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Tesouros da Igreja


A Grand-Place de Bruxelas
 
AUTOR: GUY GABRIEL DE RIDDER
 
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Dir-se-ia que seus esplendorosos edifícios foram construídos para manifestar o bom gosto de ilustres príncipes ou ostentar a riqueza de grandes potentados. A realidade, entretanto, é bem diversa...

Ao apreciar a Grand-Place de Bruxelas, na Bélgica, compreende- se o motivo pelo qual Victor Hugo a considerava a mais bela do mundo. Composta de esplendorosos edifícios harmônicos entre si, causa ela uma impressão das maisBRUXELAS_2.JPG agradáveis pela distinção e nobreza do conjunto. Dir-se-ia tratar-se de uma catedral com sua alta torre, cercada de palácios que se aconchegam a seu redor, cada qual procurando manifestar o bom gosto do ilustre príncipe ou a riqueza do grande potentado que mandou construí-lo.

A realidade, entretanto, é bem diversa: a maior parte desses belos edifícios eram sedes de corporações de ofício, erguidos em torno do Hôtel de Ville, ou seja, em termos atuais, sedes de sindicatos de trabalhadores manuais e do comércio, cercando a Prefeitura Municipal. Para o homem moderno, talvez seja difícil imaginar algo assim, mas a Grand-Place é bem um símbolo da dignidade que cercava o exercício das atividades dos artesãos, trabalhadores e comerciantes na baixa Idade Média.

As corporações de ofício foram se constituindo na Europa, a partir do século XII, tendo em vista a necessidade que os artesãos e trabalhadores no comércio sentiam de preservar a identidade da respectiva categoria profissional. Perante seus próprios associados, a corporação exercia o papel de reguladora da boa qualidade dos serviços, dos preços dos produtos, da margem de lucro, da aprendizagem, etc. Perante o poder público, e também de outras associações particulares, ela era o órgão de defesa dos interesses de seus afiliados.

Em Bruxelas, concretamente, as corporações acabaram por tornar-se um símbolo da autonomia burguesa face ao governo dos Duques de Brabante.

Nem todos os atuais edifícios são os originais: vários foram reconstruídos após o bombardeio das tropas francesas de Luís XIV, que arrasaram, em 1695, a maior parte das construções medievais. A casa do Rei, por exemplo, foi reerguida em 1873, em estilo neogótico.

Um costume relativamente recente tem contribuído a realçar de forma especial a beleza desse ímpar conjunto arquitetônico. Desde 1976, a cada dois anos, no dia 15 de agosto, um magnífico tapete composto de cerca de um milhão de begônias de vivas cores, cobre o piso da praça, proporcionando um espetáculo verdadeiramente feérico! ( Revista Arautos do Evangelho, Novembro/2009, n. 95, p. 50-51)

 
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