profética, na qual a Palavra de Deus se serve da própria vida do profeta. “Neste sentido, a santidade na Igreja de Cristo representa uma hermenêutica da Escritura da qual ninguém pode prescindir. O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho seguro para efetuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de Deus”, conclui. (FB)

 
Comentários