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Espiritualidade


A hora do xeque-mate
 
AUTOR: MARCELO REZENDE COSTA
 
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Uma partida de xadrez proporciona ao homem atraente repouso e o ajuda a desenvolver o raciocínio. Mas  pode também nos levar a considerar a grande batalha da vida.

Nas longínquas paragens do Oriente, envoltas em mistérios e grandezas, com palácios que parecem aflorar do mundo dos sonhos, nasceu um dos mais interessantes passatempos: o jogo de xadrez. Surgido na Índia, segundo consta, antes da Era Cristã, atravessou as vastidões da distância e do tempo: de lá passou para a China, o Japão, a Coreia, e também para a Pérsia e a Arábia, chegando por fim à Europa, de onde acabou se espalhado por todos os países da Terra.

Os lances desse duelo travado por dois “exércitos” de 16 peças, sobre um tabuleiro de 64 quadrados pretos e brancos, bem podem simbolizar os combates que todo cristão precisa vencer ao longo da sua vida. A bem dizer, cada uma das peças deste jogo parece querer transmitir algum ensinamento para o nosso espírito.

Postados na primeira linha de batalha, os peões avançam decididos diante das dificuldades da luta, dispostos a qualquer sacrifício, sem se deixar intimidar pelas ameaças dos adversários. São, assim, exemplo de como deve agir todo cristão perante as provações, neste vale de lágrimas.

O movimento profundo e retilíneo das torres simboliza a integridade de alma do homem honesto, o qual trilha o caminho do dever sem em nada se desviar. Estas peças dão-nos também o exemplo do holocausto: no lancexadrez..jpgdenominadoroque, trocam de posição com o rei para protegê-lo das ameaças do adversário, oferecendo para isto, se necessário, a própria “vida”.

A presença dos bispos nos traz à mente a importância da oração, meio seguro para o homem atravessar as mais duras provas sem se deixar manchar pelo pecado. Esgueirando-se em sentido diagonal, estas pedras transpassam agilmente as fileiras do adversário, atingindo eficazmente o seu objetivo.

Capazes de saltar em forma de “L”, os cavalos evocam o modo de agir dos missionários enviados pela Santa Igreja a todas as partes do mundo. Quantos obstáculos devem eles superar em sua pugna por conquistar almas para Cristo!

A mais versátil, elegante e forte das peças do xadrez é a rainha. Ela avança em qualquer direção para todas as posições do tabuleiro, sem que nenhuma outra possa superá-la em agilidade ou poder. Ela se assemelha assim à Auxiliadora dos Cristãos, sempre pronta a socorrer quem A invoca nos momentos de perigo ou necessidade.

Entretanto, todos os lances de defesa ou de ataque se dão em função do rei. Ele é a peça central deste jogo, e a luta por defendê-lo conduz- nos a uma bela comparação: no grande “xadrez” da vida, o “rei” a ser resguardado é a nossa própria alma.

Cabe a nós conservar íntegra essa valiosíssima peça, utilizando para isto a perseverança dos peões, a retidão de espírito das torres, a impostação sobrenatural dos bispos, a agilidade missionária dos cavalos e, sobretudo, a força e prontidão da rainha, sempre disposta a proteger como extremosa Mãe cada um dos seus queridíssimos filhos.

Então, não percamos tempo! A partida já começou. Para alguns, até, talvez esteja próxima a hora de dar, ou de receber, o “xeque-mate”… (Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2010, n. 104, p. 50-51)

 
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