Na Quinta-feira Santa, com vistas a manifestar de uma forma sensível a majestade da Ceia do Senhor, permite-se, neste dia, somente, a celebração de um Sacrifício Eucarístico em cada igreja.
Por outro lado, a Missa de Quinta-Feira Santa é uma das mais solenes do ano litúrgico, onde também se comemora a instituição do ministério sacerdotal.
Contudo, os ritos do Tríduo Pascal tiveram sua origem em Jerusalém, nos primeiros séculos, nos mesmos lugares onde se deram os acontecimentos comemorados.
Neste então, celebrava-se três Missas:
A primeira para a reconciliação dos penitentes;
A segunda, chamada de Missa Chrismalis, para abençoar os santos óleos, isto é, aqueles que serviriam para ungir os doentes, para ministrar o Santo Crisma. Também era abençoado um óleo específico para os catecúmenos, pois, tal como os atletas do circo eram ungidos antes da luta, também eles o eram antes de se empenharem no último e definitivo combate contra o demônio, para receberem o batismo.
Ao anoitecer, por fim, celebrava-se a terceira Missa, comemorando a Ceia do Senhor, onde foi instituída a Eucaristia. Era a Missa in Coena Domini. Logo depois os fiéis passavam a noite em vigília no próprio Horto das Oliveiras.
Atualmente, ao fim da cerimônia o Santíssimo Sacramento é solenemente transladado para o local onde se encontra o Monumento, diante do qual todos poderão fazer vigílias junto a Nosso Senhor Sacramentado, com vistas a consolá-lo durante a sua Agonia no Horto das Oliveiras.
Uma vez que não se celebra Missa na Sexta-Feira Santa, por ser o dia em que o Divino Redentor ofereceu na Cruz o Seu único sacrifício pela Redenção da humanidade, sempre houve a necessidade de guardar as espécies eucarísticas da Missa de Quinta-Feira Santa. Nos primórdios da Igreja, os cristãos levavam consigo a Eucaristia, a fim de a consumirem na Sexta-Feira Santa. Com o passar do tempo esta prática caiu em desuso e as espécies eucarísticas passaram a ficar guardadas na sacristia.
O costume de realizar uma procissão solene, isto é, com velas, incenso e cânticos, para a transladação do Santíssimo Sacramento, surgiu no apenas no século XI. Este cerimonial significa o sepultamento de Nosso Senhor.
Atualmente em alguns lugares há uma solene adoração eucarística até meia-noite, em ação de graças pelos dons concedidos por Nosso Senhor. Após a meia-noite, deve o fiel voltar o pensamento para a Paixão de Cristo.
Após a Missa da Ceia do Senhor retira-se as toalhas do altar, bem como os castiçais. É a denudação do altar, a qual simboliza a denudação de Cristo antes de sua crucifixão.
Pois aquele que é a Pureza foi despojado de suas vestes, e os impuros O escarneceram em sua pureza. E Nosso Senhor, digno de toda reverência, resistiu às chacotas dos corrompidos.
Não parece insignificante que resista à chacota quem já resistiu a tantos tormentos? Entretanto, mais esta lição nos era necessária. Pelo desprezo de uma criada, São Pedro negou. Quantos homens terão abandonado Nosso Senhor pelo medo do ridículo!
O Divino mestre enfrentou o ridículo. E nos ensinou que nada é ridículo quando se pratica a virtude.
Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo que nos ensine a refletir em nós a majestade de Seu Semblante e a força de Sua perseverança, quando os ímpios usarem contra nós a arma da ridicularização.
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