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Dom Vincenzo Paglia: a Jornada Mundial das Famílias é um desafio múltiplo
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 23/09/2015
 
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Filadélfia – USA (Quarta-feira, 23/09/2015, Gaudium Press) – Ontem, terça-feira, 22 de setembro, iniciou-se o VIII Encontro Mundial das Famílias, um evento que foi desejado por João Paulo II e que desde 1994, a cada três anos tem uma nova edição. Nos Encontros são realizadas orações, debates, criam-se pontes e é reforçado o sagrado vínculo da família.

O oitavo destes Encontros está sendo realizado na Filadélfia, nos Estados Unidos, onde Famílias de todo o mundo lá estão.

Para dar início aos trabalhos do evento, o Arcebispo da Filadélfia, Dom Charles J. Chaput, dirigiu palavras de saudação discorrendo sobre o título e os desafios desta edição do encontro: “O amor é a nossa missão. A família plenamente viva”. Ele aproveitou a ocasião para acentuar a expectativa pela chegada do Papa Francisco que participará do evento.

Dom Vincenzo Paglia, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, não poderia deixar de estar presente a tão importante acontecimento que envolve diretamente seu dicastério.

Dom Paglia falou à Rádio Vaticano a propósito desse Encontro da Filadélfia e sobre a família de hoje. Para o Arcebispo, este encontro “é um desafio múltiplo em relação às outras edições da Jornada Mundial das Famílias. Um desafio que se chama, antes de tudo, Papa Francisco, pois é o seu primeiro Encontro das Famílias, na sua primeira viagem aos Estados Unidos, às vésperas do Sínodo de outubro próximo, após já ter sido celebrado um outro Sínodo, e com um patrimônio sapiencial que este ano, em cada quarta-feira, o Papa nos deu”.

Sobre o fato de o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, reiteradamente ter falado da necessidade de colocar a família no centro, Dom Paglia explicou o que significa colocar-se a família no centro:

“Quando nos preocupamos realmente por ela e, portanto, se vive a alegria, as lutas, mas também a esperança da família, porque na família está em jogo quer a Igreja, quer a sociedade…

A Igreja Católica está se preocupando não somente com famílias católicas, não somente com as famílias cristãs, mas com as famílias do mundo inteiro.

Devo sublinhar que o tema aqui não é a definição de família: o tema é como ajudar as famílias a viver a sua missão e a sua vocação na sociedade contemporânea, sabendo que família frágil quer dizer sociedade frágil e família forte, sociedade forte”.

Quando perguntado sobre os ataques que a instituição da família recebe com frequência. Ataques organizados por certos setores geralmente bem estruturados que procuram estabelecer o que o Papa definiu como “ditadura”, “colonização ideológica” que quer destruir a família, o Presidente do Pontifício Conselho para a Família afirmou:
“A prevalência de uma cultura individualista, como que, descobriu a astúcia de não se opor à família, mas de fragmentá-la, de submetê-la, de multiplicá-la….

Aquilo que hoje vejo como o vírus mais deletério é justamente isto: que o individualismo exalta a fragmentação, submete tudo a si mesmo. E no fundo é esta simplificação -da redução a si mesmo- que explica o medo da multiplicidade.

A questão do “gender” é o medo do complexo: para reconhecer a dignidade, devemos ser antes, todos homogêneos…

E ao invés disto não, nós temos a necessidade, como acontece desde o início da criação, de reconhecer a força e a beleza da diversidade!

Diante da ditadura do “eu”, devemos redescobrir a beleza do “nós”. E a família é o primeiro “nós” que encontramos”.

– Neste contexto, qual é a missão da Igreja, perguntou a Rádio Vaticano?

E Dom Paglia respondeu:

“Aquela de dar uma alma ou, caso se queira, uma qualidade ao amor familiar que o sacramento (do matrimônio) reforça, para que este amor leve a superar todos os limites que encontramos: antes de tudo a superar o limite do “eu”, para unir-se ao primeiro “nós”, com o homem e a mulher que se amam; a gerar filhos; superar o risco do “familismo”. E assim, pouco a pouco, até chegar ao último elo – poderíamos dizer – deste amor indispensável, para fazer de todos os povos uma única grande família”.

Foi daí, da família dos povos, que veio a pergunta sobre a paz que passa também pelas famílias e que foi assim explicado pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Família:

“Se a família vive o amor, se aprende quase que por instinto a solidariedade. O primeiro acordo é entre marido, mulher e filhos. E se não se aprende isto de pequeno, aos 15, 20 anos será tarde! E na família se tem sim em miniatura a experiência do mundo: porque é óbvio que em família se experimentam também os conflitos, mas os conflitos em família, se é como que obrigado a superá-los, caso se queira continuar. E deve-se abrir mão, deve-se renunciar! Eis porque a família e a família dos povos são fortemente entrecruzadas”.

– Aqui no (Congresso da) Filadélfia a árvore simboliza a família. Por que esta escolha? A esta pergunta, Dom Paglia respondeu:

-“Porque com raízes profundas os anciãos, com um tronco robusto, que não é o amor romântico, mas é um amor que quer construir, que exige também esforços, e que justo por isto, recolhendo a linfa das raízes e elaborando-a ao longo do tronco, pode produzir frutos que são filhos, netos. E se esta é a família, nós pensamos que o mundo deve ser uma floresta destas árvores, para mostrar que realmente esta casa comum, que é o mundo inteiro, é a casa comum da família de todos os povos”. (JSG)

 
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