Redação (Quarta-feira, 07-10-2015, Gaudium Press) A Santa Túnica que se crê que tenha sido utilizada por Jesus antes de seu caminho ao Calvário e de sua morte na Cruz será em breve exposta ao público por ocasião do Ano da Misericórdia. O anúncio foi feito por Dom Stanislas Lalanne, Bispo de Pontoise na França e Custódio da Túnica de Cristo.
O prelado decidiu que por ocasião do tempo jubilar, convocado pelo Papa Francisco e iniciará no próximo dia 08 de dezembro, a sagrada relíquia de Jesus Cristo se mostre ao público em uma ostentação extraordinária que começará no dia 25 de março e se encerrará no dia 10 de abril do próximo ano. A mostra excepcional ocorrerá na Basílica de Pontoise também por ocasião de seu 150º aniversário, e pelos 50 anos da Diocese.
No Evangelho segundo São João 19, 23-24, se narra muito bem que foi o que ocorreu com a Túnica de Jesus em sua condenação à morte: “Depois que os soldados crucificaram a Jesus, tomaram suas vestes e as dividiram em quatro partes, um para cada um. Tomaram também a túnica, e como não tinha costura, porque estava feita de uma só peça de cima abaixo, disseram entre si: ‘Não a rasguemos. Vamos sorteá-la, para ver a quem lhe toca’. Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre si minhas vestes e sortearam a minha túnica. Isto foi o que fizeram os soldados”.
Da narração Bíblica se passa agora aos acontecimentos históricos que marcam o percurso da sagrada vestimenta. De acordo com algumas fontes, a túnica de Jesus Cristo foi rasgada durante a Revolução Francesa. Conta-se que o pároco de Argentuil, para fugir da confiscação dos bens da Igreja, cortou a veste em vários pedaços que depois enviou aos seus fiéis. O sacerdote depois foi encarcerado, e uma vez posto em liberdade recompõem como pode a santa relíquia, mas algumas pequenas peças não puderam ser encontradas.
Sobre sua chegada à França se diz que ocorreu até o ano 800 quando foi entregue como presente a Carlos Magno, por parte da imperatriz Irene de Constantinopla, quando foi coroado como imperador. Justamente foi ele quem entregou a custódia da Santa Túnica ao mosteiro “A Humildade de Nossa Senhora de Argentuil”.
Dali, a sagrada veste sofreu alguns percalços, entre eles quando foi escondida pelos normandos dentro de um muro, mas depois reencontrada pelos Beneditinos de São Denis. Não há fontes que narrem como chegou a túnica ao lugar onde é atualmente custodiada.
O último episódio conhecido relacionado com ela foi o roubo que sofreu em 1983 por um desconhecido, mas a Túnica foi devolvida misteriosamente.
Desde que é venerada na França, a Santa Túnica foi visitada por vários reis, dentre eles Luis VII, São Luis, Francisco I, Enrique III, Luis XIII. As rainhas María de Médici r Ana de Austria, também foram alguns de seus visitantes mais ilustres.
Os organizadores da exposição esperam que para a próxima ostentação, a Túnica seja venerada por 150 mil peregrinos, superando assim os 80 mil que a apreciaram na última exposição pública que ocorreu em 1986. (GPE/EPC)
