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Tesouros da Igreja


Contemplar a terra de um angélico patamar
 
AUTOR: DIEGO FAUSTINO MAIA
 
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Para subir, os balões necessitam desfazer-se de lastros e amarras que os prendem ao solo. Também a alma deve fazer o mesmo...

Foi na requintada França do século XVIII que os irmãos Jacques-Étienne e Joseph-Michel Montgolfier, filhos de famoso fabricante de papel de Lyon, fizeram voar um balão de ar quente em público pela primeira vez na História.

O curioso artefato, cuja cobertura era decorada com os emblemas reais – a flor de lis dourada sobre fundo azul – levava balao.JPGem um cesto uma ovelha, um pato e um galo. Após sobrevoar por três quilômetros o parque de Versailles, aterrissou suavemente, e a ovelha, como recompensa, foi terminar seus dias nos admiráveis gramados desse domínio real.

A notícia da aventura aérea correu o mundo, e os homens começaram a sonhar. Idearam balões cada vez mais ousados, das mais variadas formas e cores. Redobraram os desafios, aperfeiçoaram as técnicas – substituindo, em certas ocasiões, o ar quente por hélio – e beneficiaram-se da leveza dos novos materiais para tornar realidade esses sonhos. Assim, hoje é possível organizar concorridos festivais como o de Albuquerque (EUA), no qual se exibem balões das mais variadas formas: de torres medievais ou castelos, a abelhas ou sorvetes… Tudo feito com o maior esmero, visando causar a impressão de se estar em um mundo irreal, maravilhoso.

Ao contrário dos aviões e helicópteros, que sobem ruidosamente, os balões são impelidos para o céu num silêncio e lentidão majestosos, convidando os que permanecem em terra a uma aventura fora do comum: “Vinde conosco, parecem dizer, que nós vos levaremos a contemplar de perto um mundo extraordinário, que jamais homem algum viu”. E, lá vão os balões contemplar tudo de um patamar angélico…

                                                                            * * *

Para subir, os balões necessitam desfazer-se de lastros e amarras que os prendem ao solo, do contrário jamais conseguiriam voar. Simbolizam assim a alma humana: para que ela possa se alçar até os grandes panoramas da vida sobrenatural, precisa romper com seus defeitos e apegos, pois, atada a eles, jamais conseguirá se elevar do terra-a-terra.

Necessitam também manter uma fornalha que os encha de ar quente, para poder ascender. Assim é na vida de cada pessoa: quanto mais ela se afervora nos atos de piedade, mais sobe na vida espiritual, e mais deseja alcançar a santidade; por outro lado, quanto mais ela se esfria, mais perde o ânimo e o desejo de progredir, e desce…

Voar pelos céus, contemplar belos panoramas, ter grandes horizontes, atrair para nobres ideais os que são capazes de admirar, eis a grande lição que nos dão os lindos balões. (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2009, n. 90, p. 50-51)

 
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