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Papa Emérito Bento XVI comenta em biografia sua relação fraterna com Francisco
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 26/08/2016
 
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Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 26-08-2016, Gaudium Press) Em conversa com o teólogo Elio Guerriero, o Papa Emérito Bento XVI revelou alguns detalhes sobre seu relacionamento fraterno com o seu sucessor, o Papa Francisco, entre outros assuntos pertinentes a sua vida e obra.

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Autor de uma biografia de Bento XVI intitulada “Servo de Deus e da humanidade”, Guerriero lançará sua obra no dia 30 de agosto.

Para escrever os capítulos finais, Elio foi ao Mosteiro “Mater Ecclesiae”, no Vaticano, local onde o Papa Emérito reside desde a renúncia em 2013.

Na ocasião, o ponto central da entrevista foi o relacionamento de Bento XVI com o seu sucessor. Sem precedentes históricos sobre a convivência de “dois papas” no Vaticano, o Pontífice Emérito se diz muito grato a Deus por esses momentos.

Ano da Fé e a JMJ Rio 2013

Segundo a matéria publicada pela agência Ansa, ao falar sobre o Ano da Fé e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013), Bento XVI manteve-se sereno quando respondeu sobre esses assuntos. Além disso, relacionou esses eventos com sua histórica renúncia ao Pontificado.

Da mesma forma quando, na época, comunicou ao Colégio Cardinalício e ao mundo sobre sua decisão, tinha em mente que “essa renúncia era um dever”.

“Eu gostaria de concluir o Ano da Fé e de escrever a Encíclica sobre a Fé que deveria encerrar o percurso iniciado com ‘Deus Caritas Est’, mas em 2013 tínhamos muitos trabalhos que eu não conseguiria terminar”, confessou.

Conforme Bento XVI, “a data para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro já estava fixada, mas eu não me sentia capaz de fazê-la. Após a ida a México e a Cuba (últimas viagens de seu Pontificado), não conseguia mais realizar viagens muito longas. Mas, como fixou João Paulo II, nessas jornadas a presença do Papa é indispensável. Não poderia pensar em uma conexão televisiva, ou outras formas tecnológicas. Também por essa circunstância a renúncia para mim era um dever”.

“A Fé é uma graça, um dom generoso de Deus aos fiéis. Eu tinha a convicção que o meu sucessor, assim quando chegasse, igualmente levaria como quisesse o Senhor a iniciativa começada por mim”, declarou, referindo-se à Francisco.

O momento em que decidiu pela renúncia

Ao longo de uma viagem ao México, o Papa Emérito começava a amadurecer a decisão de renunciar ao ministério petrino. “A viagem foi muito bonita e comovente”, contou. Mas nos dias seguintes, prosseguiu, “experimentei os limites da minha resistência física. Me dei conta que não tinha mais condições de enfrentar no futuro voos intercontinentais, os fusos horários. Naturalmente, de forma clara, não teria condições de ir para JMJ Rio 2013, daquele momento em diante, deveria decidir o tempo de forma breve para a minha retirada”.

“Precisava pensar em coisas práticas, por exemplo, onde viveria depois da renúncia? Bento XVI se lembrava de uma iluminação de São João Paulo II, na qual tinha decidido que o mosteiro ‘Mater Ecclesiae’, no passado casa do diretor da Rádio Vaticano, se tornaria “um lugar de oração contemplativa, como uma fonte de água viva no Vaticano. Assim, foi aberta para mim de forma natural onde seria o lugar que eu poderia continuar a serviço da oração”.

Relacionamento Fraterno com seu sucessor

Quando foi perguntado sobre a escolha de Jorge Mario Bergoglio, então Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, como o 266º Papa da Igreja Católica, o Santo Padre Emérito, prontamente, expressou: “depois de dois papas provenientes da Europa Central, o Senhor estava desenhando como parecia à Igreja universal, e nos convidou para uma comunhão mais ampla, mais católica”.

“Pessoalmente, desde o início eu estava profundamente tocado pela extraordinária disponibilidade humana do Papa Francisco comigo. Imediatamente após a sua eleição, ele me ligou. Sem sucesso, me chamou mais uma vez depois de um encontro com a Igreja universal do balcão da Basílica de São Pedro e me falou com grande cordialidade. Desde então, temos um relacionamento maravilhosamente paternal-fraternal. Ele muitas vezes me manda pequenos presentes, cartas pessoais. Antes de embarcar em viagens longas, o Papa Francisco nunca deixa de me visitar. A bondade humana com a qual ele me trata, é para mim uma graça especial nesta última fase da minha vida. Eu só posso ser grato. O que ele diz sobre ir ao encontro dos outros, não são apenas palavras. Ele põe em prática comigo. Que o Senhor o faça sentir sempre mais a Sua bondade. Por isso eu rezo a Deus por ele”, ressaltou.

O livro sobre Bento XVI com o prefácio do Papa Francisco

“Todos na Igreja temos uma grande dívida de gratidão para com Joseph Ratzinger-Bento XVI pela profundidade e o equilíbrio do seu pensamento teológico, vivido sempre ao serviço da Igreja, até às responsabilidades mais elevadas”, escreve Francisco, no prefácio da nova biografia sobre Bento XVI.

Francisco aceitou o convite para prefaciar a obra, elogiando a “coragem e determinação” com que o seu antecessor teve, colocando a Igreja em um caminho de “renovação e purificação”.

Durante seu texto, o Papa Francisco fala em uma espécie de “ligação espiritual” que considera “particularmente profunda” com Bento XVI. Além disso, agradece a presença e a oração do Papa Emérito pela Igreja.

O prefácio foi divulgado, na íntegra, pelo jornal “Avvenire”, da Conferência Episcopal Italiana. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações Ansa

 
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