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Espiritualidade


Palavras de ameaça e promessa
 
AUTOR: IR. MARIANA IECKER XAVIER QUIMAS DE OLIVEIRA, EP
 
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Nada nem ninguém ousa levantar-se contra esta Virgem coroada de doze estrelas! Explodam os mais ferozes vulcões no auge de sua ira e sempre estará ali Maria como que a repetir: “Meus filhos, não tenhais medo!”
Nossa Senhora do Apocalipse
Casa Lumen Cœli, Mairiporã (SP)

Quem caminha pelas ruas de Quito, ao levantar os olhos acima do nível das casas, vê com destaque dois imponentes dominadores: um deles parece querer jugular a cidade com o bruto poder da natureza, outro a assume e eleva com a meiga força do sobrenatural. São o cerro El Panecillo, coroado por uma monumental imagem de Nossa Senhora do Apocalipse, e a imensa e longínqua mole do vulcão Cotopaxi.

Estarão em disputa tão magníficos senhores? Talvez… Se procurássemos nas lendas indígenas, quiçá descobriríamos relatos de um terrível combate entre ambos. Ou quem sabe se – o que seria ainda mais espantoso – não chegaria às nossas mãos a fabulosa descrição de um duelo futuro entre a Virgem alada e seres incandescentes emanados das profundezas da terra.

Mas deixemos de lado o universo das hipóteses e voltemos os olhos para o nosso mundo terreno, bem menos feérico e empolgante. Ali encontraremos o Cotopaxi, gigante nevado adormecido desde 1877, quando sepultou com suas erupções a cidade de Latacunga, algumas dezenas de quilômetros ao sul de Quito.

Considerado pelos cientistas o vulcão ativo mais alto do mundo, ele é, para os quitenhos, sua mais próxima e terrível ameaça. Belíssimo na alvura angélica do seu cume, sugere não ser diferente no auge do seu furor; fresco e ameno em sua placidez cotidiana, promete ser ardente e explosivo nos dias de sua ira.

Vista aérea da cidade de Quito, com El Panecillo
em primeiro plano e o Cotopaxi ao fundo

No outro lado do horizonte, formando com ele uma perfeita antítese, figura a Virgem do Apocalipse, Senhora e Dona das terras do Equador. Pisando sobre o globo terrestre, mostra ser Rainha da terra, e segurando com uma corrente o príncipe das trevas, ostenta seu domínio sobre os infernos, enquanto esboça um discreto sorriso.

Com sua mão direita, parece Ela suster forças vindas do Céu, que não podemos ver. E que imensidades não são abarcadas por sua mão? Pois a Maria, sendo sumamente excelsa, Deus Lhe concede não só poder sobre as criaturas inferiores, mas também sobre as celestes, logrando até, em certas circunstâncias, segurar o braço da justiça de Deus.

Nada nem ninguém ousa levantar-se contra esta Virgem coroada de doze estrelas! Ergam-se as ondas das tribulações, irrompam com ardor todas as lutas da vida humana, explodam os mais ferozes vulcões no auge de sua ira e de seu calor corrosivo, e sempre estará ali Maria como que a repetir: “Meus filhos, não tenhais medo! Eu sou a dominadora do universo! Tende fé, e mesmo nas piores circunstâncias Eu estarei ao vosso lado para vos proteger. Um só olhar meu será suficiente para alcançar-vos a salvação. Apenas vos faço uma advertência: assim como uma águia velozmente se eleva até o céu, assim posso Me retirar rapidamente da presença daqueles cuja conduta não Me agrada. Vivei de acordo com as leis de meu Filho, ou correis o risco de ver-vos privados de minha companhia…”

Levantemos nosso olhar para a Virgem de asas de águia e conservemos no coração, qual precioso tesouro, estas suas palavras, ora de ameaça, ora de promessa! (Revista Arautos do Evangelho, Setembro/2018, n. 201, p. 50-51)

 
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