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Espiritualidade


As almas cor de ametista
 
AUTOR: EP
 
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Da ametista não se pode dizer que seja uma pedra carrancuda, abrutalhada ou cheia de azedume. Pelo contrário! Quanta bondade, afeto e benquerença ela nos transmite!
Primeira Missa no Brasil, por Victor Meirelles
-Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

   Ao descrever a psicologia humana usamos em vá- rias ocasiões, para não dizer sempre, símbolos, metáforas ou figuras que nos ajudem a exprimir verdades mais elevadas. Dada a nossa necessidade de conhecer por meio dos sentidos, afirmamos, por exemplo, que certos olhares são vastos como o mar, ou fulgurantes como uma estrela; equiparamos as dificuldades e provações pelas quais passamos com procelosas tormentas; ou comparamos com um serelepe alguém cheio de vivacidade e energia.

   Nesse mundo de analogias, as cores possuem um papel todo especial. Diz-se que o verde representa a esperança; o vermelho, o fogo da caridade; o branco, a pureza; o azul, a serenidade e o equilíbrio… Ora, assim como tais imagens podem ser usadas para aprofundar na psicologia humana, elas podem servir também para descrever povos e nações.

   Percorrendo as vastidões deste nosso país-continente, nos encantamos ao saborear os diferentes aspectos de cada região: as comidas, os sotaques, a vegetação, a cultura. Lancemos um olhar de Norte a Sul do Brasil, de Leste a Oeste. Que encanto! Que vastidão! Quanta abundância de tesouros depositados pelo Criador nesta bem-amada Terra de Santa Cruz!

   Caro leitor, proponho que se detenha por um momento e medite se, em sua opinião, há algum símbolo que sintetize e abranja tanta riqueza. Ou, indo um pouco mais longe, se seria capaz de achar uma cor ou algum objeto material que a represente satisfatoriamente.

   A resposta talvez pareça difícil, mas, na realidade, não se encontra longe de nós. Deus foi tão dadivoso para com esta terra que espalhou por ela minas e mais minas de um sublime minério: a ametista. E, no nosso parecer, ela bem poderia ser o símbolo que procuramos.

   A ametista? – perguntará surpreso alguém. Como um povo tão vivo e expressivo se sentiria representado por uma discreta gema, à qual costuma se atribuir o poder de trazer a paz e acalmar o espírito? Mas não nos deixemos levar pelas primeiras impressões…

   Da ametista não se pode dizer que seja uma pedra carrancuda, abrutalhada ou cheia de azedume. Pelo contrário! Quanta bondade, afeto e benquerença ela nos transmite! Além do mais, sua coloração entre o roxo e o lilás nos faz lembrar o sofrimento: um sofrimento suave, isento de recriminações, levado com resignação e alegria. Caberia descrevê-la, então, como uma pedra bondosa e sofrida, que esparge amabilidade e afagos, que consola e protege.

   Será que Deus espalhou por acaso em todo nosso território essa tão valiosa gema? Ou terá querido Ele torná-la num símbolo da faceta da infinitude divina que a alma brasileira é chamada a refletir?

   Consideremos tantas almas que aqui nasceram e que atingiram o termo de sua vida cumprindo o desígnio de Deus. Sejam sacerdotes, religiosas, missionários ou mães de família, sempre encontraremos nelas as suaves luzes de brilho lilás que cintilam discretamente na ametista.

   Podemos dizer, então, que o Brasil é chamado de modo especial a reluzir a bondade do pró- prio Deus, temperada com os mé- ritos do sofrimento. Queira Deus que ao chegarmos ao Céu conheçamos muitas destas “almas cor de ametista” e, por intercessão delas, tenhamos nós mesmos uma alma dessa cor! (Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2018, n. 193, pp. 50 à 51)

 
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