Porto – Portugal (Quinta-feira, 21-06-2018, Gaudium Press) Dom Antônio Augusto Azevedo, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios de Portugal afirmou, em declarações feitas à Imprensa, que vê o celibato dos padres como um “desafio para os tempos de hoje” e `completa seu pensamento afirmando que “não se pode reduzir o perfil” de um sacerdote ao “de um funcionário”.
Valor do Celibato e Dificuldades
“No nosso tempo vamos descobrindo cada vez mais o valor e o sinal que representa o celibato”, disse Dom Antônio que admite também que também vão sendo “reconhecendo e identificando algumas dificuldades” que dizem respeito ao cumprimento e à vivência do celibato.
O Bispo, que já foi reitor do Seminário Maior do Porto, acredita que os sacerdotes e os jovens de hoje “vão descobrindo o valor que representa o celibato”.
Ele recorda que “Cada época histórica teve as suas dificuldades próprias, o nosso tempo, certamente, muito mais aberto coloca dificuldades próprias” neste campo da observância do celibato.
Mas, destaca o Bispo Auxiliar do Porto: “Certamente, a Igreja na sua sabedoria e na inspiração do Espírito Santo irá tomando as decisões que melhor entender quanto à configuração do ministério”.
Ministério Sacerdotal: Padre ou Funcionário?
Dom António Augusto Azevedo fala do serviço dos sacerdotes às comunidades e destaca que “não se pode reduzir o perfil do padre ao de um funcionário”.
Para ele, “A funcionalização dos sacerdotes seria muito redutora, certamente, que há tarefas necessárias da sua responsabilidade, porém o essencial do ministério não passa por ai”.
Figura Correta do Sacerdote – Dimensão Espiritual
“Não é figura de funcionário, nem de patrão, nem de alguém isolado. É de alguém que tem paixão de estar na comunidade, estar com o povo de Deus, no meio do mundo para viver a novidade do Evangelho”.
E, depois de assim traçar, rapidamente, o perfil do presbítero, o bispo-auxiliar do Porto, afirma que, para isso, primeiro é necessário “reencontrar unidade de vida”.
Pedem-se múltiplas tarefas ou encargos aos sacerdotes, mas “é necessário esforço acrescido” para reencontrar unidade de vida que passa “muito pela dimensão espiritual”.
E esta “dimensão espiritual” está ligada àquilo que é o essencial do ministério: “Anúncio e vivência-testemunho do Evangelho, sempre”.
Espírito Fraterno de Comunhão Eclesial
Dom Antônio, encerrando suas observações e já pensando dentro do contexto do próximo Simpósio do Clero Português 2018, destaca a necessidade de exercer a comunhão Eclesial “promovendo, cada vez mais, a capacidade de colaborar com os outros sacerdotes. Um espírito de comunhão eclesial e fraterno, bem como, capacidade de chamar, convocar, preparar e contar com a colaboração dos leigos”. (JSG)