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Espiritualidade


Espetáculo de generosidade
 
AUTOR: IR. JULIANA MONTANARI, EP
 
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Se a jabuticabeira tivesse alma, estaria contente e satisfeita por ter a possibilidade de produzir tantas frutas e entregá-las a quem delas quisesse se beneficiar.

Nas regiões de clima temperado, as estações se sucedem de maneira disciplinada e definida, ora pintando a natureza com as nobres cores do outono, ora vestindo-a com os tons alegres da primavera; cobrindo os campos com o níveo manto do inverno ou fazendo brilhar intensamente a paisagem sob o flamejante sol de verão.

Aos habitantes das zonas tropicais, entretanto, privados de contemplar tão estupendas variações, é dado observar outras maravilhas no cenário perpetuamente verde que o Divino Artista reservou para esta faixa do globo. Sobretudo para quem vive no Brasil, uma realidade digna de ser admirada é a prodigalidade com que as árvores das mais variadas qualidades se cobrem de frutos, oferecendo um espetáculo – e uma lição! – de generosidade e desprendimento.

Se levarmos em consideração que Nosso Senhor Jesus Cristo amaldiçoou uma figueira por não ter nela encontrado frutos (cf. Mt 21, 19-20; Mc 11, 13-14.20), podemos supor que, em sentido contrário, uma produção frutífera abundante é sinal de bênção e indica um especial carinho de Deus para com o nosso povo. Não foi por casualidade que Ele disse a Adão: “Eis que Eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento” (Gn 1, 29).

Quiçá como paradigma desta profusão, podemos mencionar a singela jabuticabeira, uma árvore nativa e inteiramente nacional, cujos galhos esguios e retorcidos ficam, a princípio, cobertos de alvas e perfumadas flores e, mais tarde, carregados de milhares e milhares de frutinhas. A cada floração, tal é a exuberância que, mesmo colhendo-se à vontade, a árvore sempre está repleta de jabuticabas, chegando a deixar assombrados os que não conhecem seu ritmo de frutificação.

E é este, sem dúvida, um aspecto muito bonito da brasileiríssima árvore: ela, por assim dizer, gosta de dar, gosta de prover com fartura. Se tivesse alma, estaria contente e satisfeita por ter a possibilidade de produzir tantas frutas e entregá-las a quem delas quisesse se beneficiar.

Cabe a nós aproveitar com sabedoria disso que Deus nos oferece para sustento do corpo, bem como de tudo quanto Ele nos dá para o fortalecimento do espírito e que se encontra tão acessível nas dadivosas jabuticabeiras.

Deste modo, além dos frutos, colhamos também o conselho de vida interior que elas nos têm a oferecer: a generosidade é uma virtude que deve nos acompanhar em todos os momentos da vida, especialmente quando Deus pede de nós um sacrifício, uma entrega, um ato de dedicação que julgamos superior às nossas forças. Quanto mais pródigos formos em tais circunstâncias, tanto mais experimentaremos as delícias da benevolência d’Aquele que “ama o que dá com alegria” (II Cor 9, 7)! (Revista Arautos do Evangelho, Março/2017, n. 183, pp. 50 à 51)

 
Comentários
gessi - 11 de Abril de 2018
Como Deus é bom, e generoso.
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José Antonio Rocha - 12 de Abril de 2018
Amém. Que Deus faça de todos nós princípio, meio e fim de toda a Sua infinita Misericórdia. Amém.