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Neuschwanstein: Chegou a hora do resgate da inocência
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 22/09/2014
 
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Foto Isaac Moto.jpg

Redação (Sexta-feira, 19-09-2014, Gaudium Press) Inocência, que palavra bela. Define não só o estado de uma alma que “acaba” de sair das mãos de Deus, portanto não cometeu nenhum pecado, mas a de alguém que voa com toda a sua força até o maravilhoso, até o dourado, até Deus.

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De Luis II de Baviera se tecem todo tipo de lendas, se repetem histórias falsas ou certas; entretanto não podemos senão afirmar que seu castelo arquetípico, o mais perfeito, o sonhado, Neuschwanstein, é essencialmente inocente, e que forçosamente reflete lados inocentes de sua alma. Esses brilhos de candura convertidos em pedra e torres seguem extasiando ao contemplativo.

Foto James Diewald.jpg

Construído em uma época de redescobrimento da maravilha gótica (de 1869 a 1886), Neuschwanstein não tem nada de “godo” (gótico vem de godo), quer dizer de bárbaro: é simplesmente um castelo de conto de fadas, desses que acreditaríamos que só poderiam ser pintados ou imaginados, que parece meio irreal, que quis elevar-se do pico da montanha da qual é coroa para ir até o céu.

Suas duas torres terminadas em ameias, que custodiam a entrada, são sentinelas que acolhem e vigiam com imponência e desafio o que até ali conseguiu subir. O corpo inicial dá acesso a um pátio de armas que subitamente se choca com um corpo central delgado e altivo, de oito níveis até acima. Nada aqui dos meros dois ou três pisos de um Versalles ao que o duque de Saint-Simon disse que ficou devendo o telhado.

O “telhado” desse bloco central do Neuschwanstein é de duas águas, que não param de cair quando novamente as torres as impelem até o céu, torres aos lados, torres atrás, assimétricas, serenas mas surpreendentes e originais, assim como era a Idade Média, torres que terminam em pontas cônicas, que por sua vez seguem em agulhas que insistem até o céu.

Foto Natalie.jpg

Quem olha de frente para o Neuschwanstein encontra à direita do pátio de armas outra torre não tão alta como a de trás, mas quase tão elevada como a construção principal. Uma torre que vista de lado permite imaginar a cabeça de um cisne que se completa com o conjunto. De fato Neuschwanstein pode ser traduzido como “Novo Cisne de Pedra”. Sim, Neuschwanstein é também um cisne; cuidado, não um ganso, ou um pato, ou um bonito colibri, não: é um aristocrático cisne.

Neuschwanstein é lindo em um dia ensolarado que ressalta o laranja de sua fachada e suas outras tonalidades externas: assim é simplesmente brilhante. Neuschwanstein é também lindo nos tempos da fria e branca neve, àFoto Neuschwanstein.de.jpg maneira de um gigantesco arminho que se recolheu com sua sedosa pelagem no pico da montanha, para dali admirar a ampla paisagem enquanto passa o inverno. Neuschwanstein é lindo desde longe, é lindo visto de perfil, é belo a partir da base da montanha, é maravilhoso desde a sua entrada, é precioso em seu interior.

– Que fazes perdendo o tempo, olhando ou pensando em castelos de contos de fadas? Melhor trabalhar, ou dedicar-se a rezar…

– Saia daqui, não me importunes. Ou melhor, venha. Rezemos, sim. Mas contemplando esta maravilha que nos leva de muitas maneiras ao paraíso, que nos traz os aromas da límpida inocência, que nos eleva, nos prepara e vai nos acostumando pela assimilação às belezas eternas do Reino celestial…

Chegou a hora do resgate da inocência: de resgatar a inocência, e de que a inocência nos resgate.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

 
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