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Tesouros da Igreja


Fontes e Chafarizes, requinte de civilização
 
AUTOR: SYLVIO MARTINS
 
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Uma das mais belas e atraentes invenções do engenho humano, as fontes e os chafarizes são um sorriso e um requinte de civilização. Em meio à azáfama moderna, nos convidam à reflexão

Fontes e chafarizes brincam com a água, distraindo o homem. Suas águas murmurantes e cristalinas, esvoaçando ao ar chafariz..jpgcomo se quisessem voltar ao estado de vapor e voar, lançamse para o alto mais parecendo asas de pássaros míticos, saídos do Paraíso.

Para quem sabe apreciá-los, os chafarizes e as fontes despertam mil disposições retas de espírito, convidando à prática das virtudes mais delicadas. Eles parecem comunicar uma agradável sensação de pureza e frescor ao ambiente, e seus vigorosos jatos que se projetam para cima parecem nos conclamar: Corações ao alto!

E quando seus jatos atingem o máximo de sua estatura, parecem convidar o homem a uma extraordinária mobilização de energias para retirar de dentro de si todo o potencial de ascensões a que Deus o chama.

Um homem de vastos horizontes bem pode encontrar junto a uma dessas fontes ou chafarizes a inspiração para elaborar grandes planos de ação, motivado pela sugestiva ambientação que eles criam. Uma pessoa “estressada”, contemplando o alegre movimento das águas, pode ali recuperar aquele delicioso bem-estar do equilíbrio, da objetividade, da tranqüilidade que a fadiga lhe roubou.

* * *

Na concepção de quem construiu essas maravilhas, cada homem é como um chafariz, feito para projetar sobre os acontecimentos,chafariz.....jpggrandes ou pequenos, uma infinidade de belezas postas pelo Criador em sua alma. O vigor dos jatos de água que emergem das entranhas da terra e vão povoar as alturas, formando lindas cortinas líquidas osculadas pelos raios do sol, dá-nos alguma idéia da leveza de espírito das pessoas inocentes.

As miríades de gotinhas que esvoaçam ao redor do chafariz, levadas pelo vento, convidam nosso pensamento para a consideração das infinitas maravilhas de Deus que elas parecem querer atingir em seu etéreo vôo.

Como diz o Salmista, Deus deu o sol para todos, justos e pecadores, ricos e pobres. E a água também…

A água!… Nesse líquido tão simples e tão precioso, quis Jesus imergir para receber o batismo do Precursor, no rio Jordão. Com esse gesto Ele, de alguma forma, abençoou as águas do mundo inteiro – dos mares, rios e lagos, dos chafarizes e poços, enfim, todas elas ficaram mais puras a partir daquele dia!

Na contemplação das águas que sobem e descem, calmas e constantes, o homem se sente convidado a degustar as delícias da ordem interior, das proporções do mundo que o cerca, distinguindo com calma o bom do que é mau, o verdadeiro do falso, o belo do feio, enriquecendo assim seu universo interior.

Enfim, os chafarizes, ao lançarem as águas para o céu, lembram ao homem a virtude da gratidão que ele deve a Deus e o convida a uma filial e jubilosa ação de graças, porque de Deus nós saímos, não para nos arrastarmos pelo rugoso casco desta terra de exílio, mas para a Ele retornarmos em alegre restituição. (Sylvio Martins; Revista Arautos do Evangelho, Jan/2005, n. 37, p. 50-51)

 
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