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Espiritualidade


Luz da Graça, luz do Sol
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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O que seria de nosso pobre mundo, sem a maravilhosa e vivificadora luz do astro-rei? O que seria do homem sem a Graça de Deus?

Uma das reconhecidas qualidades do povo francês é a sua notável capacidade de síntese. Sabem eles externar suas idéias em expressões curtas, transbordantes de vivacidade, e são capazes de definir uma realidade com excepcional clareza. Tais são os chamados “ditos franceses”.

Alguns desses ditos, ou frases de espírito, passaram para a História.

A poetisa Delphine de Girardin escreveu: “O instinto é o olfato da mente”. O Conde de La Rochefoucauld observou: “O que torna insuportável a vaidade alheia é que ela fere a nossa”. E o pensador Michel de Montaigne disse: “O homem que teme sofrer já está sofrendo pelo que teme”.

Uma dessas antigas e espirituosas frases, a qual nos chama especialmente a atenção, é de Edmond Rostand: “O Soleil! toi sans qui les choses ne seraint que ce qu’elles sont”- Oh Sol! Sem ti as coisas não seriam senão o que elas são.

Cheia de inteligência e de brilho, a sentença do célebre poeta faz sentir com poucas palavras o poder do astro- rei para emprestar a cada objeto uma beleza que ele, de si, jamais haveria de ter.

Sem dúvida, Rostand tinha razão. Não é mesmo encantador ver a relva úmida da manhã transformada num campo de fabulosos e iridescentes diamantes? Ou um velho muro escalavrado, subitamente tornar-se uma rica e artística obra? Ou ainda um mero borrifo de água ser convertido numa reluzente cascata de esmeraldas?

Tudo isso, obra de algo tão simples quanto vivificador: a luz Sol!

Esta ação, por assim dizer, mágica da luz solar, é reflexo de outra, infinitamente mais bela e nobre: a obra da Graça sobre a alma humana.

Os raios solares iluminam e aquecem os objetos, mas são incapazes de alterar-lhes a essência. Já a Graça de Deus, de simples criaturas, nos torna filhos adotivos deste mesmo Senhor e nos abre as portas do Céu.

Sem essa participação criada da vida incriada de Deus, a humanidade fica reduzida à sua frágil natureza, com o caminho aberto para toda a sorte de crimes e paixões.

Mas ao ser tocado pela Graça, no homem operam-se maravilhas: o bruto torna-se manso; o insano, prudente; o tímido, destemido. Oriunda não do Sol material, mas do próprio Criador, a Graça aquece a pedra fria dos corações egoístas por meio de seu sobrenatural calor.

Se o grande literato francês tivesse querido um dia dar sentido teológico aos seus versos, talvez tivesse afirmado: “Ah Graça de Deus! Sem ti, a pobre humanidade não seria senão o que ela é!”. (Revista Arautos do Evangelho, Ag/2008, n. 80, p. 50-51)

 
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