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“A gravidade da culpa pode ser eterna ou temporal”, diz o Bispo de Joinville
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 07/11/2014
 
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Joinville – Santa Catarina (Sexta-Feira, 07/11/2014, Gaudium Press) Dom Irineu Roque Scherer, Bispo da Diocese de Joinville, no Estado de Santa Catarina, escreveu um artigo em que ele afirma que o mês de novembro é dedicado aos mortos, e, sobretudo às almas do purgatório. Ele explica que este é um dos cultos mais antigos e que estiveram sempre presente em quase todas as religiões, sendo ligado aos cultos agrários e de fertilidade, pois os mortos eram vistos como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à ressurreição.

O Prelado recorda que na oração do Creio nós rezamos: “Creio na Ressurreição dos mortos e na vida eterna”. Segundo ele, crer na ressurreição dos mortos foi desde o início um elemento essencial da fé cristã. “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos”, diz o Novo Catecismo.

Dom Scherer também cita São Paulo, que dizia: “Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação e vazia é também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram” (1Cor 15,12-14-.20).

Ainda de acordo com o Bispo, a ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus a seu povo. Ele reforça que Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11,25). O Prelado afirma que é Jesus mesmo quem, no último dia, há de ressuscitar os que nele tiveram crido e que tiverem se alimentado da eucaristia, pois a esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelo encontro com o Cristo ressuscitado.” Os que tiverem feito o bem irão para a ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5,29).

Portanto, Dom Scherer ressalta que esta é a nossa fé que veio sendo trazida até nós desde os tempos mais remotos e, portanto, celebrar os mortos é celebrar a vida eterna que não vai terminar nunca, pois a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre.

“É fato que nós, por caridade e devoção, devemos nos lembrar, em nossas orações, de nossos parentes e amigos falecidos. Além do mais, a caridade cristã nos obriga a rezar até mesmo pelas almas daqueles que não conhecemos; muitas estão esquecidas, e precisam que alguém reze por elas. Aproveitemos, portanto, este mês de novembro para nos dedicarmos com mais amor aos que nos eram caros em vida e para rezarmos por eles e por todas as almas que necessitam. Ao oferecermos nossas orações e sacrifícios em seus favores, se suas almas estiverem ainda no Purgatório, nós aliviaremos suas penas e os ajudaremos a gozarem mais rápido da glória celeste”, avalia.

O Bispo salienta que para entendermos essas penas das almas do purgatório é preciso saber que todo pecado gera uma ofensa, à qual corresponde uma culpa e também um prejuízo, ao qual corresponde uma pena. Ele ainda lembra que, conforme o pecado – mortal ou venial -, também é a gravidade da culpa e da pena, que pode ser eterna ou temporal. Para Dom Scherer, o sacramento da penitência perdoa a culpa e a pena eterna, mas o pecador deve reparar os prejuízos causados pelos próprios pecados cumprindo alguma penitência para descontar as penas devidas.

“Aqui entra em cena também a questão das indulgências que a Igreja concede a nós, em remissão de nossas penas. O que são Indulgências? Indulgência é a remissão ou perdão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa. O pecado é uma ofensa a Deus a qual gera uma culpa e ao mesmo tempo um prejuízo, uma desordem, que devem ser reparados por uma pena. A indulgência é parcial ou plenária, conforme perdoe em parte ou no toda a pena temporal devida pelos pecados”, esclarece.

O Prelado ensina como alguém pode lucrar indulgências: deve ser batizado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas, além de visitar uma igreja ou um cemitério, fazer orações nas intenções do Papa e se confessar e comungar.. Segundo ele, no tempo de finados, concede-se uma Indulgência Plenária só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, aos que visitarem os cemitérios.

Por fim, ele enfatiza que na Bíblia não se encontra a palavra “purgatório”, mas sua existência pode se concluir a partir do contexto bíblico. Conforme ele, se alguém está no céu não precisa de orações para salvar-se, pois já está salvo, e, se alguém está no inferno, não existe oração que o retire de lá.

“Como, porém nada de pecado entra no céu (Apoc. 21,27) e nem todos os mortos estão livres de pequenas faltas e culpas que não merecem a condenação eterna, segue-se que eles precisam de alguma purificação. Ora ser livre de seus pecados, depois da morte, pelo sacrifício expiatório, indica claramente a possibilidade de purificação”, conclui. (FB)

 
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