Redação – (Sexta-feira, 04/12/2015, Gaudium Press) – O Jubileu é um dos acontecimentos mais importantes para a Igreja Católica, mas, é possível que seja difícil entender exatamente no que consiste ele.
Além disso, este Jubileu será “extraordinário”, o que pode aumentar um pouco esta dificuldade e até gerar alguma confusão.
Respostas a algumas perguntas possíveis poderão servir de esclarecimento e ajudar a entender melhor o significado desse acontecimento.
O que é um Ano Santo?
O costume de celebrar um Ano Santo vem ainda do Antigo Testamento com os judeus. No cristianismo o costume foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, no século XIV.
O Ano Santo é um período especial de reconciliação com Deus que a Igreja propõe a seus fiéis.
Qual é a diferença entre um Jubileu ordinário e um extraordinário?
Os Jubileus podem ser ordinários ou extraordinários.
Desde 1475 um Jubileu ordinário é celebrado a cada 25 anos. Um Jubileu extraordinário é convocado pelo Papa em momentos especiais.
Já aconteceram 24 jubileus ordinários e quatro extraordinários. O Jubileu da Misericórdia que foi convocado pelo Papa Francisco será o quinto dos extraordinários.
O último Ano Santo Extraordinário foi convocado por João Paulo II em 1983 e último Ano Santo Ordinário foi o do ano 2000.
Por que o Papa convocou o Jubileu da Misericórdia?
O Jubileu da Misericórdia foi anunciado em março e convocado oficialmente em abril deste ano quando foi publicada a Bula convocatória.
Em 11 de abril deste ano o Papa Francisco explicou:
“Por que hoje um Jubileu da Misericórdia?
Simplesmente porque a Igreja, neste momento de grandes mudanças históricas, está chamada a oferecer com maior intensidade os sinais da presença e da proximidade de Deus. Este não é um tempo para estar distraídos”.
E o encarregado da organização geral do Jubileu, Dom Rino Fisichella, destaca a importância espiritual do acontecimento:
“Deveria fazer nos compreender que o sentido fundamental deste Jubileu é o de entrar em nós mesmos e entender que temos uma profunda necessidade de Deus”.
Quanto tempo durará o Jubileu?
Não é necessário que um Ano Santo dure exatamente os 365 dias de um ano, O Jubileu da Misericórdia começa no dia 8 de dezembro de 2015 e se estende até o dia 20 de novembro de 2016.
Que eventos serão organizados durante o Ano Santo e quantos peregrinos estarão em Roma?
No Jubileu de 2000, Roma recebeu 25 milhões de peregrinos. Estima-se que para este Ano Santo o número de pessoas que estarão na Cidade Eterna seja aproximadamente o mesmo.
Que eventos foram organizados?
Será um ano repleto de atos e celebrações.
O mais destacado deles é a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro. Outras aberturas de Portas Santas, em Igrejas de Roma e pelo mundo, seguirão a esta de São Pedro.
O tema central que deverá dominar os eventos será a Misericórdia. O que fará com que o sacramento da confissão seja uma das peças chaves do Ano Santo.
Dom Fisichella, o organizador geral do Jubileu comentou:
“O sacramento da reconciliação terá um destaque central em todos os dias do Jubileu. Algumas Igrejas, como, por exemplo, as três que ficam mais próximas da Basílica de São Pedro estarão preparadas de modo especial para a celebração deste sacramento”.
Outros eventos já programados são uma vigília de oração sobre o perdão, em maio, e um Jubileu especial para os detentos, em novembro.
Todas as celebrações estarão indicadas na rede web do Ano Santo: www.im.va.
O que é a Porta Santa?
O Jubileu começa com o rito de abertura da Porta Santa. Do mesmo modo como o Papa Francisco fez, ainda há pouco, na Catedral de Bangui, na República Centro-africana.
No Vaticano o rito da Abertura da Porta Santa será realizado por Francisco no próximo dia 8 de dezembro, coincidindo com a Festa da Imaculada Conceição de Maria.
Normalmente a Porta Santa fica atrás de uma parede que precisa ser derrubada previamente para ela ser aberta. Quando o Ano Santo termina, a parede é reconstruída e a porta volta a ser encoberta.
Atravessar a Porta Santa é o principal gesto que realizam os peregrinos. E ele representa muito mais que o simples cruzar de uma porta.
Quem decide atravessar a Porta Santa quer demonstrar com este ato que tem a decidida resolução de, arrependido e reconciliado com Deus, recomeçar uma nova vida de Fé. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com Rome Reports)
