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Catecismo


O Tesouro da Confissão
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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Quantas vidas não terão mudado, quantos trágicos caminhos não terão se transformado em uma luminosa via, dentro da silenciosa penumbra de um pequeno confessionário?

Dentre os sacramentos instituídos por Nosso Senhor para a salvação dos homens, um dos que certamente mais reflete sua misericórdia infinita é o da Confissão. Que alívio é para um cristão o saber que, no momento em que o sacerdote pronuncia a fórmula da absolvição, o próprio Deus perdoa as suas faltas, por maiores e mais numerosas que sejam. Quantas vidas não terão mudado, quantos trágicos caminhos não terão se transformado em uma luminosa via, dentro da silenciosa penumbra de um pequeno confessionário?

Alguns pequenos fatos a respeito dessa maravilhosa instituição cristã mostram-se extremamente úteis tanto para a formação quanto para a edificação espiritual dos fiéis.

Eu sou mais culpado que tu!

A confissão é a porta do Céu aberta até para os maiores pecadores e, por isso, ninguém deve se desesperar. Um dia o Pe. Milleriot SJ, falecido em 1882 em Paris, pregava um retiro e, falando da misericórdia, exclamava pitorescamente:

– Senhores, uma suposição! Se Judas, em vez de se desesperar e de se perder, fosse se encontrar com São Pedro e lhe dissesse:

– Queres escutar minha confissão? São Pedro responderia:

– Ajoelha-te aí e comece.

– Oh! Eu sou muito desventurado, Pedro, eu vendi e traí meu Mestre.

– Fizeste só isso? Eu sou mais culpado que tu, eu O traí três vezes! Faça teu ato de contrição, e eu te darei a absolvição.

Um homem sem pecado

Um alto magistrado, em conversa com o padre de uma pequena paróquia, permitiu-se debochar da religião e, dentre outras coisas, da Confissão.

– Senhor padre – disse ele – eu não me confesso, pela simples razão de que não cometo pecados.

– Isso pode ser – replicou o sacerdote – e fico desgostoso a seu respeito, pois, de fato, existem pessoas que não pecam, mas conheço só dois tipos: aqueles que ainda não chegaram ao uso da razão e aqueles que a perderam.

Mas, pediste-Me alguma vez perdão?

Um santo teve uma visão na qual via Satanás de pé e de frente para o trono de Deus, o qual pôs-se a ouvir o que o espírito maligno lhe dizia:

– Por que me condenastes, se Vos ofendi apenas uma vez, dado que salvastes milhares de homens que Vos ofenderam várias vezes?

E Deus lhe respondeu:

– Mas, pediste-Me alguma vez perdão?

Um ídolo adorado

– Queres que eu te cure da gota? Então, promete-me que quebrarás todos os teus ídolos – disse um dia São Sebastião a um prefeito de Roma.

– Prometo-te.

O prefeito os quebrou, exceto um. E a gota continuava piorando cada vez mais. Então o santo explicou-lhe a necessidade de quebrar também o ídolo escondido que ele ainda adorava.

Quantos pecadores esquecem a contrição necessária, pois não ousam quebrar o ídolo meticulosamente escondido em seu coração! O prefeito só foi curado depois de cumprir completamente a promessa.

Uma restituição

Santo Antonino disse certa vez a um demônio que estava perto do confessionário:

– Que fazes aí?

– Estou restituindo.

– Oh! Que impressionante! Tornaste- te bem sábio!

– Sim, enquanto quero fazer cair um pecador, tiro-lhe toda vergonha, e agora, quando se trata de confessar, eu a devolvo.

Nem levaria isso em conta

Foi perguntado certo dia a um santo:

– Se, entrando numa igreja, visses dois confessionários, um ocupado por um padre e outro por um anjo, a qual irias de preferência?

– Nem levaria isso em conta – respondeu o homem de Deus – pois no confessionário não há mais homem nem anjo, mas apenas Jesus Cristo.

É necessário confessar-se e comungar na Páscoa

Em maio de 1883, um homem do mundo com problemas em seus negócios foi pedir assistência a Dom Bosco, então de
passagem por Paris. Este, em vez de perguntar-lhe sobre seus negócios, replicava simples e muito docemente:

– Pois bem! É necessário confessar- se e comungar na Páscoa.

– Na situação de espírito em que me encontro é impossível, não tenho um momento sequer.

– Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

– Mas… mas… mas… – o homem dava todas as más desculpas de costume.

– Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

– Mas, alguma coisa o senhor me disse e eu não fiz?

– Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

Aquilo estava se tornando irritante; o homem de negócios zangou-se um pouco e terminou por dizer:

– Bem, é verdade, há quarenta anos que não comungo na Páscoa.

Por outro lado, o homem de Deus não se irritava, e repetia com a mesma calma:

– Pois bem! É necessário confessar- se e comungar na Páscoa.

No dia seguinte o homem de negócios retomou o caminho da Igreja para ocupar-se do único assunto que temos neste mundo: confessou-se e comungou na Páscoa.

(Traduzido, com adaptações, de “L’Ami du Clergé”, 1908, pp. 350-352; 508-509) – (Revista Arautos do Evangelho, Fev/2008, n. 74, p. 30-31)

 
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