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Espiritualidade


O arco-íris e os Anjos
 
AUTOR: IR. ARIANE HERINGER TAVARES, EP
 
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Quem de nós não terá sonhado, quando criança, em voar até a ponta de um arco-íris para ali encontrar um magnífico tesouro? Quem não terá sonhado, talvez, em achar algo ainda incomparavelmente superior?

Você sabia, meu filhinho, que aos pés do arco-íris há um tesouro?

   — Nossa, mamãe! É verdade isso?!

   — Sim, meu bem. Esse é o motivo pelo qual, ao vê-lo no céu, tanta gente procura descobrir onde está sua base. Bem junto a ela há um baú repleto de riquezas!

   Sem dúvida nossos leitores devem ter ouvido quando crianças esta famosa lenda que, apesar de simples, costuma chamar poderosamente a atenção dos pequeninos. E quem de nós não terá pensado, pelo menos uma vez, em chegar ao “fim” de um arco-íris e encontrar ali um magnífico pote de ouro, ou uma caixa cheia de pedras preciosas?

   Além do mais, as belas e tantas vezes intensas cores que tingem o ar de forma inexplicável aos olhos de uma criança fazem pairar sobre o arco-íris um certo mistério, tornando-o objeto de encanto e admiração.

Duplo arco-íris nas Cataratas do Niágara

   Será tudo isso uma irrealidade, que habita apenas no fantasioso mundo infantil? Para um espírito superficial, talvez… Mas se considerarmos com profundidade essa lenda e, mais do que ela, o estado de espírito admirativo com que é recebida, compreenderemos a veracidade dos ensinamentos que ela nos traz.

   Deus colocou na alma humana o “senso do maravilhoso”, uma tendência natural que leva a continuamente buscá-Lo e glorificá-Lo ao contemplar os seus reflexos em toda a obra da criação. Por causa disso, dorme no interior de cada homem uma como que saudade do Paraíso perdido e um incessante desejo de alcançar o Céu. Embora não possam ser plenamente saciadas nesta terra, essas íntimas aspirações fazem a pessoa regozijar-se e sentir-se atendida quando descobre fora de si mesma algo consoante com elas.

   O “senso do maravilhoso” manifesta-se de forma mais patente nas crianças por estarem elas, em geral, mais próximas da inocência. Entretanto, ele é passível de ser despertado pela ação da graça em qualquer um, e tanto mais se fortalecerá quanto mais for exercitado. Por meio dele tornar-se-á possível encontrar por detrás de todas as coisas o maior dos tesouros, que é o sobrenatural.

   Dispôs também o Altíssimo que a ordem do universo fosse custodiada e mantida pelo numeroso exército dos Anjos, encarregados de executar os mandatos divinos. Sob seu influxo invisível movem-se harmoniosamente os astros, fluem as nascentes, deslocam-se as nuvens com leveza ou lentidão ameaçadora.

   Não seria, portanto, de estranhar que alguém, seguindo com fidelidade as inspirações da graça, procurasse na ponta do arco-íris não um pote de ouro e pedras preciosas, mas algo incomparavelmente superior: o Anjo que o Criador designou para custodiar tão feérico elemento de sua obra. E, sendo o arco-íris o sinal da aliança de Deus com os homens (cf. Gn 9, 12-16), este espírito celeste não terá por missão proclamar e representar através dos séculos a vitória e a ressureição de Cristo na História?

   São apenas piedosas hipóteses, mas elas nos levam a compreender melhor o misterioso sentido e a profunda razão de ser de todas as maravilhas postas por Deus na criação. (Revista Arautos do Evangelho, Fevereiro/2018, n. 194, pp. 50 à 51)

 
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