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Os claretianos no Brasil: a 120 anos da chegada
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 22/11/2016
 
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São Paulo (Segunda-feira, 22-11-2016, Gaudium Press) Em novembro de 1896 chegavam ao Brasil os primeiros Claretianos.
Já são 120 anos que a ‘família’ claretiana atua no Brasil e as comemorações por causa deste fato vão para além da Congregação fundada por Santo Antônio Maria Claret.

Os claretianos no Brasil a 120 anos da chegada.png

De norte a sul do Brasil, há pessoas que gravitam ou gravitaram em torno de um núcleo de claretianos:

São paroquianos, alunos, catequizados, leitores de suas publicações, favorecidos com suas obras sociais e assistenciais, universitários e formados em suas faculdades, ouvintes e telespectadores de suas emissoras de rádio ou televisão.

As comemorações são de todos aqueles que, de diferentes modos, viveram ou receberam influência do carisma e da espiritualidade oriunda de Santo Antônio Maria Claret.

A História e seu contexto

“No dia 15 de novembro, amanhecemos nas costas brasileiras, no lugar chamado Cabo Frio. Grande alegria!
Durante todo o dia fomos costeando as terras do Brasil sem as perder de vista, admirando a variedade, número e frondosidade das inúmeras ilhas…

Não nos cansávamos de olhar e admirar coisa tão raras e nunca vista pelos habitantes
lá da nossa terra (Espanha)”

Este trecho do “Diário de Bordo” foi escrito pelo Padre Raimundo Genover que, além de ser o “escrivão” do navio que transportava os primeiros missionários claretianos para o Brasil, foi o primeiro superior da missão para aqui destinada.

Ainda não havia passado dez anos desde que o Império do Brasil tinha caído e a República trouxe a separação entre a Igreja e o Estado.

Não sendo mais a religião oficial do Estado e não mais recebendo a ajuda necessária para a tarefa de evangelização, o episcopado católico viu-se diante de dois problemas mais salientes: uma tarefa evangelizadora imensa e um clero pequeno para alcançar todos os pontos do país.

A saída imediata encontrada foi de procurar na Europa o reforço necessário para suprir a falta de clero e cobrir toda a imensidão do território brasileiro.

Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria

Entre as congregações procuradas para enfrentar esse problema estava Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, entre outras.

Após os entendimentos mantidos entre superiores da Congregação na Espanha e expoentes do Episcopado brasileiro, partia da Europa o primeiro grupo de missionários claretianos. Eles eram dez.

O embarque do grupo dos primeiros missionários aconteceu no dia 24 de outubro de 1895. Era o vigésimo quinto ano da morte do Fundador: atendia-se um desejo de Claret para que fossem enviados missionários para a América.

E uma outra data marcava nova coincidência:

o convênio que orientava e normatizava as relações entre entre a Congregação e a Arquidiocese e que estabelecia a fundação da missão claretiana no Brasil foi assinado no dia 12 de outubro:

para os espanhóis, dia de Nossa Senhora do Pilar, para o Brasil, dia de sua Padroeira: Nossa Senhora Aparecida.

Início missionário

E a vinda dos Claretianos para São Paulo transcorreu sem maiores problemas. A viagem foi tranquila. E o dia 19 de novembro passou a ser registrado na história como sendo aquele em que chega ao porto de Santos o primeiro grupo de Missionários filhos de Santo Antônio Maria Claret.

No mesmo dia de sua chegada, o grupo partiu para São Paulo.

Vieram de trem funicular (cremalheira) e sua chegada aconteceu no fim da tarde do mesmo dia.

Inserir na História e na sociedade

Os claretianos no Brasil a 120 anos da chegada (2).pngOs primeiros missionários foram Instalados provisoriamente na casa contígua à igreja da Ordem Terceira de São Francisco, no centro da, então, pequena cidade de São Paulo.

Não tinham ainda onde ficar e ali aguardaram a construção da residência definitiva que serviria de ponto de apoio para suas atividades e expansão.

A Casa de apoio, depois de algum tempo, passou a ser o que hoje é o atual Colégio Claretiano que fica na Rua Jaguaribe, junto da majestosa Igreja do Imaculado Coração de Maria que, até hoje traz no seu frontispício a inscrição que mostra o espírito de misericórdia que acompanhava os missionários da primeira hora: Refugium Peccatorum.

O profundo desejo que eles manifestavam de se inserirem na história e na sociedade fez com que aqueles edifícios fossem de fato um “Refugio dos pecadores”, além de consolo para os aflitos e auxílio para os cristãos.

Nesses 120 anos, gerações e gerações por ali passaram e lá alimentaram-se de um espírito vindo do carisma do fundador da Congregação, que foi trazido junto com o entusiasmo dos primeiros claretianos que aqui chegaram e que, até hoje, guarda o perfume do sacrifício que eles fizeram para trazer e expandir um ideal que nasceu, bem antes deles, no topo de um monte chamado Calvário e que pode ser chamado de “ter sede de almas”.

Já na longa viagem de navio, os missionários estudavam língua portuguesa e procuravam praticá-la. Ao chegarem, não foi diferente.

Nas narrativas dessa época transparece uma verdadeira alegria pelas primeiras pregações em português. Pelos primeiros contatos feitos no novo idioma, por conseguir, assim, espalhar a ‘boa nova’ do Evangelho.

Ser Missionário

O desejo de viver a dimensão missionária era imenso e ele transparece inclusive na Construção do templo que hoje é um monumento de história.

A Igreja do Imaculado Coração de Maria deveria vir a ser, mais tarde, um sinal de que, por Maria, os seus missionários estariam dispostos a tudo fazer. E fizeram…

A grandeza e beleza do templo deveria expressar o imenso amor pelo Imaculado
Coração de Maria.

Dessa Primeira Casa Claretiana, -como os rios do Estado paulista-, o ideal dos missionários os conduziu para o interior não só do estado, mas de todo o País.

Com o correr do tempo, de São Paulo, da Rua Jaguaribe, da Igreja-Santuário e daquela Casa-Mãe dos Missionários Claretianos espalharam se de muitos modos, pelas cidades e pelos campos, os frutos do seu trabalho apostólico (missões populares, retiros ao clero, novenas e tríduos, semanas santas e semanas eucarísticas) foram atraindo gente de todos os lugares e levando a todas as partes -periferias e cidades distantes- o que de melhor tinham.

120 anos depois…

A história não terminou. Cem anos na história de uma instituição é o ponta onde a esperança nasce.

O lastro já deixado pelos filhos de Santo Antônio Maria Claret sugere muito mais espalhar da palavra de Deus, formação de jovens, de religiosos e religiosas, de presbíteros. Sugere um aumento de escolas e universidades, um acompanhamento maior de famílias e grupos humanos.

Sugere também um crescimento na ação social que já é grande.

O início dos 120 anos atuais nós não o vimos. Tampouco veremos o final dos 120 anos futuros…

Mas, para as pessoas de Fé, isso pouco importa:

O melhor é saber que aquela obra para cá trazida germinou, cresceu e chegou até onde chegou. É ter a certeza carregada da esperança dos primeiros missionários que não viram …mas creram. (JSG)

 
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