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“Ela é a Teresa de Jesus, e ele é o Jesus de Teresa”, diz o Bispo auxiliar de Porto Alegre
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 29/09/2015
 
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Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Segunda-Feira, 28/09/2015, Gaudium Press) “Teresa: a andarilha de Jesus” é o primeiro de uma série de quatro artigos sobre Santa Teresa escrito por Dom Leomar Brustolin, Bispo Auxiliar de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele inicia a reflexão lembrando que, em outubro, encerram-se as celebrações do quinto centenário do nascimento de Santa Teresa, um sinal de memória e de gratidão pelas maravilhas que o Senhor realizou na mística de Ávila.

Além disso, o Prelado destaca que as celebrações indicam que a mensagem de Santa Teresa está viva e é capaz, ainda hoje, de suscitar peregrinos no caminho que ela mesma trilhou. Segundo ele, para Teresa o caminho é uma imagem muito querida, pois em suas obras, ela recorre mais de 600 vezes às palavras: “caminho” e “caminhar”.

Para a santa, esses termos têm duplo sentido: exterior e interior. Conforme Dom Brustolin, caminhamos pelo mundo, no tempo e no espaço, e percorremos também as vias do nosso eu mais profundo, procurando o sentido de ser e existir, e essa imagem reflete o dinamismo do pensamento teresiano: ela mesma será chamada, até criticamente, de “andarilha”.

“Uma contemplativa andarilha? Sim, em Teresa, o paradoxo encontra a síntese. Ela caminha apressadamente em direção ao Senhor, mas não é afobada, tem pressa, como fez Maria para ir ao encontro de Isabel. É um êxodo, um sair de si, guiada pelo encontro com o mistério divino que lhe comunicou algo maravilhoso. Nada pode reter essas mulheres de Deus. A Mãe do Senhor corre às montanhas da Judeia para levar, no ventre, o Verbo feito carne que seria precedido por João Batista”, completa o Bispo.

Ainda de acordo com o Prelado, Teresa percorre a Espanha, levando no coração o amigo e companheiro perfeito, fazendo com que suas filhas, as monjas, se aproximem do Cristo. O Bispo explica que, enquanto a Virgem Maria era “levada” por Deus e ao mesmo tempo caminhava como cristófora, isto é, carregando Cristo, Santa Teresa tinha consciência que não caminhava sozinha. Dizia ela: “Caminhemos juntos, Senhor: andarei onde andares, e por onde fores, irei também eu.” (Caminho de Perfeição 26,6).

“O que movia Teresa era um desejo incontido de Deus. Desejo: uma palavra tão ambígua em nossos tempos. Há tantos desejos egoístas, que manipulam os outros, compram sentimentos e pretendem satisfazer a sede de plenitude. Mas nada conseguem e, no final, resta o vazio. Teresa deseja seu Senhor. A etimologia da palavra desejo vem do latim: desideribus, e pode designar de-sideribus, isto é, além das estrelas, ou o que vem das estrelas; remete ao conceito de transcendência”, ressalta.

Por fim, Dom Brustolin enfatiza que ir além das estrelas, metaforicamente, é encontrar Deus. Segundo ele, Teresa caminha para além das estrelas, pois seu desejo está focado no Senhor do caminho, aquele que ela mesma quer atingir.

“Ela deseja superar todo desejo para encontrar aquele que todo coração humano busca, mesmo sem ter consciência. Por isso, Teresa coloca-se a caminho, numa estrada até então desconhecida, e só assim abre acessos novos na busca de Deus. Enquanto ela caminha em busca do Amado, na mesma via ele vai à procura de Teresa. Ela é a Teresa de Jesus, e ele é o Jesus de Teresa”, conclui. (FB)

 
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