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Quatro formas simples nas quais os leigos podem praticar a virtude do silêncio
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 18/07/2016
 
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Redação (Segunda-feira, 18-07-2016, Gaudium Press) O silêncio é um dos elementos da vida espiritual -e natural- mais escassos na atualidade para muitas pessoas. Desde a proliferação do ruído nas cidades e nos lares até as inumeráveis distrações da vida cotidiana, parece que os seres humanos estiveram em uma guerra declarada contra o silêncio. No entanto, a plataforma web para homens ‘The Catholic Gentleman’ dedicou um artigo para recordar sua importância na vida espiritual e várias formas simples nas quais os leigos podem praticar o controle dos impulsos da comunicação.

O mundo contra o silêncio

O silêncio “é uma palavra às vezes atrativa e terrorífica”, afirmou a plataforma. Apesar de algumas pessoas o buscarem, o certo é que a maioria o acha incômodo. Além da estranheza externa de permanecer calados em um lugar sem ruído, a causa da inquietação diante do silêncio pode estar dentro. “Quando nos confrontamos com a verdadeira quietude, começamos a ouvir a avalanche enlouquecida e caótica dos pensamentos que enchem nossas mentes. As ansiedades, os desejos profundos, as perguntas dolorosas parecem ascender borbulhando na superfície de nossa consciência”, descreveu.

A resposta ordinária é encher o vazio de ruído com o rádio, a televisão e outros recursos aos quais não prestamos sequer atenção, mas que se converteram em um “ruído de fundo” que busca devolver-nos à comodidade. E os momentos intermediários são a oportunidade precipitada de revisar os dispositivos móveis. “Qualquer coisa menos o silêncio”, concluiu.

O silêncio e a Fé

No entanto, a vida espiritual requer silêncio, e esta é uma opinião consistente dos Santos. “O silêncio é necessário, inclusive absolutamente indispensável”, afirmava São Maximiliano Maria Kolbe, citado por ‘The Catholic Gentleman’. “Se falta o silêncio falta a graça”. Por sua vez São Doroteu de Gaza recomendava “guardar-se contra o falar muito, porque põem em fuga os pensamentos devotos e o recolhimento em Deus”. O silêncio é um dos elementos fundamentais da vida consagrada, resguardado com zelo em numerosas regras das congregações, algumas das quais, como os Cistercienses, levam sua prática à excelência.

“É importante entender que o silêncio, como todas as ferramentas da vida espiritual, não é um fim em si mesmo”, recordou a plataforma. “É um meio, um método para conhecer a Jesus Cristo. O silêncio é necessário porque nosso intelecto está ferido e fraturado pela queda”. O pecado original, ao alterar a condição do homem perdeu a comunicação natural e fácil com Deus e sua consciência permanente de Sua presença. Em seu novo estado, “é agora uma tormenta caótica de pensamentos sentimentos e emoções”, e poder se dar conta desta realidade é um primeiro passo necessário para avançar.

Em meio ao ruído constante da vida, “o silêncio é necessário para escutar as inspirações do Espírito Santo e para receber e preservar a graça”, recordou ‘The Catholic Gentleman’. “Deus não grita. Ele fala suave e caladamente”, como testemunha a Sagrada Escritura, e ordinariamente se requer silêncio e quietude de coração para atender seu chamado. O silêncio contribui também para dominar o afã de comunicar e sermos prudentes para não perdermos a graça de Deus e os dons espirituais recebidos.

Conselhos para praticar o silêncio

Na vida dos leigos, buscar o silêncio tem grandes desafios. Ao não existir um ambiente isolado, um ambiente religioso nas ruas, nos escritórios e nas numerosas obrigações pessoais e familiares, o silêncio pode converter-se em apenas um desejo distante. Algumas sugestões práticas podem ajudar a devolver um pouco de silêncio à vida em meio do mundo e cultivar a prudência no uso das palavras.

Um primeiro conselho para os leigos é o de “abster-se das conversas frívolas”, as quais são ocasião frequente de erros e imprudências. “Isto é, não falar só por falar”. Um exemplo atual desta tendência é proposto nas redes sociais, onde frequentemente as pessoas publicam numerosas atualizações irrelevantes, que parecem refletir simplesmente a necessidade de atenção. “Se você está tentando envolver-se nesta classe de conversa, não o faça. Fale somente quando tenha algo valioso para dizer”, propôs.

Uma segunda recomendação é “controlar nossas línguas quando desejamos queixar-nos”. O artigo descreveu as queixas como “o oposto da gratidão” e um impulso no qual é muito fácil cair, que dificilmente contribui realmente para melhorar a situação. Uma terceira sugestão é “refrear-nos de compartilhar nossa opinião em todos os temas imagináveis”, já que com frequência buscamos aparecer em todas as conversas, com conhecimento ou sem ele. Inclusive as realidades mais complexas atraem nossa atenção, “mas a verdade é que muitos de nós não entendem esses eventos muito bem (como os acontecimentos políticos ou as crises econômicas) e o mundo não necessita de mais opiniões”.

“Finalmente, podemos manter nosso silêncio quando desejamos criticar os outros”, recomendou a plataforma. Apesar de ser muito fácil notar os erros dos demais e é mais fácil ainda comentá-los -ainda quando não se sabe se são certos-, esta tendência é altamente daninha… “manter o silêncio quando sentimos a urgência de criticar é difícil, mas também é algo que dá vida”. As palavras têm eco na eternidade, recordou o artigo, que concluiu reiterando seu convite a viver o silêncio segundo nosso estado de vida e controlar nossas palavras para dar espaço à voz de Deus em nosso interior. (GPE/EPC)

 
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